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Ayleen Charlote, vítima do “golpista do Tinder”, deixa alerta sobre “red flags” de fraudadores

Em visita ao Brasil, Ayleen Charlote, hoje ativista antifraude, compartilhou sua experiência com o golpe retratado no documentário da Netflix.

Ayleen Charlote, ativista antifraude e vítima do "Golpista do Tinder" (Imagem: Divulgação)

Lançado em fevereiro de 2022 pela Netflix, “O Golpista do Tinder” rapidamente se tornou um fenômeno. Segundo dados da plataforma de streaming divulgados à época, o longa se tornou o documentário mais assistido de sua história, com 166 milhões de horas assistidas nos primeiros 28 dias após o lançamento.

O filme narra a trajetória criminosa de Shimon Hayut, golpista que usava o aplicativo de relacionamentos Tinder para se conectar com mulheres, manipulá-las emocionalmente e extorqui-las financeiramente, sustentando seu estilo de vida luxuoso. Em seus golpes, Hayut assumia a identidade de “Simon Leviev” e se apresentava como filho de Lev Leviev, magnata russo-israelense dos diamantes.

A estilista Ayleen Charlote foi uma de suas vítimas. Hoje, a holandesa atua como ativista da causa antifraude e trabalha junto à BioCatch, startup israelense especializada em detecção de fraudes digitais. No Brasil para palestras sobre o tema, Ayleen compartilhou detalhes sobre sua trajetória com a imprensa em um encontro nesta semana, em São Paulo.

“Eu precisei de mais de nove meses para decidir fazer parte do documentário”, contou. “Se as vítimas começarem a falar sobre esse assunto, mais autoridades policiais, bancos e governos entenderão o que fazer. Com isso, mais pessoas discutirão o assunto. É um ciclo”. Ela continuou: “Se eu ficasse quieta, isso seria vantajoso para o meu fraudador”.

Após sofrer um prejuízo de milhares de euros em depósitos enviados a Hayut, Ayleen foi uma das grandes responsáveis por entregá-lo às autoridades. A holandesa descobriu a verdade sobre o golpista em uma reportagem no jornal norueguês Verdens Gang, que contava a história de duas outras vítimas.

Depois disso, colaborou com a polícia grega e usou a tecnologia para garantir que ele fosse preso. Durante um voo de Hayut entre a República Checa e a Grécia, ela monitorou mensagens enviadas pelo celular, aguardando o momento em que a confirmação de recebimento aparecesse – o que significava que ele havia pousado e tirado o smartphone do modo de voo. “A Interpol estava esperando por ele no portão”, disse.

Também durante a conversa, Ayleen compartilhou algumas das lições que aprendeu com o episódio. Uma das mais importantes “red flags”, ela explicou, é o senso de urgência que os golpistas impõem para desnortear suas vítimas.

“Quando um fraudador te pede dinheiro, ele precisa para agora. Ele não vai te deixar pensar racionalmente; eles criam uma crise. Então, se alguém estiver fazendo isso, por favor, se afaste da situação. Pense no assunto por alguns dias. Se a pessoa ficar nervosa ou se afastar de você, você saberá que era um golpe”, apontou.

Além disso, ela recomenda compartilhar o que está acontecendo com pessoas de confiança ao seu redor. “Converse com familiares e amigos. Talvez eles possam te ajudar a enxergar sinais de alerta que você não consegue ver por estar no meio da situação”, disse.

Cassiano Cavalcanti, especialista em prevenção de fraudes e cibersegurança e diretor de pré-vendas da BioCatch na América Latina, ecoou o ponto levantado por Ayleen. Segundo ele, o senso de urgência é também um sinal de alerta para bancos e instituições financeiras, e um dos indicativos de que algo está errado.

“O fraudador tem pressa, o processo precisa acontecer rápido. Se passar alguns dias, as pessoas vão se dar conta do que está acontecendo. Então, volume e quantidade de transações fora do perfil habitual de uma pessoa são sinais”, explicou Cavalcanti.

Fundada em 2011, a BioCatch é uma startup israelense especializada em biometria comportamental. Sua solução BioCatch Connect é capaz de ler sinais como velocidade e padrões de digitação e comportamento do usuário para indicar possíveis fraudes. Organizações financeiras e seguradoras estão entre seus principais clientes.

O BioCatch Connect está presente em mais de 30 dos 100 maiores bancos do mundo, e em 210 instituições financeiras globais. Entre seus clientes no Brasil estão o Itaú e o Safra. No primeiro semestre deste ano, a companhia registrou o melhor resultado financeiro de sua história, com um crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado e o registro de 8 bilhões de sessões mensais.

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