Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A oposição — que muitos chamam de “oposicinha” — quer fazer oposição? Que tal lembrar certos fatos que o lulopetismo esconde, envergonhado?

Dirceu, na época em que era braço de ouro do então presidente Lula: a memória do PT é muito seletiva. Cabe à oposição, se quer mesmo fazer oposição, começar apor lembrá-las (Foto: veja.abril.com.br)

Ao exigir no Congresso que o governo envie à Justiça os resultados do inquérito administrativo que apurou as bandalheiras de que é acusada Rosemary Noronha, a “Rose”, amigona do ex-presidento Lula que fez do gabinete da Presidência em São Paulo uma central de tráfico de influências, a oposição começa a parecer que quer mesmo fazer oposição.

Neste caso específico, ficou faltando o maior partido da oposição, o PSDB, mas, de qualquer forma, o presidenciável Aécio Neves vem aumentando o tom de críticas ao governo lulopetista desde que, em fevereiro, criticou o que considerou os 13 principais fracassos do governo.

Mas ainda é pouco para uma oposição de verdade.

Como modesta contribuição ao banco de ideias da oposição, este blog sugere que a oposição, para deixar de ser “oposicinha”, comece por refrescar a memória coletiva brasileira, que é curta — enquanto a de boa parte dos lulo-petistas extremamente seletiva –, lembrando aos cidadãos que Lula e sua turma, ALÉM DO ESCÂNDALO TENEBROSO DO MENSALÃO, entre outros episódios que mencionarei futuramente…

*… foram contra a eleição de Tancredo Neves como presidente da República em 1985, ato que encerraria a ditadura militar, dando lugar a um regime civil que restauraria as liberdades públicas e a democracia.

Tancredo Neves discursa já como presidente eleito para restaurar a democracia no Brasil, em 1985: o PT não apoiou sua eleição (Foto: Dedoc / Editora Abril)

Os então deputados petistas que votaram em Tancredo – Ayrton Soares (SP), Bete Mendes (SP) e José Eudes (RJ) — foram expulsos do partido.

*… não participaram da solenidade de homologação da nova Constituição democrática, a 5 de outubro de 1988, e deixaram claras suas “ressalvas” ao texto aprovado por todos os deputados e senadores de todos os partidos.

Os petistas assinam a nova Constituição, porque era uma formalidade inescapável, mas o próprio Lula, então deputado constituinte, pronunciou um longo discurso 12 dias antes da promulgação, a 23 de setembro de 1988, dizendo, com todas as letras: “O partido [PT] vota contra o texto, e amanhã, por decisão do nosso Diretório – decisão majoritária – assinará a Constituição, porque entende que é o cumprimento formal da sua participação nessa Constituinte”.

* … defenderam em 1989 o calote da dívida externa brasileira, com Lula candidato à Presidência – seria derrotado no segundo turno por Fernando Color –, medida que levaria o Brasil à bancarrota e à desegraça, faria secar os investimentos externos por tempo indeterminado e transformaria o país em pária internacional.

* … recusaram-se num momento de gravíssima crise institucional, no final de 1992, a colaborar com o vice Itamar Franco, que assumiu em definitivo a Presidência com o afastamento de Fernando Collor e, no Planalto, tentou fazer um governo de grande acordo nacional — que o PT não quis — para tirar o país do caos econômico e da derrocada moral a que o levara seu antecessor.

A ex-prefeita petista de São Paulo Luiza Erundina, uma exceção, cometeu o “crime” de cooperar com o presidente Itamar como ministra da Administração e viu-se obrigada a deixar o PT.

* … combateram radicalmente, sem tréguas, o Plano Real, classificando como “eleitoreiro” o mais bem sucedido programa de estabilização da moeda da história econômica do país, concebido por equipe reunida pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e bancado pelo presidente Itamar.

O então ministro da Fazenda Rubens Ricupero e o Presidente Itamar Franco com as primeiras cédulas do Real, em 1994: o plano que estabilizou a economia foi ferozmente combatido pelos petistas -- cujos governos, depois, tanto se beneficiaram dele (Foto: Dedoc / Editora Abril)

Sem o Plano Real, como se sabe, os proclamados êxitos econômicos do lulalato não existiriam.

* … se opuseram ferozmente a todas as privatizações que, durante os dois mandatos de FHC (1995-2003), dinamizaram e modernizaram a economia do país, aumentaram a arrecadação de impostos, diminuíram o peso do Estado, melhoraram a competitividade do Brasil no mercado internacional e tornaram o país terreno fértil para investimentos estrangeiros.

A oposição do lulo-petismo, que não esteve alheio à participação em atos de hostilidade e mesmo da agressão física a empresários e autoridades durante leilões na Bolsa de Valores, incluiu a da telefonia, que permitiu entre outros resultados que o país pulasse em menos de duas décadas de 800 mil celulares para os mais de 200 milhões que tem hoje.

* … manifestaram-se em 1999 inteiramente contra a adoção de um dos três pilares da estabilidade do país – a política de câmbio flutuante.

No mesmo ano, declararam-se contrário ao segundo deles, a política de metas de inflação.

No ano seguinte, combateram e votaram contra o terceiro pilar do tripé que, ironicamente, propiciaria um governo extremamente favorável ao próprio Lula – a Lei de Responsabilidade Fiscal .

Uma vez no poder, os três pilares — elogiados por integrantes da equipe econômica petista — serviram para Lula, beneficiado pelos preços internacionais dos principais produtos de exportação do país, deitar e rolar.

* … foram raivosamente contrários ao Proer, o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, instituído por FHC para impedir a implosão do sistema bancário do país e o caos econômico que desencadearia — para, depois, quando veio a grande crise financeira internacional de 2008, Lula se vangloriar do vigor dos bancos brasileiros.

O principal guru econômico do lulalato, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, foi dos poutos lulopetistas que teve a dignidade de reconhecer a enorme valia do Proer. Lula só falou mal e, depois, faturou.

* … inventaram e propagaram uma campanha de teor golpista e antidemocrática, o “Fora FHC”, tão logo o presidente iniciou em 1999 o segundo mandato, para o qual, derrotando Lula, foi eleito por MAIORIA ABSOLUTA dos eleitores brasileiros, e no PRIMEIRO TURNO.

* combateram e criticaram, a partir de 2001, várias medidas da chamada “rede de proteção social” estabelecida pelo governo FHC, como o Bolsa Escola, o vale-alimentação, o vale-gás, o auxílio a mulheres grávidas que fizessem todos os exames do prénatal e o auxílio a famílias que evitassem o trabalho infantil de seus integrantes.

Os distintos programas que Lula e seus seguidores, na oposição, consideravam “esmola” e parte de uma suposta ação eleitoreira viriam a ser unificados durante o lulalato e transformados em sua principal vitrine: o Bolsa Família — utilizado, como todos sabemos como O instrumento eleitoreiro por excelência.

É evidente que muita gente, no Brasil, se lembra disso — mas muitíssimos se esqueceram, e muitos eleitores jovens mal souberam ou jamais se inteiraram desses fatos.

Então, para um começo de conversa, a oposição poderia lembrar uma vez por semana, em discursos ou entrevistas, essas verdades da vida que o lulopetismo escondeu, envergonhado.

Já seria um começo.

abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/a-oposicao-que-muitos-chamam-de-oposicinha-quer-fazer-oposicao-que-tal-lembrar-certos-fatos-que-o-lulopetismo-esconde-envergonhado

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Comentário de Valdir Kuroski em 25 abril 2013 às 9:44

Justamente.  Agora é necessário que ele busque mostrar à toda a população brasileira que a competência dele e dos secretários foi realmente revertida em benefícios para a grande massa da população mineira.   Na verdade os melhor cabo eleitoral que Aécio poderá ter ao seu lado é o próprio povo mineiro.   Outro detalhe importante é ele e seus aliados mais fiéis montarem uma estratégia que supere e domine o PSDB paulista que, comprovadamente, mostrou-se incompetende para derrubar o governo petista.  A gota d'água foi a derrota de Serra para a prefeitura de São Paulo.

Que saiam então os derrotados e deixem espaço para os que realmente lutam por um Brasil melhor.

Comentário de Romildo de Paula Leite em 25 abril 2013 às 9:26

    Quando foi Governador de MG ele se cercou de secretários (gestores) competentes, não de políticos corruptos como é normal no Brasil.

Comentário de Valdir Kuroski em 25 abril 2013 às 7:37

Na minha maneira de ver, se a oposição pretende realmente deixar de ser "oposicinha", deveria focar bem menos nas críticas aos governos Lula/Dilma e debruçar-se em elaborar um plano de governo consistente, com um candidato comprovadamente Popular que já tenha mostrado, na prática, atitudes que melhorem as condições de vida da Maioria da população.   O único candidato que vejo com esta capacidade é Aécio Neves.  Mas precisa ajustar as velas e mostrar-se bem mais consistente do que tem feito.

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