Problemas de infraestrutura, como o acesso ao porto, prejudicam a competitividade do Brasil (Manoel Marques)
O Brasil perdeu espaço no cenário competitivo internacional e despencou cinco posições no Índice de Competitividade Mundial 2013, elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), uma das maiores escolas de negócios no mundo. O país passou para a 51ª posição, ante o 46º lugar ocupado no ranking do ano passado. Na liderança da lista estão os Estados Unidos, que recuperaram o posto após perdê-lo no ano passado para Hong Kong, graças a uma melhora do setor financeiro, à abundância de inovação tecnológica e companhias de sucesso. O segundo lugar foi ocupado pela Suiça e o terceiro, por Hong Kong.
"Estávamos esperando o Brasil numa posição bem melhor", disse o diretor do IMD World Competitiveness Center, Stephane Garelli. Na sua visão, o grande problema do país é "muito consumo e pouca produção" - o que denota as falhas do modelo de crescimento adotado pela presidente Dilma Rousseff. Desde que a petista chegou ao poder, em 2011, o país despencou sete posições no ranking.
De acordo com o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena o levantamento no Brasil, um dos únicos pontos em que o país ganhou competitividade foi a atração de investimentos. No entanto, há o desafio de transformar estes recursos em produtos e serviços de maior valor agregado. Isso sem contar os investimentos necessários em infraestrutura, logística, mobilidade urbana, educação e as já tão falada reforma tributária - fatores que minguam a competitividade do país. "O Brasil precisa ter um senso de direção e um bom plano de investimento e perseguí-lo", adicionou Stephane Garelli, do IMD.
Entre os BRICs, apenas a África do Sul está em pior colocação do que o Brasil, ao perder a 50ª posição do ano passado para ficar em 53º lugar este ano. Apenas a China, que passou do 23º para o 21º lugar, e a Rússia (do 48º para o 42º) subiram nos rankings, enquanto a Índia caiu da 35º para a 40ª posição. As economias emergentes em geral continuam altamente dependentes da recuperação econômica mundial, que parece estar atrasada, de acordo com o IMD.
"É verdade, a competitividade da Europa está diminuindo, mas a Suíça, Suécia, Alemanha e Noruega estão brilhando com o sucesso. A América Latina está decepcionando, mas há ótimas empresas internacionais em toda essa região. O Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul são muito diferentes em relação às suas estratégias de competitividade e desempenho, mas os BRICS continuam sendo terras de oportunidades", afirmou Garelli.
Na Europa, Suíça, Suécia e Alemanha são consideradas as nações mais competitivas, cujo sucesso se baseia na manufatura orientada para exportação, economias diversificadas, pequenas e médias empresas fortes e disciplina fiscal. "Como no ano passado, o resto da Europa está pesadamente constrangida por programas de austeridade que estão atrasando a recuperação e colocando em causa a oportunidade das medidas propostas", disse o IMD.
A pesquisa avalia as condições de competitividade de 60 países a partir da análise de dados estatísticos nacionais e internacionais e pesquisa de opinião realizada com executivos.
(com agência Reuters)
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"O Brasil precisa ter um senso de direção e um bom plano de investimento e perseguí-lo.
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