O brasileiro volta a experimentar a sensação de déjá vu, termo em francês que significa “já visto”, com o retorno às lojas de eletroeletrônicos e aos supermercados, principalmente.
Marcas líderes de mercado começam a perder espaço na medida em que as mais baratas ganham presença nas prateleiras, na tentativa de driblar a elevada pressão sobre os custos.
A busca de marcas alternativas está disseminada por todo o varejo, assim como aconteceu nos períodos em que o país viveu forte pressão inflacionária, como em 2015, quando o IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo), do IBGE, chegou quase a 11%.
Com um faturamento anual da ordem de R$ 5,7 bilhões e quase 300 lojas, a terceira maior rede de eletroeletrônicos e móveis do país decidiu endurecer nas negociações com as fábricas.
“Fornecedor que não abre mão de negociação está sendo trocado por outro com produto similar. Não temos alternativa”, afirma José Domingos Alves, superintendente da Lojas Cem.
Os reajustes chegam a 20%. “Nestes casos, estamos deixando o fornecedor de lado, pois não dá para fazer repasse deste tamanho para os clientes”, diz.
Uma das maiores marcas de eletrodomésticos do país, de acordo com ele, reduziu drasticamente a produção por conta da pandemia, e insiste em altos reajustes de preços.
“Pedimos 50 mil itens, eles entregaram 10 mil. Na negociação dos outros 40 mil, eles até entregam, se pagarmos de 10% a 20% mais caro. Decidimos não comprar”, afirma.
De acordo com Alves, a Lojas Cem é uma das maiores revendedoras da Panasonic no Brasil e esta é uma das marcas que deve ganhar presença nas lojas da rede neste final de ano.
A relação tem sido tão boa que, há cerca de duas semanas, a rede recebeu em sua sede, em Salto (SP), a visita de Kazuhiro Tsuga, presidente mundial da empresa japonesa.
Se a empresa que, pela quarta vez, é considerada a melhor do varejo brasileiro pela revista Valor 1000, editada pelo Valor Econômico, sofre esta pressão, diz Alves, imagina as outras.
Diferentemente do que aconteceu na Inglaterra, quando lojas ficaram com prateleiras vazias, lojistas ouvidos pelo Diário do Comércio descartam essa situação, pelo menos por enquanto.
Alves diz que na Lojas Cem não faltará produto porque a empresa optou por antecipar as compras para o final do ano, ação que contribuiu até para driblar reajustes da indústria.
SUPERMERCADOS
Marcas chamadas de combate ou mais em conta começam a ser vistas na rede de supermercados Hirota, como alternativa para a clientela, em razão das altas de preços.
Hélio Freddi, diretor da rede, com 18 lojas, diz que os reajustes de marcas premium são da ordem de 15%, em média. No caso do café, o aumento chegou a 25% neste ano.
“Diminuímos um pouco a compra de marcas líderes e aumentamos a de mais em conta para dar mais opções para o consumidor, que está com menos dinheiro no bolso”, diz.
A rede também decidiu elevar a oferta de produtos da marca própria, a ‘Casa de Mãe’, com preços até 20% menores do que os de marcas líderes.
Por enquanto, os produtos da linha ‘Casa de Mãe’, que nasceu durante a pandemia, estão restritos às linhas de higiene e limpeza, snacks.
“Mas não vamos parar por aí. Estamos buscando produtos com qualidade em várias linhas para que os consumidores encontrem alternativas de produtos mais baratos”, diz ele.
As ações para driblar a pressão de custos também foram direcionadas para as 60 lojas que a rede opera dentro de condomínios, que atendem as famílias de classes A, B e C.
As marcas mais baratas, diz Freddi, já estão sendo destinadas às lojas de condomínios localizados em regiões com população de menor poder aquisitivo.
A rede Hirota e outros supermercados, como a rede Dia, também estão parcelando a compra do cliente, mais uma ação para se ajustar ao orçamento do consumidor.
De julho a setembro, nas compras acima de R$ 200, o cliente do Hirota podia parcelar a compra em até três vezes, modalidade que chegou a representar 8% das vendas da rede.
A opção de parcelamento volta a partir do dia 15 de novembro e segue até o final do ano.
Na rede Dia, o parcelamento em até três vezes pode ser feito nas compras acima de R$ 90. Iniciado há cerca de quatro meses, a modalidade de pagamento não tem data para terminar.
Apesar do momento difícil em razão da alta custos e do empobrecimento do consumidor, tanto a Lojas Cem como a rede Hirota vão manter os planos de expansão.
Neste ano, a Lojas Cem já inaugurou seis lojas e outras seis serão abertas até o final do ano.
Para 2022, a rede prevê investimentos da ordem de R$ 100 milhões para abrir entre dez e 12 novas lojas.
A rede Hirota quer colocar a marca em pelo menos mais cem condomínios somente na capital paulista no ano que vem, que demandarão investimentos da ordem de R$ 15 milhões.
Também estão nos planos da empresa a abertura de mais dois supermercados com investimentos de R$ 16 milhões.
Fonte: Diário do Comércio
https://sbvc.com.br/comercio-troca-de-fornecedor-para-driblar-alta-...
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