Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Blablacar: Brasil tem mais de 10% da comunidade da empresa no mundo

Em entrevista ao IT Forum, Tatiana Mattos, country head da companhia no Brasil, conta sobre sua visão B2B para a plataforma de mobilidade.

Laura Martins
Tatiana Mattos, country head da Blablacar

Nascida em 2003 após o seu idealizador ter dificuldade de ir ao interior da França, a Blablacar chegou ao Brasil em 2015 como uma plataforma de carona e, em 2020, iniciou as operações também com operadores de ônibus para auxiliá-los nas vendas de bilhetes.

“Esse filho mais novo que lançamos acaba fazendo com que o nosso consumidor se torne um tripé: nós temos o passageiro, o motorista de carona e os parceiros, que são os operadores regulares do setor rodoviário”, comentou Tatiana Mattos, nova country head da empresa no Brasil.

Hoje, a empresa possui mais de 160 parceiros e o objetivo de lançar o market place era muito além de ser um canal de vendas, mas gerar inteligência a respeito da demanda e do modelo de consumo desse operador.

“Uma vez que esse operador assina a parceria com a gente, ele passa a ganhar uma inteligência de um gerente de contas que trabalha quase que 100% do tempo junto com ele. Ele tem acesso a dashboards e relatórios do nosso lado em tempo real. Ele consegue monitorar a venda dele em tempo real nós vamos gerando insights. Temos reuniões de acompanhamento desses resultados e com algumas dicas de, por exemplo, oferta de horário, horários extras, valores, entre outros”, explicou a executiva.

A tecnologia por trás da plataforma, entretanto, não se resume a isso. Na parte da carona, a Blablacar usa sua inteligência para calcular a melhor rota para o condutor, possibilita fazer paradas ao longo do caminho, além do cálculo de precificação e diversas ferramentas de segurança.

“Recentemente lançamos um selo de perfil verificado, com três etapa das de verificação de passageiros e condutores: e-mail, documento e telefone. Temos também as avaliações, feitas com uma inteligência qualitativa e quantificativa e uma ferramenta específica para as mulheres – onde motoristas mulheres podem oferecer sua carona apenas para outras mulheres”, resume Tatiana.

Mas, para a executiva, o mais poderoso da Blablacar é a construção da multimodalidade no Brasil. É bastante complexo trabalhar mobilidade em uma extensão continental, como o nosso. Segundo ela, 30% das rotas de carona não são cobertas por outro modal. Hoje, são mais de 12 milhões de usuários e mais de 30 mil rotas criadas para viagens intermunicipais. No segundo semestre deste ano, foram oferecidos cinco milhões de assentos, crescimento de 59% e 2,1 milhões de passageiros, crescimento de 62% no mesmo período.

“Quando olhamos o tamanho da nossa comunidade, temos noção da Blablacar Brasil para o mundo. Somos quase 12,5 milhões de brasileiros no Brasil e, no mundo, são 100 milhões. Ou seja, temos mais de 10% da comunidade globalmente”, frisa Tatiana.

Apesar de não abrir números de investimentos ou faturamento na região, a head nos fala sobre o aporte recebido do IFC. Foram US$ 15 milhões de dólares investidos na Blablacar de mercados emergentes – mas, quase em toda sua totalidade, para o Brasil. “Esse investimento será usado uma parte para continuar dando suporte para a atividade de carona, mas a maior parte é para estreitar esse relacionamento B2B, melhorar a inteligência.”

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