Fonte:|.revistafatorbrasil.com.br|
Ao mesmo tempo em que as indústrias de confecção do Sul do País reclamam do mau desempenho e responsabilizam a importação de produtos asiáticos pelas sucessivas quedas de produção, os setores industriais têxteis de Minas Gerais, Goiás e Fortaleza comemoram o reaquecimento das vendas e anunciam investimentos em modernização industrial e de maquinário.
Na avaliação da Abeim (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), se a indústria têxtil está preocupada com as importações chinesas em âmbito nacional, como explicar as divergências regionais relatadas por empresas do setor. Recentemente, a Cia Hering inaugurou uma unidade fabril em Goiás, ampliando para 3 o número de unidades da empresa naquele Estado. Por sua vez, indústrias de estamparia e tecelagem mineiras anunciaram crescimentos de até 20% em setembro frente ao mês de agosto, demonstrando que o pior da crise já passou.
Sylvio Mandel, presidente da Abeim, observa que a capacitação da indústria nacional é determinante para atender a crescente demanda do varejo de grande superfície. Este abastecimento viverá um gargalo nos próximos cinco anos se não houver investimentos em modernização desta indústria no curto e médio prazos. "A indústria nacional em geral não está acompanhando o crescimento do varejo de grande superfície, que só em 2009 chegará a 1.800 lojas em todo o País. É preciso que os empresários e o governo criem mecanismos de incentivo à expansão, principalmente a redução da carga tributária. Mas enquanto a reforma tributária não vem, muitas confecções deixaram o discurso protecionista de lado e decidiram arregaçar as mangas para atender ao crescimento do mercado consumidor brasileiro. É justamente o que o varejo de grande superfície vem fazendo, ou seja, trabalhando muito para vencer os desafios sem contar com nenhum tipo de incentivo governamental", afirma o presidente da Abeim.
Cada vez mais pulverizada, a indústria nacional carece de investimentos na modernização do parque produtivo e capacitação do empresário e da mão-de-obra. "Há uma notória desarticulação entre os interesses de todos os agentes do setor têxtil e de confecção. Quando se fala em implementação de novas tecnologias, muito se discute quanto a produtos de vanguarda, tecidos inteligentes e outros aspectos importantes para o desenvolvimento de longo prazo, mas muito distantes da realidade e necessidade do mercado consumidor brasileiro no curto e médio prazos. O que o varejo de grande superfície precisa urgentemente é de produtos com melhor acabamento e qualidade, preços competitivos e quantidade suficiente para atendimento de um mercado consumidor cada vez mais exigente, bem como cumprimento dos prazos de entrega estabelecidos pelo varejo e isto não vem sendo tratado adequadamente pela indústria", informa. [Sylvio Mandel, presidente da Abeim].
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