Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O grupo Rhodia, que tem fábricas em Santo André e São Bernardo, foi bem em 2010, com crescimento de faturamento na ordem de dois dígitos em relação a 2009, sobretudo devido ao impulso dado pelo aquecimento da economia brasileira. E apesar da valorização do real, a companhia segue com forte volume de exportações. Em entrevista ao Diário, o presidente da Rhodia no Brasil, Marcos de Marchi, destacou o protagonismo da empresa, que segue com vendas ao Exterior maiores do que suas importações, enquanto todo o setor químico tem deficit comercial de cerca de US$ 15 bilhões. A empresa também reforça seus investimentos em 2011. Além da montagem de termoelétrica no interior de São Paulo, orçada em US$ 150 milhões, o grupo está ampliando a fábrica de fios têxteis.

 

DIÁRIO - Gostaria que fizesse um balanço do ano de 2010 para a Rhodia no Brasil?

MARCOS DE MARCHI - A Rhodia vai acompanhar o setor (o segmento de produtos químicos de uso industrial deve crescer 21,8% em vendas). Tínhamos tido uma interrupção do crescimento em 2009, que voltou em 2010. Foi um ano de grandes volumes, em que a cadeia (produtiva) estava desabastecida. Ainda não dá para falar quanto deveremos crescer, mas acredito que vai ficar na casa dos dois dígitos.

 

DIÁRIO - O aquecimento do setor automotivo (a Rhodia tem unidade de plásticos de engenharia, em São Bernardo que atende esse mercado) ajudou a impulsionar os resultados da empresa?

DE MARCHI - Foi bem distribuído. O setor automotivo foi bem, o setor têxtil também...Fomos bastante fortalecidos dentro desse contexto.

 

DIÁRIO - A Rhodia acaba de receber mais um prêmio da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), como uma das grandes empresas exportadoras. O mercado externo se mantém atraente para a companhia?

DE MARCHI - A base aumentou (o mínimo de valor das vendas para ganhar o prêmio) para mais de US$ 150 milhões em exportações em 2009. Fizemos US$ 300 milhões. Fomos premiados com muita justiça. A Rhodia é uma das poucas (do setor) que é superavitária (exporta mais do que importa). Essa diferença (entre o valor de itens adquiridos do Exterior e os vendidos a outros países) foi de cerca de US$ 50 milhões. Em 2010, nos mantivemos superavitários. Não sei ainda qual será a ordem de grandeza, mas o mercado interno foi muito forte. Talvez o superavit não cresça. Mas comparados à indústria química nacional, que tem deficit de US$ 15 bilhões, fomos bem.

DIÁRIO - O câmbio valorizado atrapalha o crescimento das exportações?

 

DE MARCHI - É ruim. O câmbio desajustado, supervalorizado, influencia nas duas pontas. O produto fica mais caro no mercado interno e fica mais barato comprar de fora. Não é uma boa, mas temos capacidade de produção importante, que é absorvida pela dinâmica dos negócios. Mas seria melhor que o câmbio (o dólar frente ao real) valorizasse. No entanto, a força do mercado interno ajudou.

 

DIÁRIO - Como o sr. vê o cenário econômico para 2011?

DE MARCHI - As perspectivas de negócios são boas para 2011. O Brasil vai continuar crescendo. E a Rhodia participa de vários setores da economia. Mas a tendência é de crescimento mais tímido que neste ano. O governo tem condições de fazer medidas para melhorar a competitividade. Questões como infraestrutura e tributos precisam ser tocadas para que a indústria tenha crescimento no médio e longo prazos.

 

DIÁRIO - Uma das reivindicações do setor químico levadas ao governo é de mais incentivo à inovação. Como é atuação da Rhodia nessa área?

DE MARCHI - A Rhodia em nenhum momento deixou a P&D (pesquisa e desenvolvimento). Investimos em torno de 2% do faturamento. Um dos cinco centros de pesquisa da empresa está no Brasil. E temos equipe dedicada a fazer inovação. Em relação à reivindicação, as coisas estão caminhando, tenho notado maior preocupação do governo para que isso aconteça. Mas os mecanismos de financiamento têm de ser mais simplificados.

 

DIÁRIO - E os investimentos totais da empresa para 2011?

DE MARCHI - Acabamos de anunciar R$ 150 milhões em projeto de geração de energia de biomassa (termoelétrica que será localizada em Brotas, no interior de São Paulo, e que vai produzir 70 MW a partir do bagaço de cana de açúcar). Esse será nosso grande investimento no ano que vem. Temos em Santo André a ampliação da produção de fios têxteis inteligentes, decidida em meados deste ano e que começará a operar em agosto de 2011, além de outros projetos. Então este ano será mais que os US$ 50 milhões (que a Rhodia tem investido anualmente nos útimos anos).

 

 

FONTE: http://www.dgabc.com.br/News/5851254/cenario-economico-impulsiona-r...

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