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Como utiliza o bicho-da-seda como matriz, que é objeto de exploração industrial, o novo processo tem potencial para ser usado em larga escala.
Teia de aranha artificial
As teias de aranha naturais têm várias propriedades físicas únicas, incluindo uma elasticidade e uma resistência à tração significativamente superior à dos fios do bicho-da-seda.
Segundo os pesquisadores, a seda de aranha artificial, produzida pelos bichos-da-seda transgênicos, apresenta propriedades de força e flexibilidade similares à seda de aranha natural.
"Esta pesquisa representa um avanço significativo no desenvolvimento de fibras de seda aprimoradas tanto para aplicações médicas quanto não-médicas," afirma Malcolm J. Fraser, coordenador da equipe. "A
produção de fibras de seda com as propriedades da teia da aranha tem
sido uma das metas mais importantes na ciência dos materiais."
Bicho-da-seda transgênico
A fabricação da teia de aranha pelo bicho-da-seda foi possível graças a uma técnica chamada piggyBac, desenvolvida por Fraser. PiggyBac é um pedaço de DNA, conhecido como transpóson, capaz de se inserir no mecanismo genético de uma célula.
Os cientistas manipularam geneticamente os bichos-da-seda para que eles incorporassem DNAs específicos extraídos das aranhas.
Quando esses bichos-da-seda transgênicos tecem seus casulos, a seda produzida por eles não é a seda de um bicho-da-seda comum, mas uma combinação de seda de bicho-da-seda e seda de aranha.
A proteína de seda geneticamente modificada produzida pelos bichos-da-seda transgênicos melhorou consideravelmente a elasticidade e a força dos seus fios, fazendo-os aproximar-se da qualidade da seda
natural de aranha.
Aplicações das teias de aranha artificiais
As fibras de seda de aranha têm inúmeras aplicações biomédicas em potencial, tais como fios de sutura mais finos e mais resistentes, curativos e suportes para a recuperação ou a substituição de tendões e
ligamentos.
Como são extremamente resistentes, os pesquisadores apontam também para a possibilidade de uso das teias de aranha artificiais como material estrutural, em roupas à prova de balas, tecidos estruturais,
roupas para atletas e até melhores airbags para automóveis.
Apesar de apresentarem uma resistência superior à do aço, contudo, as sedas são materiais biológicos - formados essencialmente por proteínas - o que significa que elas se biodegradam com facilidade, o que impõe
limites ao seu uso.
A pesquisa incluiu colaboradores da Universidade de Notre Dame, da Universidade de Wyoming e da empresa Biocraft Kraig Laboratories.
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