Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Neste momento de alta do Algodão vale a pena analizar a possibilidade de utilizar fios OE, se o artigo final assim o permitir, enquanto crù o tecido produzido com fios OE possuem um toque inferior aos tecidos produzidos com fio anel, mas hoje consegue-se eliminar essas diferenças no processo de acabamento.

 

Neste período de alta dos preços do algodão reforça a necessidade de estarmos sempre buscando a redução dos custos e melhoria contínua dos processos/quebrar paradigmas:

 

Anel cardado  x OE cardado, conceitos e aplicações

Pesquisado na revista textilia n. 48 de abril/maio e junho de 2003.

 

Características consagradas.

 

Não se discutem mais, pois foram amplamente dissecadas durante anos, tornando-se fatos comprovados técnica e economicamente, e contra fatos não gastaremos argumentos.

 

a)      Volume do fio

Para os mesmo títulos , o fio Open-End tem mais volume que o fio de anel, permitindo que  os tecidos de malha sejam mais leves com o mesmo fator de cobertura, produzindo mais metros de tecido por quilo de fio.

 

b)      Permeabilidade do fio

Devido a menor densidade dos fios Open-End, eles são mais permeáveis, portanto, tem mais capacidade de transportar mais umidade, eventualmente pode-se gastar menos corante para obter a mesma intensidade de cor.

 

c)      Ruptura em trabalho

Num mesmo processo de tecelagem plana ou de malha, o fio Open-End têm tendência a romper menos, deve-se principalmenteque uma bobina de fio Open-End, tem no mínimo 10 vezes menos emendas que uma com fio anel, diminuindo custos operacionais.

 

d)      Toque

Em artigos crus o toque dos fios anel é mais suave. Nos artigos acabados, esta diferença podem ser eliminadas, dependendo dos objetivos e da características do produto final.

 

e)       Títulos de fios

Consegue-se fazer títulos de anel mais finos do que Open-End

 

f)      Resistências dos fios

O fio de anel possui maior resistência em função da paralelização das fibras. Portanto o fio anel é mais indicado em relação ao Open-End para artigos Técnicos em que a alta resistência do fio é fator determinante na qualidade e viabilização do produto (para artigos de malha a flexibilidade é mais importante do que a resistência do fio).

 

g)      Encolhimento do artigo final

Não se pode afirmar que fios Open-End produzam artigos com menor encolhimento, pois o encolhimento depende também do tipo de construção do teciso, mas pode-se dizer, que este encolhimento , é mais equilibrado que o fio  anel nas mesmas condições de qualidade de fio,construção de tecido e acabamento final.

 

h)        Regularidade do e massa do fio (CVm)

Os fios de anel, em relação aos fios Open-End, em alguns casos, levam ligeira vantagem na uniformidade da massa do fio.

 

i)        Regularidade do diâmetro do fio (CVd)

A variação de diâmetro do fio Open-End é menor que os fios fabricados em anel.

 

j)      Quantidade de pontos grossos e finos

A quantidade maior de pontos finos e grossos  confere um aspecto visual rajado. Os fios Open-End possuem uma quantidade menor de pontos finos e grossos,a escolha por um ou pelo outro dependo do aspecto final esperado.

 

k) Pilosidade do fio (H)

 

Esta característica é mais importante pois indica, de maneira clara, a tendência, mais ou menos, para a formação de pilling nos tecidos. Sabe-se que o pilling, não é fenômeno surgido apenas das características dos fios, mas também da estrutura do tecido e do acabamento final. Entretanto, no que se refere à característica do fio, a pilosidade tem importância significativa. Pelos valores reais de pilosidade (H), percebe-se que os fios fabricados no Sistema Open-End tem menor valor de pilosidade, pois o fio Open-End é menos piloso (fibras soutas) do que os fios de anel.

 

l)     Tenacidade

Este item mostra que o fio Open-End tem tenacidade (resistência)  suficiente para trabalhar nos tecidos normais de tecelagem plana e tecelagem de malha, mas não suficientes altas para artigos especiais, como linhas de costura,  cordas de segurança, etc.

 

m)      Alongamento a ruptura

Percebe-se que há diferença nas médias de alongamentos, porém peuqenas. Se considerarmos o CV% os valores praticamente são os mesmos.

 

Conclusão:   O autor pretendeu neste artigo mostrar que ambos os fios possuem seu espaço no mercado, caberá ao cliente determinar quais características são importantes, pretende desmistificar alguns pré-conceitos ainda existentes.

 

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Comentário de António Manuel Miranda em 28 fevereiro 2011 às 9:51

Caro Silvio,
É um prazer trocar conhecimento com vc ou com outros colegas de área.
É das trocas de informação e de idéias que vem o conhecimento.

Abraços
A.Miranda

Comentário de Silvio da Silva em 28 fevereiro 2011 às 9:46

Mais usave Luiz? Sugiro fazer uma análise através de amostras, circular num grupo específico amostars dos dois tecidos, com números, tipo um interlaboratorial para ver o resultado final.

 

Cada um colocará na sua opinião que fio foi usado na amostra, anel ou OE. A intenção é  o aprendizado, Minha intenção não é provocar polêmica mas sim uma análise mais cuidadosa, muitas pessoas adotão um conceito e não fazem análises comparativas, já tive experiência em que foi trocado um pelo outro e não se percebeu a diferença, lógico que em alguns artigos é visível, mas outros a diferença é insignificante em função da redução dos custos.

 

Abs

 

Silvio

Comentário de Textile Industry em 28 fevereiro 2011 às 9:45
Convém lembrar que com as mesmas condições de fiabilidade, mesma matéria prima e título, o open-end, geralmente necessita de um coeficiente de torção maior para garantir o desempenho da máquina. (rupturas e eficiencia)
Comentário de Luiz Gustavo Moreira em 28 fevereiro 2011 às 9:39

Caros colegas, nas diversas experiências que tive neste assunto, constatei que artigos feios com fios de anéis ecoim  fios de OE , os artigos feitos com OE e tintos e acabados simultaneamente no final têm toques diferenciados isto é os artigos feitos com fios OE tem toque mais suave

Comentário de Silvio da Silva em 28 fevereiro 2011 às 9:37

Interessante Antônio, podemos trocar experiências, amostras de tecidos de malhas, dependendo do acabamento você se confunde quemé quem.

 

Abs

 

Silvio

Comentário de Textile Industry em 28 fevereiro 2011 às 9:36
Endosso o comentário do Manuel Miranda, reforçando que os ganhos em produtividade do open-end são expressivos, contudo por mais que se gaste em beneficamento, não se consegue ter um produto final de open-end, com as mesmas características do produto com fio de anél, são produtos diferentes com larga vantagem para o anel.
Comentário de António Manuel Miranda em 28 fevereiro 2011 às 9:16
Eu não tenho nada contra os Open-End, mas em se tratando de malha teremos 2 produtos finais finais diferentes.
O feito com fio convencional (e não estou aqui incluindo o compact) e o feito com OE.
O acabamento não modifica as características de cada um.
Na prática, o que vejo no mercado é que quem produz malha com OE tem o seu mercado e quem produz com ring tem o seu. E são produtos finais bem diferentes. Não se trata apenas  de pré-conceitos.
Comentário de Lavínnia Seabra em 28 fevereiro 2011 às 8:42

Para as fibras artificiais também existem diferenciação de processos para fiação?

Comentário de Delmo do Couto Almeida Junior em 28 fevereiro 2011 às 8:32

Bom comparativo Dr. Silvio

Vejo que ainda estas bastante atuante e estudando o assunto como há muitos anos já o fazia.

Um grande abraço

Delmo do Couto Almeida Junior

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