O casamento entre a alta tecnologia e a moda foi consumado, pois cada vez mais cientistas, engenheiros, pesquisadores, programadores e designers estão mostrando novas formas de integrar circuitos eletrônicos em tecidos para que nossas roupas se tornem “inteligentes”. Já pensou vestir um computador? Conheça algumas das novas tecnologias vestíveis que que estão em fase de desenvolvimento e que prometem revolucionar completamente a moda. Dentro de 15 anos estilistas poderão criar roupas totalmente interativas e com múltiplas funções como um smartphone.
Transistor de borracha exclusivo é altamente flexível e ideal para a roupa inteligentes
Quando se trata de fabricação de roupas inteligentes, a escolha certa são os transistores e sensores embutidos, mas esse tem sido um dos grandes desafios para os pesquisadores e desenvolvedores. Agora, um transistor que afirma ser macio e flexível e que pode ser aplicado em roupas, tem se mostrado ser um novo raio de esperança. O transistor feito de borracha é um trabalho dos cientistas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Avançada Industrial (AIST) do Japão. O transistor da AIST é resistente à tração muito elevada, o que faz com que seja altamente resistente à deformação, ao alongamento e a ruptura.
O transistor de borracha foi projetado para ter um bom desempenho sob alta pressão, por isso mesmo quando o transistor é pisado com saltos altos, ele não quebra e tende a funcionar igualmente bem. Ele também sido testado para ser resistente à deformação e quebra quando lavado. Devido à sua natureza flexível e bom desempenho, o transistor pode encontrar utilização em sensores aplicáveis em roupas interativas ou mesmo implantes inteligentes.
Além das vantagens a maioria dos componentes do transistor são feitos de borracha ou gel com 1 mm de espessura ou menos que lhe confere flexibilidade real. Tanto é assim que o transistor não muda sua propriedade, mesmo depois de ser esticado repetidamente por todos os lados para aumentar seu comprimento em mais de 1.000%.
Mais legal ainda seria se esse transistor de borracha fosse biodegradável pois do que adianta toda essa tecnologia de circuitos eletrônicos sendo aplicados às roupas se eles não forem feitos para se desintegrarem quando descartados? Como vai ser feito o descarte e reciclagem dessas roupas tecnológicas? Se já temos tanto problemas com as toneladas de roupas comuns que vão parar nos aterros sanitários imagina então roupas com circuitos eletrônicos acoplados em sua estrutura? Fantástico mesmo seria se tanto as roupas como os dispositivos eletrônicos se dissolvessem em contato com o solo depois de 60 dias.
Pesquisadores criaram um tipo de fibra de LED macia para telas vestíveis verdadeiramente flexíveis
Telas eletrônicas integradas em roupas e tecidos são um novo campo da eletrônica vestível (Wearable) que está em rápido desenvolvimento. No entanto, os LEDs flexíveisdesenvolvidos que tenham características de revestimento elástico ou deformável para aplicação em roupas ou tecidos, tem de ser bio-compatíveis mas ainda dependem de um substrato duro que compõe a camada do material eletroluminescente das telas. Agora, pesquisadores do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia (KAIST) da Coréia do Sul, criaram um LED flexível que pode ser tecido diretamente na fibra do tecido para fazer parte do próprio tecido. Legal né?
“Nossa pesquisa vai se tornar uma tecnologia de núcleo de desenvolvimento de diodos emissores de luz em fibras, que são elementos fundamentais dos tecidos”, disse o Professor Choi, chefe da equipe de pesquisa da Escola de Engenharia Elétrica da KAIST. “Nós esperamos que poderemos diminuir a barreira dos monitores vestíveis para entrar no mercado.”
Os pesquisadores acreditam que seu método de produção de fibras de LED pode ser um acelerador para a comercialização de monitores vestíveis baratos, e a produção automatizada de alto volume de fibras que utilizam o método de fabricação têxtil de rolos poderia ser empregada. Deste modo, as fibras de LED podem ser produzidas em massa tão facilmente como as fibras de nylon ou polietileno são produzidas hoje.
Esta tecnologia irá eventualmente permitir que a produção de monitores portáteis sejam tão fáceis como fazer roupas. Veja o vídeo abaixo onde a Lacoste mostrou sua Polo do Futuro que poderia ser feita com essa fibra de LED para mudar a cor da Polo e criar estampas.
Pesquisadores japoneses desenvolvem tecido inteligente para wearables que detecta os movimentos do corpo
Pesquisadores da Universidade de Kansai e Teijin limited desenvolveram a primeiro fibra de poliácido láctico (PLA) e fibra de carbono de tecido piezoelétrico do mundo para roupas vestíveis. O tecido estava em exposição na primeira feira do Wearable Expo organizada pela Reed Exhibitions Japan Ltd. E foi realizado em Tokyo, Japão. Para ser mais preciso, o tecido vai controlar o movimento do utilizador em 3D e também gerar corrente piezoeléctrica para aplicações semelhantes. Os novos tecidos piezoelétricos desenvolvidos foram o tafetá, sarja e cetim.
Este novo tecido vai vir a calhar para a Internet das Coisas (IoT) e aplicações como robótica, controle de sono, animação, cuidados de idosos, exploração do espaço, execução de cirurgias e muito mais. Este material é feito a partir revolucionário bioplástico que tem apenas 0,02 milímetro de espessura, e eles convertem a pressão e a dobradura a partir do corpo do usuário em sinais elétricos. Todos os dados são recuperados usando um pequeno dispositivo de comunicação sem fio conectado a roupa que está sendo utilizada pelo usuário.
Atualmente, os pesquisadores desenvolveram uma camisa, meias e fronha a partir deste material para medir com precisão o movimento dos usuários e usá-lo. O material vai ser comercializado para o uso prático nos próximos dois a três anos e vai ajudar a nova onda dos wearables para estender ainda mais as suas funcionalidades. O Projeto Jacquard da Google está usando os mesmo princípios desenvolvidos pelos japoneses para fazer tecidos sensíveis ao toque do usuário.
Camuflagem de camaleão fará roupas mudarem de cor conforme o ambiente
Imagine um soldado que pode mudar a cor e a estampa de seu uniforme de camuflagem verde da floresta para a cor de areia do deserto à vontade. Ou um trabalhador de escritório que poderia fazer o mesmo com sua gravata. Alguém chegou num casamento usando o mesmo vestido que você? Não há problema pois basta mudar a cor e a estampa da roupa para uma diferente num piscar de olhos.
Este incrível avanço foi conseguido nos laboratórios da Universidade Central da Florida que trouxe esses cenários mais próximo da realidade. Uma equipe liderada pelo professor Debashis Chanda desenvolveu uma técnica para criar a primeira película fina colorida para telas reflexivas flexíveis do mundo que consomem menos energia.
A pesquisa de Chanda foi inspirada na natureza. “Todas as tecnologias feitas pelo homem como LCD, LED, CRT são rígidos, quebradiços e volumosos. Mas quando você olha para um polvo ou camaleão, eles podem mudar sua própria cor de pele que cobre um contorno corporal complexo, e ela é elástica e flexível “, afirmou Chanda. “Essa foi a motivação e podemos ter alguma inspiração na biologia e criar uma exibição semelhante à da pele desses animais”
A tela resultante é tão fina e flexível que pode ser colada em qualquer substrato, como plástico ou tecido. A equipe está particularmente esperançosa no uso da tecnologia para fabricar “tecidos-tela”, comparando sua criação a “telas semelhantes a uma pele”, que se pode vestir. “Sua capa, suas roupas, seus itens de moda tudo isto poderá mudar. Por que eu preciso de 50 peças no meu guarda-roupa se eu posso mudar a cor e a padronagem de uma roupa quando eu quiser,” acena o professor Debashis Chanda, coordenador da equipe.
Fonte: Inovação Tecnológica
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI