Certo dia um usineiro de Alagoas foi acusado de demagogia barata por promover um ato na cidade de Delmiro Gouveia, no interior, em apoio a uma tese dele próprio: a necessidade se ter de volta as eleições diretas. Conseguiu reunir 200 manifestantes. Após um ano e meio, 2 milhões de manifestantes exigiam o direito de o povo escolher o presidente.
Com justiça, a história registra seu nome: Teotônio Vilela.
A história há de registrar a tentativa canhestra de um grupelho imbecilizado que, acreditando nos próprios delírios (ou naqueles inoculados pelos idiotas de plantão), acreditava conseguir transformar a obediência ao estado de direito em argumento eleitoreiro.
Tentou transformar um aumento dado por um poste ─ eleito com compromissos com a boçalidade dominante por ordem de um desequilibrado mitômano ─ em insensibilidade de outro governante que não determinou o aumento. Somente garantiu a ordem pública, conforme EXIGE a Constituição Federal.
Na última de diversas manifestações, houve excesso evidente na ação da polícia. E este fato foi o novo enfoque das futuras manifestações agendadas. Como sempre , ocultou-se o fato primário os as consequências do mesmo.
Mas a miopia congênita de quem enxerga no povo apenas uma massa manobrável e amorfa, desta vez, perdeu.
Havia sim, desde a semana passada, um sentimento de CHEGA! De BASTA! Para além do que os antolhos das mulas milicianas (de diversos haras) podiam perceber. Inebriados pelo magnetismo do mágico do circo dos horrores, tentaram repetir o numero canhestro.
Neste 17 de junho, o povo voltou às ruas. Em número infinitamente maior que os 200 da primeira manifestação do RJ. E dos 1000 de São Paulo na primeira manifestação. E sabendo que punks e neonazistas foram contratados (por cachaça! Real e doloroso!) pelos militantes do PSOL, PSTU, PCO e MPL.
Era pouco álcool para muita lenha!
Como pessoa, eu me limito à minha aldeia. Belo Horizonte.
Por cá foram 20 mil manifestantes. E minha filha – com inúmeros e decentes amigos e amigas ─ esteve lá. Honrando a mim e ao avô. E principalmente a ela própria.
As palavras de ordem fariam Dilma preferir as vaias do estádio de Brasília.
Dilma FOI SIM o alvo principal. O roubo das obras da Copa, a impunidade dos mensaleiros, a falta de investimento em Educação e Saúde eram as reinvindicações gritadas por quem se sabia roubado. Nos sonhos e na vida.
Mas foi mais. Foi o grito de quem não se vê representado! De quem se sente abandonado. Distante de qualquer opção ou corrente política. A favor da decência, da honestidade, das escolhas acertadas e contra a mentira, propaganda e escárnio oficiais. O mesmo combustível das vaias.
As vaias de Brasília continuam a ser ouvidas. Agora em todo o Brasil.
Não há ganhadores no campo da representatividade oficial. Os partidos da base alugada, capitaneada pelo PT, foram execrados. E as oposições, colocadas no mesmo barco afundando.
Vejo com alegria. Imensa alegria.
Não vi uma multidão seguindo um líder de pés de barro ou um mito fabricado por algum marqueteiro regiamente pago. Nenhum pai dos pobres ou mãe do roubo. Nem um “justiceiro” que irá colocar ordem no bordel.
Vi jovens dizendo claramente que contam com eles mesmos. Que não seguem ordens de imbecis canalhas que pretendiam fazer de um aumento (que jamais os atingiria) em arma eleitoral. Que não distinguiam situação de oposição: “Dilma e Anastasia: tudo a mesma porcaria!”.
Uma pelo que fez e faz. Outro, pelo que deixou de fazer.
Hoje o Brasil continuou a vaia de sábado no estádio Mané Garrincha em Brasília.
MPL, PSOL, PSTU, etc. que se recolham à insignificância de sempre. Obrigado por acender um pavio que precisava de uma fagulha!
O povo existe! Não é miragem ou figura sociológica. E nesta segunda-feira foi às ruas.
À minha filha, OBRIGADO! Posso dormir em paz: até aqui fui bem!
E quem não acredita na mudança que está nas nossas portas, que me desculpe.
Eu a vi hoje nas ruas! E ela era sólida, intensa e honesta.
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