O ano de 2010 já era, como se costuma dizer. Um novinho em folha está à disposição, para gastá-lo como desejado – por ora. O problema é saber como isso será feito. Conhecendo bem o País, será um ano muito difícil para nós, talvez fazendo 2010 deixar saudade.
Esperamos que não, pois pode não ser um bom exemplo. Houve crescimento econômico substancial, é verdade. Mas, como é comum, só contamos 2010. E 2009? Houve queda de 0,5% no PIB, o que reduz a média desses dois anos a míseros 3,5% ao ano, a média da década. E nos últimos 30 anos, a menos de 3% anuais.
Há muito a considerar...
A inflação explodiu, atingindo patamar, já quase esquecido, de cerca de 6%. Um desastre. O Brasil também ficou mais corrupto.
A eleição foi decidida de forma totalmente heterodoxa. Não houve consideração a programas, pessoas, curriculum, nada. Só foi considerado o parentesco. Continuamo sem saber como utilizar a ferramenta mais importante que temos :o voto. É o velho cabresto do passado. Vote em tal candidato, estou pedindo – ou, mandando.
A taxa de juros, a mais alta do mundo há anos, no atual governo, ameaça subir mais ainda. A carga tributária teve, só para variar, um aumento brutal, bem além da inflação e do crescimento da economia.
O comércio exterior tem problemas sérios, com redução enorme do superávit da balança comercial. O balanço de pagamentos está moribundo, precisando mais do que nunca de socorro estrangeiro para fechar as contas. O volume extraordinário de entrada de recursos está deprimindo cada vez mais o valor do dólar.
A importação explodiu, enquanto na exportação voltamos a 1974, exportadores de matéria-prima. A desindustrialização do País caminha célere.
A dívida do governo caminha a passos largos para tornar o governo insolvente, apesar dos recordes de arrecadação. E, como sabemos que isso não ocorrerá, já que existe o povo para
socorrê-lo, com mais aumentos de impostos, caminhamos para o precipício. Quanto mais impostos, menos renda disponível, menos consumo, o que resulta em menos produção e emprego. Temos a impressão de que se as coisas não mudarem, a próxima década será um desastre e as condições de sobrevivência, fortemente afetadas.
É de se perguntar como chegamos a esse extremo de gastos, que superaram muito o grande aumento da arrecadação de impostos em todo o atual governo. E o PAC nem foi cumprido, sendo fortemente maquiado. Neste ponto o leitor já deve estar confuso, querendo saber onde estão os recursos.
Há poucas semanas, ouvimos que o Brasil tem ainda mais de 50% da sua população sem coleta de esgoto. E, pasme, quem tem renda igual ao salário mínimo no Brasil é classe média.
A educação continua sem merecer a devida atenção.
Um estudante de Maceió, que prestou vestibular na Universidade Federal de Alagoas, perguntado quanto era 8 dividido por 4 respondeu: “Não sei, preciso de um papel”. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) clube de 30 países industrializados, acaba de realizar um estudo com 65 países. O Brasil ficou em 53º lugar em leitura, 53º em ciências e 57º em matemática – perdendo, na América Latina, para Chile, México e Uruguai.
Nos três quesitos a China é a líder mundial. Não é difícil entender a diferença do desenvolvimento deles e o nosso, comparando as três últimas décadas. A Coreia do Sul, que nos anos 70 estava pior do que o Brasil, também priorizou a educação. O resultado é sua colocação, em 2º, 6º e 4º lugares nessas disciplinas. E com um PIB de US$ 1,3 trilhão, quase igual ao nosso, com apenas 49 milhões de habitantes. O que dá uma renda per capita de US$ 26 mil, mais de três vezes a nossa.
Além dos problemas com nossa educação, que piorou muito nas últimas décadas, provamos que nem sabemos realizar um exame nacional.
E os professores continuam despreparados e mal pagos.
A saúde continua a hecatombe de sempre. Gente morrendo em corredores de hospitais ou nem sendo atendida.
A segurança nem precisa ser comentada. O problema chegou a tal ponto no País que, no Rio de Janeiro, foi necessário declarar, literalmente, uma guerra urbana para retomar áreas da cidade. As drogas dominam e nossas fronteiras nem conseguem ser fiscalizadas.
Haveria ainda muito a falar, mas todos podem pensar sobre o restante. Esse é apenas um aperitivo para atiçar os leitores a fazê-lo.
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Infelizmente sabemos que com eventos do calibre da Copa do Mundo e das Olimpíadas, a população já começará a pagar a conta dos milhões e milhões que sustentarão estes mega-empreendimentos a partir de agora. Isso sem falar da provável volta do CPMF - talvez com outro nome- e afins...
Não podemos ficar esperando por nada que venha dos governantes, mas sim fazermos a nossa parte...e com a descoberta do pré-sal, meus caros, o Brasil se firmará mais do que nunca como exportador de riquezas naturais e importador de tecnologia, que muito bem poderia ser produzida aqui mesmo.
Empregos surgirão, mas sabemos que serão tenporários. E para aqueles sem especialização alguma, estes mega-eventos pouco mudarão suas vidas, ao passo que novas políticas de educação, saúde e segurança... as ditas "prioridades" dos próximos anos, passarão longe das questões emergentes sociais, o que é preocupante.
Errata,
Quando fiz referências a partilha da mega sena quiz dizer UM REAL PARA CADA UM e não um milhão, pois como o povão está se contentando com tão pouco, pode ser que a grande maioria fique satisfeita.
Carlos Daniel
Valeu Júlio, não sei se é ser bastante otimista, tomara que seja, mas um dia a coisa há de mudar.
Feliz comemorações das festividades de fim de ano e um 2011 cheio de muita paz, e sucesso pessoal e profissional juntamente com todos que lhe são queridos,
Carlos Daniel
É, enquanto se acreditar que "nunca antes na história deste país" aconteceu isto o aquilo sem ter a capacidade de avaliar e questionar a veracidade e às consequências do que está sendo afirmado, vamos acreditar que o Brasil pagou a dívida externa, que empresta dinheiro ao FMI, sem poder saber o quanto a dívida interna aumentou efetivamente, vamos acreditar que quem não tinha nada e agora continua sem ter nada achando que o que tem já é tudo, vendo os resultados das avaliações não só da OAB, mas também dos CRM's com "HUMILDES" 68% reprovações, e quem apenas sabe fazer o nome ser considerado "ALFABETIZADO" é duro não ter nem passado o calor de uma eleição e já se ver e ouvir falar em 2014, e o que é poor, na volta em 2014. Se houvesse seriedade, apenas os pontos básicos; saúde, educação e segurança fossem prioridades de governos, a realidade seria outra, mas se é para resolver no popular tenho uma sugestão simples e que agradaria a todos, por meio de uma canetada só não faria o sorteio da MEGA SENA DA VIRADA, e sim distribuiria os 190 milhões arrecadados entre os 190 milhões de habitantes, tocando um milhão para cada um, agradaria a todos, elevaria o consumo, a condição de vida mudava para todo mundo, e olha que tinha gente que não ia aceitar só de pirraça, e para ser mais justo excluiria da divisão todos os apenados como forma de punição real. Aí sim você ia ver o que era aceitação e popularidade de 100%. Aproveira a idéia Lula como o seu último ato de governo, ainda dá tempo.
Parabéns pelo conteúdo do seu comentário, acompanho o Tadeu.
Carlos Daniel
Em destaque, comentários de nosso colega Júlio Caetano
O ano de 2010 já era, como se costuma dizer. Um novinho em folha está à disposição,
para gastá-lo como desejado – por ora. O problema é saber como isso será feito.
Conhecendo bem o País, será um ano muito difícil para nós, talvez fazendo
2010 deixar saudade. Torço para um
milagre, onde os Empresários com e maiúsculo e o povo mais esclarecido consigam
levar a bom termo as dificuldades que não conseguiram contornar nos últimos 8
anos.
Esperamos que não, pois pode não ser um bom exemplo. Houve crescimento econômico substancial,
é verdade. Acredito que na realidade
tenhamos aprendido a conviver com uma inflação mais baixa (dos 80% ao mês do
Sarney para os 5% ao ano do Lula) e com isto tenhamos achado que nossos ganhos
aumentaram. Mas, como é comum, só contamos 2010. E 2009?
Houve queda de 0,5% no PIB, o que reduz a média desses dois anos a míseros 3,5%
ao ano, a média da década. E nos últimos 30 anos, a menos de 3% anuais. Nos
últimos 30 anos convivíamos com uma inflação desmesurada que tudo mascarava.
Há muito a considerar...
A inflação explodiu, atingindo patamar, já quase esquecido, de cerca de 6%. Um desastre. O
Brasil também ficou mais corrupto. Realmente
depois dos 80% ao mês chegarmos aos 6% ao ano é uma vitória, embora seja quase
6 vezes mais que qualquer país sério. Achamos que todos os problemas estavam
resolvidos, começamos a gastar.
A eleição foi decidida de forma totalmente heterodoxa. Não houve consideração a programas,
pessoas, curriculum, nada. Aliás, o que não era
de se esperar outra coisa do Lula.
Só foi considerado o parentesco. Continuamo sem saber como utilizar a
ferramenta mais importante que temos :o voto. É o velho cabresto do passado.
Vote em tal candidato, estou pedindo – ou, mandando. Como
grande parte dos eleitores não têm condições de análise, é mais fácil seguir o
andar da carruagem. Se o Lula diz que está bom está dito; se o Lula diz que é
necessário continuar sem olhar para as oportunidades perdidas, por que olhar? O
cara que saiu de onde saiu e chegou onde chegou deve estar certo; temos que
seguí-lo sem pestanejar.
A taxa de juros, a mais alta do mundo há anos, no atual governo, ameaça subir mais ainda. Se
não há investimentos na produção há de se conter o consumo de qualquer forma.
A carga tributária teve, só para variar, um aumento brutal, bem além da
inflação e do crescimento da economia. Assim
como tambem aumetaram os proventos dos poderes executivo, legislativo e
judiciário; o país arrecada muito portanto pode compartilhar esta arrecadação
com os mandatários, segundo o governo,
O comércio exterior tem problemas sérios, com redução enorme do superávit da balança
comercial. Há 30 anos nossa participação no comércio
internacional gira em torno de 1%; nada foi feito para alterar.
O balanço de pagamentos está moribundo, precisando mais do que nunca de socorro
estrangeiro para fechar as contas. Com sobra de
recursos nas famílias pela queda
brutal da inflação e com o não aumento da produção,
vamos importar para evitar o desabastecimento..
O volume extraordinário de entrada de recursos está deprimindo cada vez mais o
valor do dólar. Excesso de papel moeda.
A importação explodiu, enquanto na exportação voltamos a 1974, exportadores de
matéria-prima. A desindustrialização do País caminha célere. Quanto
a desindustrialização eu gostaria de uma melhor avaliação, pois tendo a
economia terciária aumentado, a participação da econimnia secundária e primária
tendem a reduzir-se percentualmente, embora no absoluto possa até ter aumentado.
A dívida do governo caminha a passos largos para tornar o governo insolvente, apesar dos
recordes de arrecadação. E, como sabemos que isso não ocorrerá, já
que existe o povo para
socorrê-lo, com mais aumentos de impostos, caminhamos para o precipício. Sem
a mínima preocupação na redução dos gastos com custeio da máquina pública.
Quanto mais impostos, menos renda disponível, menos consumo, o que resulta em
menos produção e emprego. Menos investimentos
em atualização do parque fabril, menos competitividade, mais importação.
Temos a impressão de que se as coisas não mudarem, a próxima década será um
desastre e as condições de sobrevivência, fortemente afetadas.
É de se perguntar como chegamos a esse extremo de gastos, que superaram muito o grande
aumento da arrecadação de impostos em todo o atual governo. E o PAC nem foi
cumprido, sendo fortemente maquiado. Neste ponto o leitor já deve estar
confuso, querendo saber onde estão os recursos.
Há poucas semanas, ouvimos que o Brasil tem ainda mais de 50% da sua população sem coleta
de esgoto. E, pasme, quem tem renda igual ao salário mínimo no Brasil é classe
média.
A educação continua sem merecer a devida atenção. Assim
como também a saúde e os investimentos produtivos. O PAC no Morro do Alemão
serviu para a construção de túneis camuflados para a fuga de bandidos; ninguém
sabia? O PAC do senador Crivela serviu para camuflar a ação do exército que
estava fazendo as obras civís; ainda reclamam que o exército não é para
policiar; pergunto se é para fazer obras do PAC para eleger o Crivela; elegeu.
Um estudante de Maceió, que prestou vestibular na Universidade Federal de Alagoas, perguntado
quanto era 8 dividido por 4 respondeu: “Não sei, preciso de um papel”. A
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) clube de 30
países industrializados, acaba de realizar um estudo com 65 países. O Brasil
ficou em 53º lugar em leitura, 53º em ciências e 57º em matemática – perdendo,
na América Latina, para Chile, México e Uruguai.
Nos três quesitos a China é a líder mundial. Não é difícil entender a diferença do
desenvolvimento deles e o nosso, comparando as três últimas décadas. A
China tem 2.000 estudantes em engenharia têxtil, número maior que em toda a
Europa; quantos tem no Brasil? Qual a graduação dos professores de engenharia
têxtil no Brasil?. A Coreia do Sul, que nos anos
70 estava pior do que o Brasil, também priorizou a educação. O resultado é sua
colocação, em 2º, 6º e 4º lugares nessas disciplinas. E com um PIB de US$ 1,3
trilhão, quase igual ao nosso, com apenas 49 milhões de habitantes. O que dá
uma renda per capita de US$ 26 mil, mais de três vezes a nossa.
Além dos problemas com nossa educação, que piorou muito nas últimas décadas, provamos
que nem sabemos realizar um exame nacional. Com
um presidente de tal quilate, o que esperar?
E os professores continuam despreparados e mal pagos.
A saúde continua a hecatombe de sempre. Gente morrendo em corredores de hospitais ou nem sendo atendida.
A segurança nem precisa ser comentada. O problema chegou a tal ponto no País que, no Rio de
Janeiro, foi necessário declarar, literalmente, uma guerra urbana para retomar
áreas da cidade. Infelizmente no Rio de Janeiro
aparece na mídia e esconde os mesmos problemas em outras cidades.
As drogas dominam e nossas fronteiras nem conseguem ser fiscalizadas. No
Rio de Janeiro foi demonstrado que a maioria do armamento em mão dos bandidos é
de fabricação brasileira. Será que não há como controlar?
Haveria ainda muito a falar, mas todos podem pensar sobre o restante. Esse é apenas um aperitivo para atiçar os leitores a fazê-lo.
Tags: 2010, Brasil, economia, política
Para deleite e renovadas esperanças volto a sugerir a leitura do livro “A Utopia do Brasil” – FHC.
Trata-se de um livro escrito no ano de 2021 sob a presidência de Getúlio
Kubistscheck Cardoso depois da reforma tributária de 2015
ABRAÇOS
Julio Caetano
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