Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Crise, desafios. As duas palavras que já se tornaram uma espécie de lugar comum em qualquer conversa sobre cenário econômico não ofuscam o ânimo da maior parte das empresas vencedoras do "Valor 1000" com os negócios em 2016. O prêmio foi entregue ontem à noite, no hotel Unique, em São Paulo, às empresas de melhor desempenho em 25 setores da economia Quase todas as vencedoras afirmam que não alteraram as perspectivas de longo prazo e pretendem manter os planos de investimento e de crescimento, alguns na casa dos dois dígitos "Reconhecemos a crise que nos cerca, mas decidimos não participar dela", disse o vice­presidente jurídico e de assuntos corporativos da Ambev, Pedro de Abreu Mariani. No primeiro semestre de 2015, a Ambev investiu aproximadamente R$ 1,4 bilhão no Brasil, disse. "Até o fim do ano, a previsão é que os investimentos cheguem ao nível de 2014, quando investimos o montante recorde de R$ 3,1 bilhões no país." A expectativa para 2016 também é positiva na CCR.

Para Renato Vale, diretor­presidente da empresa, o governo adotou as medidas que podem restabelecer a confiança dos investidores ao lançar a segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), com novas concessões em áreas cruciais da infraestrutura. A projeção de crescimento da Bayer para 2016 também mostra otimismo e "se mantém na casa dos dois dígitos", afirma Theo van der Loo, presidente do grupo no país. "Em 2015, também teremos crescimento positivo. No ano passado, o Brasil manteve­se como o quarto maior mercado para a Bayer em todo o mundo, o que reforça a importância e o potencial do país." A Atlas Schindler, que fechou 2014 com lucro bruto de R$ 617 milhões, com alta de 7,8% em relação a 2013, pretende manter o ritmo, diz André Inserra, presidente da empresa. "Vamos tentar manter a curva ascendente, mesmo com a retração da economia e da construção civil." A Tigre prevê manter em 2016 o faturamento dentro da média dos últimos cinco anos e emprego e investimentos "em linha com 2015", diz Otto von Sothen, presidente da empresa. "Todos os setores estão precisando fazer ajustes no curto prazo, assim como a Tigre, mas nos pautamos por uma visão de longo prazo. Atuamos no Brasil há 74 anos e vivenciamos outros momentos de baixo desempenho da economia. Acreditamos que é um ciclo e apostamos no crescimento e melhora dos indicadores."

A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) prevê manter em 2016 o faturamento deste ano, o que, segundo Lincoln Guardado, presidente da empresa, mostra "falta de perspectiva de crescimento econômico". A intenção, de acordo com o executivo, é que, em dólar, os investimentos fiquem em linha com os de 2015, em decorrência da continuidade dos projetos em implantação, que têm desdobramentos no longo prazo. A Mascarenhas Barbosa Roscoe (MBR) projeta um 2016 mais fraco, devido à redução da atividade econômica. "Haverá queda expressiva no faturamento e redução do emprego", afirmou o presidente Luiz Fernando Pires. A empresa, disse, tem diversificado investimentos nos mercados interno e externo e mantido "bastante liquidez".

Outra empresa que prevê queda de produção e faturamento em 2016 é a Supermix, do setor de materiais de construção. A produção deve encolher entre 10% e 15%. "Como temos grande contingente de pessoas ligadas à produção, é provável que tenhamos uma redução, de cerca de 10%, no número de funcionários", diz o presidente da Supermix, Edison Dias Filho. Presidente de uma das maiores tradings de açúcar do mundo, a ED&FMan, Carlos Guimarães afirmou que não projeta crescimento para a empresa em 2016. O faturamento deve ficar estável, assim como os investimentos. "Nenhuma mudança está prevista também para os postos de trabalho. O programa de redução de custos já foi feito."

Para ele, o cenário brasileiro está muito volátil, sem grandes possibilidades de definições importantes no curto prazo. A Samarco projeta manter, em 2016, o faturamento deste ano. Não há perspectiva de novo aumento da capacidade produtiva, nem ganhos significativos em relação ao preço, segundo o diretor financeiro e de suprimentos da Samarco, Eduardo Bahia. Ele ressalta que o setor de mineração vive, mundialmente, cenário de baixa de preços, o que afeta o faturamento. Os programas de excelência operacional geraram economia de R$ 1 bilhão nos últimos cinco anos, disse, e o número de funcionários não deve sofrer alterações.

A Baterias Moura, do setor de autopeças, colocou o pé no freio em investimentos em 2015 e deve manter esse ritmo de retração em 2016. O diretor financeiro da companhia, Tiago Tasso, afirmou que a empresa deve ter neste ano crescimento real próximo de zero e uma leve recuperação, de 3% a 4% em termos reais, em 2016. "Para 2016, está difícil fazer previsões, mas um número conservador e realista é crescer de 3% a 4%, a depender do comportamento da indústria automobilística." 

http://www.sintex.org.br/noticia/2015/08/25/crise-nao-afeta-planos-...

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