Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Bioetanol é obtido a partir de resíduos de algodão

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Em Blumenau, uma nova pesquisa foi realizada para produzir bioetanol a partir da hidrólise enzimática de resíduos de algodão da indústria têxtil. A cidade é conhecida como pólo têxtil no sul do país e, por isso, as empresas blumenauenses utilizam uma grande quantidade de algodão. O estudo foi feito pela graduanda em Química pela Universidade Regional de Blumenau (Furb), Larissa da Silva, e propõe usar material residual com baixo valor agregado para produzir bioetanol.

“Hoje as indústrias de Blumenau têm grandes problemas em relação ao armazenamento desses resíduos. O material é utilizado como ração de gado ou ainda, para queima em caldeiras. A ideia é fazer com que os restos tenham um fim mais sustentável e lucrativo”.

Para quem não sabe, estes resíduos de algodão são a parte bruta da matéria-prima, que sobra do processo de beneficiamento têxtil. “Quando a fibra de algodão chega à indústria, ela sofre um processo de limpeza e fiação. Depois, passa por dutos que as filtram. No final, sobram as fibras muito curtas, que não são adequadas para a fabricação de tecido de primeira qualidade, além de possíveis impurezas e cascas provenientes da coleta do algodão. Este material é o resíduo que usamos na produção de bioetanol”.

A hidrólise é uma reação química, estimulada por uma enzima, e significa a quebra de uma molécula em duas ou mais moléculas. Assim, no caso da pesquisa, foi realizada a hidrólise da cadeia celulósica em unidades individuais de glicose, que são encontradas nos resíduos de algodão da indústria têxtil. “Ou seja, o objetivo do trabalho é produzir açúcar, que será fermentado para que seja fabricado o bioetanol”.
Larissa da Silva

Durante o processo de hidrólise, onde há a transformação dos resíduos de algodão em açúcar

Larissa ainda explica que por ser uma energia renovável, o bioetanol não polui tanto o ambiente quanto a gasolina. Com a produção deste combustível, fecha-se o ciclo e o CO2 é reabsorvido pelas plantações de algodão ou mesmo de cana-de-açúcar. O bioetanol pode ser usado como aditivo de gasolina, pois não é possível utilizá-lo como único combustível. “Isso porque não há plantação suficiente para suprir essa necessidade. Então, usar o bioetanol como aditivo contribui para diminuir a dependência de combustíveis fósseis”. Tenha mais informações acessando o artigo Bioetanol de cana-de-açúcar – Energia para o desenvolvimento sustentável.

Há, certamente, muito estudo a fazer e desafios a superar em torno do assunto. Mas, do ponto de vista ambiental, não há o que questionar. Para o biólogo Sommer a pesquisa é favorável. “Essa alternativa é de fato interessante, já que Blumenau é uma cidade com vocação têxtil. Aproveitar o resíduo para a produção de açúcar seria uma solução vantajosa, porque daria uma destinação mais adequada e, principalmente, acabaria participando do fechamento do ciclo”.

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