China Busca Novas Alternativas Para Investir Suas Reservas

[Textile Industry]

A China pode aplicar uma porção maior de seus US$ 3,2 trilhões em reservas internacionais em ações, empresas e outros ativos como uma maneira de aumentar o retorno do capital, segundo Jiang Jianqing, presidente do conselho do maior banco estatal da China.

"A carteira de reservas internacionais precisa ser mais razoável e eficiente", disse Jiang, presidente do Banco Industrial & Comercial da China Ltd., conhecido pela sigla em inglês ICBC, numa entrevista na quinta-feira ao The Wall Street Journal. O ICBC é o maior banco do mundo em valor de mercado.

Além dos títulos de dívida, que atualmente dominam as reservas internacionais que a China tem empilhado em seus cofre, "não descarto um investimento em ações ou em outros ativos, como empresas", disse Jiang. As reservas da China, as maiores do mundo, têm sido aplicadas principalmente em investimentos de baixo retorno, como os Treasurys dos Estados Unidos.

As preocupações com as perspectivas de longo prazo do dólar impuseram mais urgência sobre a vontade chinesa de diversificar sua carteira de investimentos, o que também contribui para a iniciativa do país de dar um papel mais mundial ao yuan. O premiê Wen Jiabao sugeriu numa reunião de gabinete para discutir o setor financeiro este mês que as reservas internacionais da China sejam melhor administradas.

O ICBC pode buscar uma ajuda da autoridade cambial do país para administrar suas reservas e financiar projetos no exterior, disse Jiang. Ele não quis divulgar detalhes.

"Se surgirem boas oportunidades, apresentaremos um pedido oficial a essas autoridades de regulamentação para que invistam as reservas", disse ele.

Pequim já incentivou empresas chinesas, bem como bancos, a se expandir no exterior como uma maneira de suavizar a acumulação excessiva de reservas internacionais, já que essas instituições precisariam converter para o dólar seus ativos em yuans, para poder assim investir no exterior. Isso, por sua vez, pode aliviar a pressão de valorização do yuan, que os EUA e outros países alegam que está sendo mantido desvalorizado por Pequim para ajudar a impulsionar as exportações chinesas.

As reservas internacionais chinesas pararam de aumentar desde o terceiro trimestre do ano passado, algo que alguns analistas atribuíram parcialmente à saída de capital especulativo internacional, causada pelos temores de declínio nas exportações diante dos problemas econômicos na Europa e nos EUA, bem como os temores de um possível colapso do superaquecido mercado imobiliário do país.

Mas Jiang disse que vê uma "estabilização e tendência de redução" no valor dos imóveis chineses, acrescentando que "não vejo nenhum sintoma de colapso dos preços".

Jiang disse que a China continuará os esforços para liberalizar os juros do país. O governo determina atualmente um limite mínimo para os juros dos empréstimos e um teto para o retorno dos depósitos, o que permite aos bancos obter lucros fáceis com a diferença entre os dois juros mas prejudica os poupadores chineses.

Sob o comando de Jiang, o ICBC tem se expandido cada vez mais agressivamente no exterior nos últimos anos. A meta do banco é mais que dobrar a fatia de operações no exterior no seu lucro nos próximos cinco anos, dos atuais 3,8% para 10%.

Ele disse que o banco "precisa ganhar dinheiro no mercado internacional" antes de decidir se realiza alguma aquisição no exterior.

Fonte:|http://online.wsj.com/article/SB10001424052970204542404577156680967...

[Lupercio Luppi Junior]

Se os chineses começarem a trocar a celulose e anilina (dolar mico) por ouro, o yuam passará a ser moeda universal.

Lupercio Luppi Junior