Alexandre Herchcovitch firma-se como maior nome da moda nacional

[Textile Industry]

Fonte:|clicrbs.com.br/especial/sc/donnadc|

Estilista dita um tom clássico para o guarda-roupa masculino de inverno
MARIANA KALIL

Saias tulipa, ankle boots, ombros marcados, tricô, legging metalizada, o rosa claro como um dos tons alternativos para quem quiser fugir do preto invernal. Essas são algumas das novidades do guarda-roupa feminino para o frio que vêm sendo apresentadas ao longo desta semana no São Paulo Fashion Week.
Mas e os homens? Vestirão o quê?

– Nada que escape muito do clássico – adianta a editora e comentarista de moda Iesa Rodrigues.

– Os homens não aceitam com tanta facilidade as mudanças no guarda-roupa – concorda a editora de moda da Rede Globo, Regina Martelli.

Maior nome da moda brasileira na atualidade, Alexandre Herchcovitch estreou a passarela do quinto dia do evento com um desfile masculino incrível. Foram cinco horas de preparação, 20 profissionais envolvidos e 32 modelos que toparam raspar a cabeça para integrar o casting do enfant terrible (um deles chegou a chorar ao ver os cabelos caírem no chão).

A referência foi o filme O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman, em que um cavaleiro medieval enfrenta a figura da morte numa sombria partida de xadrez.

À primeira vista, o estilo arrojado do styling parecia desmentir as afirmações de guarda-roupa clássico feitas por Iesa e Regina. Porém, um olhar mais atento e apurado logo percebia que a vanguarda dos personagens na passarela era apenas jogo de cena de Herchcovitch. Por trás do impacto provocado pelas caveiras, estava presente uma proposta absolutamente clássica, com alfaiataria impecável e casacos que foram o grande trunfo de sua coleção: modelos sobrepostos e dotados de assimetria, com destaque para o agasalho metade trench-coat, metade poncho.

A Neon, de Rita Comparato e Dudu Bertholini, fez uma das apresentações mais divertidas desta temporada de moda. A coleção Bichos, Caças e Caçadoras é dotada de peças supercoloridas – turquesa, vermelho, roxo, amarelo, e as modelos se transformaram em mulher-tucano, mulher-elefante, mulher-urso, mulher-coruja. Um verdadeiro zoológico em cena. Saias-lápis e tailleurs, bodies justos e cintura alta são a proposta da marca – uma proposta para quem gosta de brincar com a moda, para quem não se leva tão à sério assim.

O penúltimo dia de desfiles teve ainda o curitibano Jefferson Kulig com vestidos drapeados em jérsei, com bordados e paetês gigantes, Wilson Ranieri, Oestúdio e a coleção obra-de-arte-para-vestir de Lino Villaventura.