Enquanto um pêndulo prateado se movia no fundo do palco, a imaginação do estudante Christopher Tanelli foi ganhando forma em modelos vestidas com tons sóbrios que desfilavam com peças que recordavam trajes de luta, só que agora bem mais elaborados e sutis. Não se deixe enganar pela pouca idade de Chris, o jovem de 19 anos provou beleza e consistência em seu trabalho e se consagrou o vencedor da 14ª edição do FAAP Moda.
O concurso busca eleger a melhor coleção de um dos alunos da Fundação Armando Álvares Penteado e é um radar fashion de novos talentos, oferecendo ao ganhador um curso de verão na renomada escola britânica Central Saint Martins. Com os olhos atentos de jurados que incluíam o estilista mineiro Ronaldo Fraga, o idealizador do SPFW Paulo Borges e os editores de ELLE Vivian Whiteman e Lucas Boccalão, Chris apresentou a coleção Efemeridade do Ser, uma homenagem às onna-bugeishas, mulheres samurais japoneas.
O estudante, natural de São Bernardo do Campo, conta que uma das decisões de abordar o tema foi a presença da cultura japonesa em sua vida. “O Japão é muito recorrente para mim, desde pequeno sou fascinado pelo país. Para montar minha coleção, fui atrás dessa referência e comecei a pesquisar sobre samurais. Acabei descobrindo a história dessas mulheres que lutavam artes marciais e então defini o conceito.” As peças contaram com impressão 3D e foram feitas com tecidos rústicos como sarja, lã e linho, e outros mais leves, como a seda. Já a cartela de cores sóbrias ganhou contraste com os tons de vinho inspirado nas gueixas.
Chris gosta de vestimentas mais largas, comprimentos longos e detalhes de pregas, sempre trabalhando em função do corpo. Para ele, a moda genderless é outro caminho a ser explorado, e que eventualmente pode ser incorporado ao seu trabalho. “Se o genderless for acontecer será de uma forma muito natural, mas não acredito que isso vá se desenvolver agora, será diluído ao longo dos anos”, disserta. A coleção calhou de ter apenas modelos mulheres por falar exatamente sobre elas, mas ele afirma que quando cria não pensa tanto em gênero.
Com influências internacionais como Rei Kawakubo, Iris van Herpen, Yohji Yamamoto e nacionais como a consagrada Gloria Coelho e os também iniciantes Leandro Benites e Rafaella Caniello, ele revele que desde pequeno se interessou pelo universo fashion. “Quando saí da escola, prestei um único vestibular e consegui passar”, relembra. Para o futuro, ele espera conseguir experiências de estágio em sua área para depois alçar voos sozinho. “Quero praticar antes de construir alguma coisa só minha — algo que almejo um dia. Não quero me jogar”, finaliza.
Por Giulia Tani
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