Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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CARLOS BRICKMANN

O senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência da República, conseguiu o apoio do governador paulista Geraldo Alckmin para presidir o partido e teve amplas promessas de apoio da liderança tucana de São Paulo. Saiu consagrado ─ desde que a gente acredite naquilo que os políticos dizem.

Aécio, de maneira ostensiva, não participou das campanhas presidenciais de Serra e de Alckmin. Na última campanha de Serra, fez duros ataques aos paulistas que tentavam obrigar os mineiros a participar da chapa (Serra o queria para vice). No segundo turno, depois de prometer empenhar-se na campanha tucana, deixou seu reduto, Minas, onde tem forte influência, e foi pedir votos no Norte e Nordeste, onde era menos conhecido do que plural em discurso de Lula. Deixou mágoas. As vítimas da época podem ficar a seus pés, mas na condição de calos.

Eduardo Campos trabalha em condições melhores. Tem bom relacionamento com Alckmin, Serra e Kassab; está formando uma frente pernambucana da qual só ficam de fora o PT de Dilma, e PSOL, PCdoB, PSTU, PCO e outros campeões de votos. Sua candidatura interessa ao PSDB, pois facilita a realização do segundo turno. E o PT é obrigado a fazer-lhe declarações de amor, sempre correspondidas ─ sabe-se lá o que o futuro lhes reserva? Mas tanto o PT quanto o PSB iriam ao enterro político um do outro com grande prazer, mantendo embora a tristeza no rosto besuntado de óleo de peroba.

Como não dizia o escritor francês Stendhal, a palavra foi dada aos políticos para esconder seu pensamento.

Quem deita rola
Claro que nenhum candidato, nenhum de seus aliados e nenhum de seus estrategistas está perdendo tempo com planos de Governo, projetos para o país, essas bobagens: o foco é exclusivamente ganhar a eleição. Não se surpreenda, portanto, se Serra mudar de partido e se candidatar ao Governo paulista, com Kassab para o Senado e Eduardo Campos para presidente. Ou, se Kassab ficar com Dilma, Alckmin para a reeleição, Serra para o Senado e Eduardo Campos para presidente.

E que tal o Partido dos Trabalhadores com Paulo Skaf, presidente da Fiesp, o patrão dos patrões, na vice de Aloízio Mercadante ou do ministro Padilha?

O tempo passa…
O julgamento do Mensalão foi concluído em 17 de dezembro de 2012. Três meses e dez dias depois, ainda não foi publicado o acórdão ─ basicamente, o texto da decisão. Após a publicação do acórdão, abre-se o prazo para os embargos da defesa; há a decisão dos ministros sobre esses embargos; só então a sentença se torna definitiva e se inicia o cumprimento da pena. O processo é imenso, envolve muita gente ─ mas mais de três meses para uma redação não é meio muito?

…o tempo voa
A Operação Porto Seguro, aquela que revelou Rosemary Póvoa de Noronha, ocorreu em 23 de novembro de 2012. De lá para cá, um retumbante, trovejante, ruidosíssimo silêncio ─ até mesmo do presidente Lula, sempre feliz ao dar entrevistas e desde então privado desta sua alegria.

São pouco mais de quatro meses. É preciso resolver logo o caso, pensando até na citada senhora. Perdeu o cargo, está afastada do amigo. Nem para as viagens empreiterais tem sido convidada!

A missa da Poderosa
Para as vítimas de Petrópolis, nada: as verbas sumiram, as casa prometidas não surgiram, as encostas desprotegidas de novo caíram. Para as vítimas de Petrópolis, nem missa. O agente da Polícia Civil Paulo Roberto Filgueras fez sua parte, heroicamente; morreu salvando vítimas da tragédia de Petrópolis. E sua família ─ viúva, mãe, irmão ─ foi impedida de entrar na Catedral Metropolitana porque quem nada sofreu com a tragédia, Sua Excelência a Presidenta Dilma Rousseff, estava lá, cercada por sua tropa de seguranças. Dilma fez todo mundo esperar: a missa estava marcada para as 17h, e ela só chegou às 18h30, quando enfim as orações começaram.

A família da vítima não pôde entrar: quem aquelas pessoas de luto pensavam que eram para ficar no mesmo recinto da Presidenta?

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/

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