Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Acabou o dinheiro? Saiba como atualizar o guarda-roupa sem estourar o cartão de crédito

Três mulheres contam como andam na moda sem se render a ataques de consumismo.

No filme "Delírios de Consumo de Becky Bloom" não só Becky, mas, centenas de mulheres correm para as liquidações Reprodução

Quinze dias depois de todas as aquisições motivadas pelo Natal, está aberta mais uma temporada de compras. Com grandes descontos, as liquidações de janeiro mobilizam os consumidores de volta aos shoppings para aproveitar os preços baixos.

De acordo com o IBGE, em pesquisa realizada em 2011, 69% das brasileiras fez compras nos últimos 30 dias, e destas, 79% voltou para casa carregando sacolas abarrotadas de roupas. Os preços baixos são a maior motivação para levar a mulherada às lojas e arrematar um vestido, uma calça nova e umas blusinhas para enfrentar o verão.

Mas, mesmo com toda essa comoção em torno dos preços baixos, há quem não faça questão de enfrentar filas em shoppings para atualizar o guarda-roupa, e até consiga colocar novas peças nos cabides gastando muito menos do que as consumidoras que se jogam nas liquidações.

Jornalista especializada em comunicação corporativa, Júnia Chaves é adepta de um costume que fica cada vez mais raro nas grandes cidades: fazer roupas com costureiras. Em vez de adquirir peças de durabilidade limitada, ela opta por comprar bons tecidos e ter roupas feitas sob medida desenhadas por ela.

— Tenho um corpo meio complicado, bem baixa e ampulheta. Então realmente é bem dificil achar algo perfeito nas lojas.

O hábito deixa o guarda-roupa de Júnia com a cara dela e representa uma economia.

— Quando quero costurar do zero, um vestido pode sair R$ 150, que é o preço de um vestidinho em uma loja fast fashion, por exemplo. Mas o vestidinho eu compro e depois tenho que ajustar.

O guarda-roupa composto por peças sob medida também fizeram Júnia repensar a relação com as compras. A urgência de sair do trabalho e ir às lojas para se divertir com as amigas, ou comprar só mais um vestidinho porque está barato, não têm vez.

— Sou crítica porque sei que nem tudo vale à pena ou vai agradar. E antes de eu comprar uma peça eu sempre penso na vida útil dela, se ela vai combinar com muitas coisas, se vou usar muito, se vale o investimento.

Profissão: "não-acumuladora"

A designer de acessórios Aline Tolotti decidiu abrir mão do estilo de vida consumista não só para economizar, mas para adotar hábitos que causem menos impacto no meio ambiente. Costureira talentosa, ela reconhece que fazer as próprias roupas representa uma economia de mais de 50% com os looks, mas afirma que a escolha de consumir menos está relacionada mais à consciência ambiental do que ao bolso.

— Já fui muito consumista quando era mais nova. Mas hoje sou super consciente. Tenho as peças-chave que preciso e só compro se retiro outras peças do armário. Não sou acumuladora.

Aline aprendeu a costurar com a mãe, e hoje só veste as roupas que faz ou garimpa em brechó. Redes de fast fashion são úteis só na hora de comprar as peças mais básicas, e segundo ela, calma e disposição são o segredo das boas aquisições.

—  Eu tiro um ou dois dias para garimpar brechós, mas como um passeio, mesmo. Vou buscando peça-chave ou diferentes. Na confecção é necessário muito mais tempo hábil, pois o trabalho de molde, tecido, corte e produção é longo.

O estilo de vida “faça você mesmo” de Aline já virou trabalho. Os acessórios que ela faz em casa são vendidos em bazares e pela internet.



Tudo na gaveta?

Donas de armários que viviam abarrotados de peças que mal eram usadas, as amigas Giovanna Nader e Raquel Vitti resolveram fazer os achados que estavam encostados no fundo do guarda-roupa circular. Com o apoio de uma escola de moda, as duas criaram o projeto Gaveta, que teve em novembro de 2013 sua primeira edição.

Trata-se de uma clothing swap, ou bazar de trocas, um evento em que pessoas de diferentes estilos e tamanhos levam as peças que ainda podem deixar muito look mais bonito.

Giovanna explica que cada visitante chega com as roupas que não quer mais e as organizadoras fazem uma triagem antes de disponibilizá-las para os outros frequentadores do evento.

Giovanna Nader e Raquel Vitti tinham guarda-roupas abarrotados de peças que não eram usadas e resolveram mudar Divulgação

— Na primeira edição a gente recolhia as roupas, selecionava e dava uma moeda para ser gasta com as peças que estavam lá.

O que não ganhou novos donos por ali foi doado à ONG Filhos de Paraisópolis, e as duas amigas já estão organizando uma segunda edição. A primeira contou com 75 participantes.

— A gente quer falar muito mais sobre um consumo mais consciente. São Paulo está começando com essa cultura ainda. Está surgindo muito brechó legal, e talvez muita gente não saiba disso. A gente quer fomentar isso e aumentar cada vez mais esse jeito de consumir.

Giovanna e Raquel querem colocar no ar neste ano um site sobre moda sustentável e vender a ideia do projeto Gaveta a uma empresa, para que este se torne o trabalho oficial das amigas.

http://entretenimento.r7.com/moda-e-beleza/acabou-o-dinheiro-saiba-...

Exibições: 88

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço