A produção mundial de algodão da safra 2015/16 deverá recuar para o menor patamar em 12 anos. Na avaliação do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a safra será de 22,1 milhões de toneladas. Há quatro anos, estava em 27,7 milhões. Além disso, o consumo mundial vinha crescendo. Saiu de 22,7 milhões de toneladas há quatro anos para 24 milhões no ano passado.
A previsão para este ano também era de alta, mas a estimativa mais recente do Usda (23,8 milhões) aponta para uma pequena queda.
Após amargar uma forte queda nos preços internacionais, devido à maior oferta de produto provocada por um crescimento da área semeada, os produtores esperavam um cenário melhor para este ano.
Um fato novo, no entanto, vai afetar essa recuperação: a recente queda dos preços do petróleo, que recuou para valores inferiores a US$ 30 por barril. Estudo do Itaú BBA indica que, a cada 10% de alteração no preço do petróleo, a fibra sintética, derivada da matéria-prima e concorrente do algodão, tem variação de 3,7% no mesmo sentido. Ou seja, haverá uma queda de importância do algodão na demanda global de fibras, devido à queda do petróleo.
Guilherme de Melo, analista sênior de agronegócio do Itaú BBA, diz que o algodão poderá ter dois freios: O efeito renda (produto mais caro) e o efeito substituição.Os preços mais deprimidos do petróleo podem ser repassados para os preços das fibras sintéticas. Com isso, deve haver uma redução da competitividade relativa da fibra de algodão (efeito substituição), afetando a demanda pelo produto.
Análise do Usda sobre o setor de algodão na semana passada aponta que o consumo mundial se deteriorou, principalmente com a participação menor da China no mercado. Os chineses devem importar apenas 1,1 milhão de toneladas do produto nesta safra, bem abaixo dos 5,3 milhões de 2012. Os estoques do país estão elevados.
Os rumos do setor de algodão vão depender, a partir de agora, da queima dos estoques elevados da China, do efeito da redução da área plantada –cujo patamar é o menor em sete anos: 30,95 milhões de hectares– e da reação dos preços do petróleo.
Melo acredita que o excesso de oferta continua afetando os preços do petróleo. Não haveria, aliás, probabilidade de um corte coordenado na produção no curto prazo. Em patamares baixos, no entanto, os preços do óleo dos últimos 18 meses estão reduzindo investimentos e causando queda de produção em alguns países fora da Opep já em 2016. Essa queda, combinada com novo aumento da demanda global, deve ser suficiente para equilibrar o mercado, na avaliação do analista do Itaú BBA.
Apesar dos preços ainda baixos no curto prazo, os analistas do banco mantêm projeção de uma recuperação dos preços do óleo a partir do segundo semestre. Estimam US$ 55 por barril ao fim de 2016 (Folha de S.Paulo 17/2/16)
Fonte: Brasilagro.
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