Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Candidato de Lula perde na Argentina e vencedor virá ao Brasil educar Dilma Rousseff

Vitória de Mauricio Macri sobre Daniel Scioli acende esperança conservadora no continente

Lula Argentina

O derrotado Scioli, o esvaziado Lula e o vencedor Macri: a América Latina começa a se libertar do Foro de São Paulo

O oposicionista Mauricio Macri é o próximo presidente da Argentina.

Ele venceu neste domingo Daniel Scioli, esquerdista apoiado pela atual presidente Cristina Kirchner e também por Lula e Dilma Rousseff.

“Você é o verdadeiro vencedor”, disse Scioli a Macri por telefone, reconhecendo a derrota, segundo o jornal Clarín.

A vitória de Macri, candidato de centro-direita, encerra doze anos de hegemonia política do casal Kirchner, primeiro com Nestor e agora com Cristina.

Suas prioridades internas são de dar inveja ao Brasil:

– reduzir a pobreza a zero;

– derrotar o tráfico de drogas;

– fortalecer a liberdade de expressão e extinguir a Secretaria Estratégica para o Pensamento Nacional, abandonando “todas as ideias de controlar o pensamento a partir do ministério da Cultura”, para “que a Cultura não seja utilizada como propaganda”, porque “a ideia de coordenar a Cultura encobre um pensamento autoritário”;

– unir os argentinos, porque “é preciso terminar com sectarismos, divisões inúteis e mesquinharias”.

Na política exterior, Macri promete mudar “tudo” em relação a Kirchner, o que, na prática, também significa fazer o contrário do que Lula e o Foro de São Paulo pregam desde 1990 com seus chavões contra o “neoliberalismo”.

“Nosso governo escolheu a confrontação sistemática com quase o mundo inteiro, e nos deixou numa situação de muito isolamento. É preciso ir até o mundo, é preciso recuperar mercados”, disse Macri.

Ele anunciou que fará sua primeira viagem internacional como chefe de Estado ao Brasil, “o sócio estratégico mais importante que a Argentina tem”.

Macri irá propor a Dilma uma revitalização do Mercosul para acelerar as negociações em prol de um acordo de livre comércio com a União Europeia e de uma convergência com a Aliança do Pacífico, o recente e pujante bloco comercial composto por Chile, Colômbia, México, Peru e Costa Rica.

Para infelicidade de Lula, seus objetivos são suspender a Venezuela do Mercosul por abusos contra a democracia, afastar a Argentina do bolivarianismo e aproximá-la, também, dos Estados Unidos.

Macri Venezuela 2

A derrota de Lula

Durante a campanha, Lula apareceu várias vezes com o agora derrotado Daniel Scioli, gravou vídeos e concedeu entrevistas declarando o seu apoio – o que, dado o resultado das urnas, já serve de alerta aos políticos brasileiros que ainda cogitam tê-lo como garoto-propaganda nas eleições municipais de 2016.

Em setembro, ele disse ao jornalista argentino Martín Granovsky:

Tive uma relação extraordinária com o [Nestor] Kirchner, tive com a Cristina [Kirchner]. Então, obviamente que eu fico aqui do Brasil torcendo para que a Cristina consiga fazer o sucessor. E ainda muito melhor quando o sucessor dela é o Scioli. Então eu fico torcendo [para] que o Scioli ganhe as eleições. E que ganhe as eleições alguém que goste desta relação com o Brasil. Alguém que veja o Brasil como um parceiro e não como adversário. Alguém que trabalhe junto com o Brasil”.

Macri ganhou as eleições e vê o Brasil como um parceiro, mas, quando Lula fala em Brasil, ele quer dizer o PT, cuja confrontação sistemática com o mundo inteiro sempre contou com o kirchnerismo.

“Então é por isso que eu acho que não pode haver retrocesso. Não pode haver retrocesso nessa relação. Porque nós vivemos o período militar, depois nós vivemos a Era Menem e a Era [Fernando Henrique] Cardoso, em que foi [sic] desmontado o Estado argentino e o Estado brasileiro. Depois nós vivemos a nossa Era que foi uma Era, sabe, com dificuldade, mas uma Era de boa-aventurança para o nosso povo. E eu acho que a gente tem que continuar buscando isso mesmo estando em momentos difíceis agora. A gente tem que buscar essa aproximação.”

Com as bravatas de sempre, Lula rotulou a eventual vitória da oposição como “retrocesso”, associando tal coisa ao período militar e aos supostos desmontes do Estado em governos adversários, sendo que o PT e o casal Kirchner é que aparelharam o Estado para servir a um projeto de poder continental.

“Eu não acredito que fora da América do Sul, fora do Mercosul, sabe, a gente tenha muita saída. Eu acho que a melhor coisa pra gente poder voltar a crescer é a gente acreditar no nosso potencial, no potencial do mercado interno do povo do Mercosul e da Unasul, na capacidade produtiva, na capacidade dos nossos intelectuais, dos nossos cientistas, dos nossos pesquisadores, nós precisamos explorar ao máximo o nosso potencial e não achar que o Norte vai nos ajudar, [que] eu tenho que ser bonzinho com os Estados Unidos porque ele vai me ajudar, eu tenho que ser bonzinho com a Europa porque vai me ajudar, eu tenho que ser bonzinho com a China porque vai me ajudar… Não! Eu acho que o primeiro amigo nosso somos nós mesmos. Então vamos cuidar de nós.”

Macri, felizmente, parece saber que “cuidar de nós” é justamente “ir até o mundo”, inserindo o país em novos e pujantes blocos comerciais, em vez de limitá-lo a conchavos com ditaduras cada vez mais miseráveis – como a Venezuela – que compõem a fachada do Foro de São Paulo conhecida como Unasul.

O “verdadeiro vencedor” das eleições na Argentina enfrentará muitas barricadas políticas da esquerda latino-americana depois que assumir a presidência em 10 de dezembro, mas este blog torce para que resista ao populismo e persista até o fim, tornando-se referência para os brasileiros.

Fora, Foro!

Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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