Veículos reorganizam redações, enviam jornalistas correspondentes e investem em novos produtos para cobrir a guerra na Faixa de Gaza.
Assim como em outros países, a guerra entre Israel e o grupo radical Hamas, na Faixa de Gaza, tem estampado as capas e programações dos principais jornais brasileiros. Assim, diante da importância global do conflito no Oriente Médio, a cobertura jornalística tem modificado o dia a dia e os investimentos das redações do País.
O Grupo Bandeirantes, por exemplo, no momento, conta com três correspondentes em Israel, incluindo o repórter de guerra Yan Boechat. Também há profissionais na China, França, Inglaterra e Estados Unidos, que repercutem os desdobramentos do confronto. Além disso, tem parceiros de conteúdo, como Reuters, ENEX, Alianza Latino-Americana, China Media Group, TV Brics, WAM e Deutsch Welle.
“Todas as redações dos veículos do grupo trabalham em uma sintonia muito grande. Dessa forma, trocamos informações, fontes, contatos e atualizações em tempo integral”, inclui André Basbaum, diretor de conteúdo de jornalismo da companhia.
Na Record, houve uma mudança na estrutura das redações em prol da dedicação total e destaque às pautas de guerra, explica Antônio Guerreiro, vice-presidente de jornalismo. Entre as alterações estão o fortalecimento da editoria de internacional com mais repórteres e criação de espaços de emergência na TV e no online R7.
Conforme o VP, a emissora criou cinco boletins diários no Jornal da Record (JR), que levam a temperatura do conflito ao longo do dia, além da cobertura de hora em hora na Record News. Juntamente a isso, três correspondentes internacionais em Israel – Denise Odorissi, Roberto Cabrini e Andre Azeredo – entram no ar em todos os telejornais.
“Como foi na guerra da Ucrânia, aumentamos essa cobertura internacional enviando equipes ao local. No caso dessa guerra em Israel, a estrutura é ainda maior, respeitando o interesse público pelo tema, que também aumentou”, completa Guerreiro.
Além da corrida pelos furos jornalísticos, o olhar para conteúdos analíticos também tem feito parte das estratégias dos veículos. Paulo Samia, CEO do UOL Conteúdo e Serviços, comenta que, diariamente, vídeos e podcasts aprofundam o tema para audiência local. A empresa tem um correspondente europeu – Jamil Chade. “Ele tem muitas fontes na ONU e dado seguidas notícias em primeira mão sobre as negociações de paz”, conta.
O Estadão, desde os primeiros momentos da guerra, mobilizou equipes e especialistas para a produção de materiais de análises e explicação. Leonardo Mendes, diretor de redação do Estadão diz que, internamente, o jornal destacou três jornalistas de outras editorias para reforçar a equipe de internacional.
Simultaneamente ao material próprio, as equipes se apoiam em alguns estrangeiros, como The New York Times, Washington Post, Economist e Associated Press. “Esses serviços nos oferecem o olhar in loco, com a experiência de quem cobre diariamente o Oriente médio, sem a necessidade de deslocar algum profissional do Brasil para a região do conflito”, pontua.
Os veículos também têm investido em produtos especiais inseridos em suas grades e sites. É o caso da seção digital “Guerra no Oriente Médio”, elaborado pela Band, que compila os destaques da cobertura. Especialistas e entrevistas com pessoas que estão vivendo na região também são inseridas nos programas de TV e rádio.
A Record, além da cobertura televisiva, lançou uma página online dentro do R7 em que reúne notícias, bem como o podcast apresentado por Reinaldo Gottino. Já o Estadão, além de vídeos, mapas, gráficos e podcast, publicou uma edição especial sobre o tema do vodcast Dois Pontos, produto recentemente lançado. No impresso, a editoria ganhou mais páginas, que são preenchidas sobretudo com conteúdo de análise.
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