Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A acentuada depreciação da moeda brasileira nas últimas semanas pode desferir dolorido golpe na autoestima do país. O Brasil concluiu 2011 como a sexta maior economia do mundo. Ultrapassou o Reino Unido em termos do Produto Interno Bruto (PIB) em dólares correntes.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), fechamos 2011 com um PIB de US$ 2,5 trilhões.

Embora o Brasil ocupe a mesma fatia da economia mundial (pouco menos de 3%) há 10 anos, o frenesi internacional (e também interno) fazia supor que o PIB nacional – em escalada irresistivelmente ininterrupta – ultrapassaria o da França já em 2015. Figuraria o país dentre as cinco maiores economias.

Curiosamente, as elevadas taxas de juros brasileiras, apontadas (corretamente) como uma das vilãs de nosso subdesempenho, ajudaram na ilusão do PIB turbinado em dólares.

Com a baixa remuneração do capital nas principais praças financeiras mundiais, sobretudo após a Grande Recessão iniciada em 2008, as comparativamente elevadas taxas brasileiras atraíram ainda mais capital de portfólio. Ao desembarcarem no Brasil, ajudaram a sobrevalorizar o real e assim influíram na apreciação do PIB medido em dólares correntes.

Em ocasiões anteriores, em que o Brasil teve sua moeda depreciada ante outras divisas, havia significativa diferença entre a posição ocupada pelo Brasil no PIB medido em dólares correntes ou pelo poder de paridade de compra (PPC).

Como preços e custos de fatores brasileiros, em outras conjunturas, eram notadamente inferiores a congêneres globais, ainda que o PIB nominal decepcionasse, o PIB por PPC sugeria uma melhor colocação brasileira.

Em anos recentes (2006-2011), visualizamos expressiva ascensão do PIB nominal – embora o Brasil não tenha subido na mesma proporção em termos de PIB por PPC, dada a vertiginosa escalada dos preços relativos no país.

Nesse período, o Brasil cresceu a taxas anuais de 4,2%, média inferior à dos outros Brics e de latino-americanos como Colômbia e Peru.

Embora seja cenário ainda pouco provável – e sequer desejável -, imaginemos que nos próximos sete meses ocorra uma desvalorização do real em mais 10% com base num dólar atual a R$ 2 (valor na data em que escreve este articulista). O dólar em dezembro de 2012 valeria aproximados R$ 2,20.

Nos últimos 25 anos, a produtividade brasileira só evoluiu à ordem de 0,2% ao ano

Suponhamos também que o PIB no Brasil medido em reais suba 3% em relação a 2011. O Brasil teria em 2012 um produto de R$ 4,25 trilhões, mas, mensurado em dólares correntes, de apenas US$ 1,93 trilhão.

Caso isso aconteça, a economia brasileira voltaria a ser a 9ª maior, sendo ultrapassada por Reino Unido, Itália e Rússia. É claro que estas economias também são afetadas pela crise e suas posições podem regredir. O quadro mostra, no entanto, como é superficial vangloriarmo-nos como “sexta maior economia”.

Aconteça o que acontecer com o câmbio, a corrida essencial que deve preocupar o Brasil é a da competitividade dos fatores.

Nos últimos 25 anos, a produtividade brasileira só evoluiu à ordem de 0,2% ao ano – ao passo que na China a evolução anual no período foi de 4%. Elevar poupança interna e investimentos como percentual do PIB. Direcionar mais recursos a educação, ciência e tecnologia.

Eis os caminhos para que o Brasil prospere sem depender dos malabarismos cambiais.

Fonte: http://www.imil.org.br/destaque/brasil-9-economia-mundial/

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