Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Comissão da Verdade: ao dizer que não sabia nada sobre torturas durante a ditadura, Delfim Netto se faz de bobo e trata a nós, cidadãos, como otários

Delfim Netto: sempre soube de tudo, nos mínimos detalhes. Agora, sobre tortura, diz que não sabia nada (Foto: FEA-USP)

Homem de inteligência privilegiada, com contatos em todas as áreas — da acadêmica à empresarial, dos quadros da oposição ao Palácio do Planalto – e há mais de 40 anos uma das pessoas mais bem informadas do país, o professor Antônio Delfim Netto também foi uma das figuras mais poderosas do regime militar.

Todo-poderoso czar da economia de 1967 a 1974 — quando atravessou dois governos militares (Costa e Silva e Médici) e virou uma espécie de pai do “milagre econômico” da ditadura –, Delfim ainda foi por um breve período ministro da Agricultura do presidente João Figueiredo e, depois, seu ministro do Planejamento, permanecendo no último governo do período militar durante os seis anos de mandato. Ao todo, 13 anos de grande poder e influência.

Integrou o Conselho de Segurança Militar do regime e foi, com orgulho que ainda hoje ostenta, um dos signatários do Ato Institucional nº 5, que mergulhou o país em seu mais negro período de violação de direitos humanos.

Mais tarde, com a redemocratização do país em 1985, elegeu-se cinco vezes consecutivas deputado federal pelo hoje PP de Maluf.

Agora, porém, ao depor na Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, como um anjinho barroco de altar, Delfim alega não ter sabido nada sobre a existência de torturas durante a ditadura. Coisa que um jornalistinha em começo de carreira sabia de cor e salteado, o onisciente Delfim disse ignorar. “Nunca ouvi falar sobre tortura dentro do governo”, alegou, sendo que, fora do governo, ele conversava com todo mundo.

Inclusive com dom Paulo Evaristo Arns, cujos colaboradores já levantavam há tempos dados concretos sobre tortura e morte nos porões da ditadura, inclusive com base em documentos oficiais da Justiça Militar.

Ele narrou à Comissão um patético diálogo que teria tido com Médici para abordar o tema e, obtendo uma resposta negativa do general-ditador, deu-se por satisfeito.

Ao adotar essa postura agora, ao fazer-se de bobo e de ingênuo, o ex-ministro  trata os cidadãos de bem como otários.

http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/

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Comentário de Valdir Kuroski em 28 junho 2013 às 9:03

É um "Anjinho de Candura" . . .

Comentário de Romildo de Paula Leite em 28 junho 2013 às 8:54

Integrou o Conselho de Segurança Militar do regime e foi, com orgulho que ainda hoje ostenta, um dos signatários do Ato Institucional nº 5, que mergulhou o país em seu mais negro período de violação de direitos humanos.

Comentário de Valdir Kuroski em 28 junho 2013 às 8:07

Todos que leem um pouquinho e buscam o conhecimento, além da ilusão da mídia, sabem que Delfim Netto, além de ter sido o homem que CHOCOU o ovo, fez nascer e alimentou até a fase adulta o Dragão da Inflação brasileira, seguramente, ao ser confidente dos 3 últimos presidentes militares, conheceu, Em Detalhes, as torturas da Ditadura.

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