O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil Luiz Fernando Furlan disse que as acusações dos Estados Unidos de que o País é protecionista são "inoportunas e exageradas".
"O país que levantou o assunto é mais protecionista que o Brasil", disse neste sábado à noite, pouco antes de deixar o Fórum Empresarial de Algarve, em Portugal, realizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
Como exemplo do protecionismo americano, Furlan citou o descumprimento das regras impostas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) no caso dos subsídios aos produtores de algodão e também sobre a "incapacidade" de os brasileiros venderem carnes de frango e de porco ao país "sem justificativa".
O Brasil vem recebendo críticas devido à proteção ao mercado doméstico por meio do aumento de impostos para 100 produtos importados. A alta, em média, foi de 12% para 25%. O governo brasileiro afirma que a medida está de acordo com a regulação da OMC, que prevê um teto de até 35%.
O País já prepara uma nova lista de outros 100 produtos que devem ter as alíquotas de importação aumentadas, vigorando a partir de outubro."Espero que essas medidas (de aumento) sejam temporárias porque (a situação) não é aumentar impostos e diminuir a as ineficiências que temos para melhorar a competitividade", disse o ex-ministro.
Para Furlan, o aumento do imposto de importação é aceitável como medida paliativa, mas não como política pública de longo prazo, uma vez que não há contrapartida para tornar a economia brasileira mais competitiva. Na última sexta-feira, em visita ao Brasil, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou que ambos governos concordaram em "resistir ao protecionismo".
Na data, a presidente Dilma Rousseff e Cameron assinaram seis acordos de cooperação, sendo um deles sobre troca de informação sobre a preparação dos jogos olímpicos. Outros assuntos envolvem questões tributárias e o programa Ciência sem Fronteiras.
No início do mês, o Brasil recebeu uma carta do representante americano para assuntos comerciais, Ron Kirk, acusando o governo brasileiro de praticar protecionismo por aumentar as taxas para importação e dizendo que a medida pode prejudicar os laços comerciais entre Brasil e EUA.
Após a acusação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que Washington, devido ao afrouxamento monetário empreendido pelo FED (banco central americano), vai prover uma "enxurrada de dólares" - o que, segundo o ministro, seria protecionismo por desvalorizar as moedas locais.
Mantega teme que com o excesso do dólar no mercado, investidores tomem empréstimos nos Estados Unidos a custos baixos para investir no Brasil, onde terão retornos maiores, já que a taxa de juros é mais alta.
Fonte:|http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201209...
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