Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Com avanço da IA, escassez de talentos será desafio para proteção de dados, diz DPOnet

Para Ricardo Maravalhas, CEO da DPOnet, equipes já enxutas de empresas brasileiras enfrentarão novas cargas de trabalho em 2025.

Ricardo Maravalhas, CEO da DPOnet (Imagem: Rafael Romer/ IT Forum)

Ricardo Maravalhas, CEO da DPOnet, vê com bons olhos o texto atual da PL 2338/2023, projeto que regulamenta a inteligência artificial (IA) no Brasil e que aguarda análise e votação na Câmara dos Deputados. Um ponto, contudo, o preocupa para 2025: as novas demandas que a legislação trará para os já escassos profissionais de proteção de dados.

“Haverá a necessidade de dominar mais uma técnica, e isso acabará recaindo sobre o time de privacidade”, afirmou o executivo em entrevista ao IT Forum durante o DPOday, evento realizado pela companhia nesta terça-feira (28), em São Paulo. “Será um desafio muito grande a partir do momento da aprovação da lei.”

A escassez de mão de obra especializada em privacidade de dados no Brasil ainda é um problema crítico, apesar dos avanços legislativos e da crescente complexidade das exigências de conformidade. Dados da pesquisa Compliance On Top 2024 apontam que 57% das equipes de privacidade de empresas no Brasil contam com, no máximo, três pessoas. Dessas equipes, 72% não se dedicam exclusivamente à privacidade, o que evidencia a sobrecarga desses profissionais, que acumulam outras responsabilidades.

Outros desafios também pressionam os já reduzidos times de proteção de dados, segundo Maravalhas. “Há uma pressão decorrente dos incidentes, que têm ocorrido com maior frequência”, afirmou. “Mas também uma pressão da sociedade, que começa a ter maior maturidade para exigir o respeito aos seus direitos.”

A boa notícia é que a inteligência artificial não só agrava esses desafios, mas também pode ser uma aliada para enfrentá-los. Em 2024, a DPOnet registrou um crescimento superior a 50%, impulsionado, em grande parte, pela maturidade das soluções de IA que a empresa oferece a seus clientes.

Atualmente, a DPOnet trabalha com adequação à LGPD e oferece um serviço de DPO online. A empresa tem investido em IA tradicional para apoiar os clientes no enquadramento legal e em IA generativa para esclarecer dúvidas sobre proteção e privacidade de dados. As soluções são treinadas com dados anonimizados, mapeados a partir dos mais de 4,5 mil clientes e 220 mil processos executados em sua plataforma de gestão de privacidade, segurança e governança de dados pessoais.

Segundo o CEO, 2024 foi um ano de “consolidação” para a DPOnet. Em julho, a Unimed Brasil investiu e adquiriu uma participação na startup, em um acordo cujo valor não foi divulgado. Desde então, a DPOnet tem expandido sua operação no segmento de saúde.

“Hoje, atendemos mais de cem segmentos econômicos, mas o setor de saúde cresceu significativamente. Atualmente, cerca de 50% dos nossos clientes são desse setor”, revelou Maravalhas. “A saúde é um segmento altamente autorregulado e com grande demanda de adequação à LGPD. Em termos de proteção e privacidade de dados, é o setor mais maduro no Brasil.”

A empresa também ampliou sua atuação no segmento enterprise ao longo do último ano. Atualmente, cerca de 30% do negócio da DPOnet provêm de grandes empresas, enquanto pequenas e médias empresas (PMEs) representam os 70% restantes. O maior crescimento, no entanto, continua vindo das PMEs, que são o “core” da organização.

“Quando desenvolvo uma plataforma voltada para médias e pequenas empresas, faço algo simples de usar. Assim, grandes empresas também podem utilizá-la com facilidade e ganhar ainda mais tempo. Dessa forma, consigo atender tanto às demandas dos grandes, sobrecarregados de trabalho, quanto às dos pequenos, com menor poder de investimento”, explicou.

Para sustentar sua expansão em 2025, a DPOnet está se preparando para as novas exigências que a aprovação da PL 2338/2023 deve trazer ao mercado. Segundo Maravalhas, ainda no primeiro semestre a companhia lançará módulos de governança de IA para atender às demandas da legislação. Módulos específicos para o setor de saúde também estão nos planos.

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