Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A falta de qualidade e a presença de defeitos nos fios podem resultar na perda de clientes. Normalmente, reduzem a margem de lucro e, a longo prazo, prejudicam seriamente o sucesso empresarial das fiações, tricotagens e tecelagens. Por isso, hoje em dia, o objetivo de uma fiação bem-sucedida é produzir, em estreita parceria com malheiros e tecelões, fios de elevada qualidade, de forma economica, algo que só é possível com uma utilização orientada e controlada da matéria-prima na fiação.

Para que os fabricantes de tecidos utilizem os fios de modo adequado é, igualmente, importante que disponham de toda a documentação relativa à qualidade dos fios a serem processados, que não deve ser apenas compreensível pelos peritos em fiação.

Desde sempre nas indústrias de fiação de fibras têxteis existiu a preocupação de conceber fios cada vez mais regulares, ou seja, fios que mantenham exatamente o mesmo perfil (aspecto) e as mesmas propriedades (massa linear, torção, resistência à rotura, pilosidade, imperfeições, etc.) ao longo de todo o seu comprimento.

A qualidade de um fio depende essencialmente de três fatores:
• matéria-prima;
• maquinaria;
• humanos

A evolução dos aparelhos que avaliam a qualidade dos fios tem sido significativa. Desde os antigos aparelhos até aos moderníssimos aparelhos eletônicos, a resolução dos equipamentos aumentou substancialmente, para além da capacidade de se poderem utilizar em novas aplicações, como, por exemplo, a possibilidade de antecipar, no tecido ou na malha, os defeitos transportados pelos fios.

As irregularidades de massa linear, imperfeições (nomeadamente, pontos finos, pontos grossos e neps) e pilosidade são os parâmetros mais importantes que se devem avaliar nos fios e que permitirão classificá-los em termos da sua qualidade e aplicação.

A regularidade de um fio avalia as variações no fio relativamente ao seu diâmetro. A irregularidade do fio em termos de massa linear condiciona muito o aspecto dos tecidos ou malhas, revelando-se sob a forma de raiados devido à reflexão ou transmissão da luz, quando se observam os tecidos e as malhas em contraluz.

Fios produzidos a partir de fibras cortadas apresentam “imperfeições” (defeitos ou irregularidades frequentes e de pequenas dimensões do fio) que podemos dividir em três grupos: pontos finos; pontos grossos; neps.

A origem desses defeitos reside tanto na falta de qualidade da matéria-prima como nos processos de fiação não otimizados. Através de uma análise fiável das imperfeições, torna-se possível não apenas otimizar o processo de fiação como também tirar conclusões a respeito da qualidade da matéria-prima utilizada.

Os defeitos existentes em alguns dos elementos das máquinas de fiação (cilindros, revestimentos, rodas dentadas, etc.), preponderantes para a formação do fio, poderão provocar perturbações periódicas nos fios. Esses defeitos originam, em tecidos ou malhas, efeitos bem característicos, nomeadamente, raiados, barrados e efeitos “moiré”.

A seleção da qualidade de um fio é um fator de primordial importância na concepção de um artigo têxtil, devendo a sua escolha ser feita em função do fim que se pretende.

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