Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Brasil é o país mais desigual; 1% mais rico fica com quase metade da riqueza

Patrimônio dos bilionários teve alta recorde; 7.070 pessoas têm mais de US$ 500 milhões.

O Relatório de Riqueza Global 2022, publicado pelo Credit Suisse Research Institute (CSRI), revela crescimento recorde de riqueza em 2021. O 13º relatório mostra o aumento em todas as regiões, lideradas pela América do Norte e China.

A participação do 1% mais rico aumentou pelo segundo ano consecutivo para atingir 45,6% da riqueza total em 2021, acima dos 43,9% em 2019.

A desigualdade é alta na América Latina, especialmente no Brasil, onde o coeficiente Gini da riqueza foi de 89,2 em 2021, acima dos 84,5 em 2000, e um dos números mais altos do mundo. A parcela de riqueza do 1% mais rico agora é de 49,3%, contra 44,2% em 2000.

Comparados a outros 9 países selecionados pelo banco suíço (Canadá, China, Índia, França, Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Japão e Reino Unido), o Brasil é o mais desigual. Na Rússia, o coeficiente Gini ficou em 88, e nos Estados Unidos, em 85.

A fatia do 1% mais rico, porém, é maior no país de Putin: os super-ricos ficam com nada menos que 58,6% da riqueza. O Brasil fica na segunda posição, seguido pela Índia (40,6%). O número de milionários brasileiros deverá crescer 115% entre 2021 e 2026, muito acima da alta mundial de 40% projetada para o período.

O clube global de milionários ganhou 5,2 milhões de membros no ano passado, totalizando 62,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

A grande maioria destes milionários tinha patrimônio entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões: 54,1 milhões ou 87% do grupo; 5,4 milhões têm entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões; e 3 milhões têm patrimônio acima de US$ 10 milhões.

Destes últimos, 2,7 milhões têm ativos na faixa de US$ 10 milhões a US$ 50 milhões, deixando 264.200 indivíduos (os chamados UHNW, ultra high net worth, que correspondem a 0,00004% da população global) com patrimônio líquido superior a US$ 50 milhões no final de 2021. São 89,4 mil a mais do que em 2019. Isso significa que o número de adultos com riqueza acima de US$ 50 milhões cresceu mais de 50% durante um período de dois anos.

O número de adultos com patrimônio acima de US$ 100 milhões no final de 2021 totalizou 84.490, dos quais 7.070 têm mais de US$ 500 milhões.

A quantidade de milionários crescerá acentuadamente nos próximos cinco anos, para 87 milhões, enquanto o número de UHNW chegará a 385 mil, projeta o relatório.

A riqueza global totalizou US$ 463,6 trilhões, um aumento de 9,8%. A riqueza por adulto aumentou 8,4%, para US$ 87.489. Deixando de lado os movimentos da taxa de câmbio, a riqueza global agregada cresceu 12,7% em 2021, que é a taxa anual mais rápida já registrada. A alta foi puxada pela valorização de ações nas Bolsas de Valores.

Marcos de Oliveira

Diretor de Redação do Monitor Mercantil

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