O co-branding permite que marcas emprestem a imagem de outras marcas para se consolidar no mercado ou conquistar novos públicos: e a indústria automobilística usa isso muito bem.
O Fiat 500 versão Diesel - co-branding transfere a atmosfera de uma marca para outra. |
Co-branding envolvendo em um dos lados uma marca de moda tem sido usado à exaustão por diversas marcas de produtos ou serviços, desde refrigerantes até quartos de hotel de luxo.
Segundo Philip Kotler, co-branding é "“a associação de duas ou mais marcas distintas para desenvolver um produto ou serviço que ofereça duplo valor agregado ao consumidor". Ou seja, uma marca usa a imagem de outra para conquistar mais clientes e consolidá-la nesse mercado. No caso da moda e dos automóveis, estes emprestam o lifestyle associado à primeira. Permite também, como a gente vai ver a seguir, ocupar certos nichos de mercado que a marca automobilística não conseguiria sozinha. Às vezes é uma forma de "turbinar" uma marca, mais barata que a propaganda.
Smart por Jeremy Scott. Foto: dezeen |
A Fiat entendeu o conceito muito bem e associou sua marca a dois grandes conglomerados do luxo italiano. O Fiat 500 ganhou sua versão Gucci e Diesel. Já a britânica Mini teve sua versão do Paceman de Roberto Cavalli, com tudo de maximalista e sensual que o estilista italiano representa.
A marca de carros de luxo italiana Miserati se uniu à Ermenegildo Zegna para uma edição limitada de apenas 100 modelos.
O Sandero Rip Curl - lifestyle surfista é transportado para o carro. Foto: Quatro Rodas |
Mas não é só de luxo que vive o co-branding de moda e carro: o Sandero, da Renault, teve sua parceria com a Rip Curl, de olho no público jovem e antenado no lifestyle surf. A diferença está em detalhes internos e externos e elementos gráficos que remetem à marca de surfwear. Já o utilitário SX4, da Suzuki, ganhou sua versão Mormaii com o mesmo propósito. A Peugeot fez co-branding com a Quiksilver para uma versão do seu 207.
Contestada foi a parceria entre a Smart e Jeremy Scott – considerado por alguns um tanto sobrecarregado demais, mesmo se tratando de Scott. Até as asinhas icônicas dos tênis do designer britânico estavam lá, na traseira do Smart.
Co-branding entre moda e indústria automobilística, na verdade, não é coisa nova: no começo dos anos 1970 surgia o Levi's Edition Gremlin, da American Motors Corporation (AMC). O objetivo? Conquistar jovens que "gostam do look casual em roupas e carros", segundo a publicidade da época. Os assentos eram forrados com denim, com costura laranja, como o icônico modelo de calça Levi's. No Brasil, uma versão parecida surgiu com o Chevette Jeans, da Chevrolet.
Se a moda carrega o lifestyle para incitar desejo e atingir o público-alvo, a industria automobilística pega carona.
Vivian Berto
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