Ao Convergência Digital, o executivo disse que existem vários desafios à frente da diretoria de inteligência artificial. “Mas acho que tudo se resume a como eu vou, de maneira executiva, estimar cada vez mais o uso de IA dentro do grupo para termos mais casos de uso”, assinalou.
Muito esforço está concentrado no “cérebro da Lu”, que é uma interação conversacional, que vai atuar tanto no pré-vendas como no pós. Trata-se do maior projeto de IA na companhia, mas não é o único. “Meu objetivo é que todos dentro do Magalu tenham IA dentro da sua cabeça no sentido de que IA, da mesma maneira que internet foi há tantos anos, possa alterar a maneira que a gente faz negócios. IA é uma coisa tão grande quanto o computador”, refletiu.
O Magalu é hoje uma das maiores empresas de tecnologia para o varejo no Brasil, com cerca de 40 milhões de clientes ativos. Seu modelo de negócios está baseado na multicanalidade. Em 2023, a companhia anunciou dois novos serviços tecnológicos: a Magalu Cloud, que tem o objetivo de atender a empresas brasileiras em sua jornada de digitalização, e o “cérebro da Lu”.
Lançado em julho, o “cérebro da Lu” permite que a influenciadora recomende produtos com base nas necessidades e preferências de cada cliente, como o melhor smartphone com base na duração da bateria, no preço, na resistência da tela ou o aparelho mais adequado para edição de vídeos. As recomendações são geradas automaticamente, com base nas informações contidas nas perguntas dos clientes.
A ideia é que com isso a Lu seja um canal de comunicação, por onde clientes possam além de comprar, resolver problemas de maneira conversacional e multimodal. E mais: o Magalu almeja levar a experiência do celular para todos os diferentes pontos de contato. “Estamos preparando um plano para ampliar as capacidades da Lu, tanto no pré quanto no pós-vendas, para começar a atingir a experiência do usuário; queremos atender às dores do consumidor”, disse Caio Gomes.
Atualmente, a empresa está usando modelo de chatbot baseado em aprendizado de máquina e NLP (natural language processing ou processamento de linguagem natural) tradicional, feito via árvore de decisão. Funciona, mas o objetivo é evoluir para ser mais conversacional, na qual a Lu entenda as perguntas e os contextos e traga respostas — e não uma URA com uma árvore de decisão.
“Estamos com testes internos, criando a arquitetura da solução, que é muito mais complexa, porque é para milhares de casos de uso, e testando opções de arquitetura e de LLMs para usar”, apontou o diretor, explicando que a fase ainda é inicial e de testes. “É construção do conhecimento; usamos os dados internos, mas o risco que se tem é problema de vazamento de informações. Estamos tomando todos os cuidados para treinar o modelo para não vazar informações de pessoas”, assinalou.
Ele explicou que o Magalu está fazendo os ajustes de comportamento dos prompts e fine tuning. Também testa diferentes modelos de LLMs para entender qual — ou quais — se adequam melhor para os distintos tipos de situação. “Estamos montando o modelo sem fechar para um LLM específico; a gente vai fazer um tipo de modelagem que é SLM e vamos ter SLMs treinadas para conjuntos específicos”, explicou.
Os pequenos modelos de linguagem (SLMs) têm chamado a atenção das empresas justamente pelo uso reduzido de parâmetros de testes, o que leva a menos alucinação.
E como será a Lu do futuro? “Eu imagino que você vai poder fazer tudo de maneira conversacional e multimodal com a Lu, por exemplo, fazer compras usando voz, ter uma interação conversacional, similar a um vendedor antigo, com personalização principalmente para saber quem é, o que gosta etc.”
Por Roberta Prescott
Fonte: Convergência Digital
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