Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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‘A turma do Sim, Senhora’, por Carlos Brickmann

 

CARLOS BRICKMANN

A Oposição brasileira é uma das mais combativas do mundo. Luta contra os governistas, até o limite de suas forças, para tentar ser mais governista do que eles ─ e, com frequência, tem sucesso. A eleição de Renan Calheiros e de Henrique Alves para o comando do Senado e da Câmara comprovou que o Parlamento se divide hoje em dois grandes blocos: a situação (a Turma do Sim), liderada pelos petistas, e a oposição, liderada pelos tucanos (a Turma do Sim, Senhora).

O senador Aécio Neves, provável candidato oposicionista à Presidência da República, foi apenas meio tucano nas eleições do Congresso. O tucaníssimo bico grande ficou fechado; mas Aécio, como ninguém, mostrou que tem voo curto.

E que é que a oposição ganhou, fingindo-se contrária aos situacionistas e votando neles? Um carguinho na Mesa. Já que Presidência da República parece fora de seu alcance, já que lutar por ideias exige ideias pelas quais lutar, já que fazer oposição pede trabalho, um carguinho na Mesa quebra o galho.

Não, não é preciso voltar muito atrás para ver como se faz oposição. O PT fez oposição dura, coerente e eficiente (às vezes equivocada, mas sempre bem trabalhada) aos governos Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique. Sempre tinha parlamentares em plenário, nas comissões, mostrou capacidade de mobilização da opinião pública. Alguns de seus líderes se transformaram em mensaleiros, mas só depois de chegar ao poder; na oposição, batalharam duro, até vencer.

E os tucanos? O líder da Minoria é Mário Couto, que votou aberto em Renan.

Lugar desocupado

Oposição é tão importante que, no Reino Unido, o nome completo da bancada que se opõe ao Governo é “oposição de Sua Majestade”. Aqui, quem se opõe?

Alguém, enfim

Um partido muito enfraquecido, o DEM, parece ter percebido o espaço que se abre para quem faça oposição: elegeu como líder de sua bancada na Câmara o deputado Ronaldo Caiado, de Goiás. Caiado é inteligente, duro, articulado, sabe o que quer – concorde-se ou não com o que ele queira. E certamente o que quer não é virar ministro do Governo petista. É opor-se a ele.

No momento, a posição do DEM, com bancada pequena, não terá importância; no futuro, se a oposição for bem feita, pode ganhar espaço entre os eleitores que não gostam do Governo.

Calma no Brasil

O mundo gira, a Lusitana roda, o tempo passa, o tempo voa, mas ninguém espere que o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, confronte alguém que tenha poder. Punhalada nas costas, vá lá; duelo de frente, jamais. Não leve a sério, portanto, essa história de que a Câmara dará a última palavra na cassação das Excelências condenadas no caso do Mensalão. O máximo que Henrique Alves fará será reunir a Mesa, comunicar oficialmente o trânsito em julgado e, “ouvida a Câmara”, determinar que os mandatos sejam cassados em virtude da sentença.

Não deixa de ser, como na antiga piada, a última palavra: “cumpra-se”.

Racionalizando

Quem disse que não existem eleições em Cuba? Pois houve eleições em Cuba nesta segunda-feira, com voto direto e secreto: entre 1.269 candidatos, foram eleitos 1.269 integrantes das Assembleias provinciais. Sim, em Cuba as eleições foram racionalizadas: o número de candidatos é exatamente igual ao de vagas em disputa (evita-se, assim, o desperdício de votos).

O Partido Comunista foi o grande vitorioso, com 1.269 eleitos – aliás, é o único partido autorizado a concorrer, mesmo porque é o único do país. Segundo o jornal oficial Granm.

Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/

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