Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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De Adam Smith para Dilma. Ou: A maldição do ouriço: um paralelo entre Eike Batista e Dilma

Eike e Dilma: vítimas da própria arrogância

Adam Smith nasceu em 1723 na Escócia, e é conhecido pelo seu estudo sobre a riqueza das nações. Entretanto, não foi apenas a economia que despertou o interesse do autor. Ele dedicou boa parte do seu tempo às reflexões sobre a natureza humana e seus aspectos morais. Em 1759, publicou Teoria dos Sentimentos Morais, sua obra-prima em termos filosóficos.

Os ensinamentos de Smith sobre economia seriam fundamentais para a presidente Dilma, que ignora inúmeras lições já disponíveis naqueles tempos. Mas é sobre o aspecto moral que Smith mais teria a falar com Dilma atualmente. Esse texto pode ser encarado como um recado de Adam Smith para Dilma.

“Nas cortes de príncipes, nos salões dos grandes, onde sucesso e privilégios dependem, não da estima de inteligentes e bem informados iguais, mas do favor fantasioso e tolo de presunçosos e arrogantes superiores ignorantes; a adulação e falsidade muito freqüentemente prevalecem sobre mérito e habilidades. Em tais círculos sociais, as habilidades em agradar são mais consideradas do que as habilidades em servir”.

Não há como ler esta passagem e ignorar que o governo Dilma loteou milhares de cargos levando em conta somente fatores ideológicos ou mesquinhos, distribuiu privilégios aos montes, garantiu o emprego de seus “camaradas” abandonando completamente os critérios de capacidade de gestão.

Dilma se cerca de bajuladores, aponta para cargos importantes figuras inexpressivas, alia-se aos “caciques” da velha política, aparelha o estado com seus companheiros de ideologia, acabando com o único critério que realmente deveria ser levado em conta: a meritocracia.

A presidente tem fama de durona, de intragável até, o que dificulta o diálogo com seus pares e também as críticas dos subalternos. O bom líder, porém, deve dar abertura para ouvir, para absorver críticas e sugestões, pois ninguém é onisciente. Quando equivocado, o líder deve ter humildade o suficiente para poder acatar recomendações e mudar.

Pessoas próximas dizem que esse foi o grande erro de Eike Batista. A hubris, a arrogância de quem realmente passou a se considerar um Midas, um gênio. Com tal postura, o empresário teria se arrogado um saber que não possui, e se cercado de bajuladores. Os críticos foram sendo eliminados, um a um. Restaram os puxa-sacos, aqueles que só elogiam o chefe, mesmo quando claramente errado.

Os líderes que se fecham como ouriços e atacam todos os críticos estão fadados ao insucesso. Um líder precisa ter a humildade para admitir equívocos, e jamais deve se cercar dos piores só para proteger seu ego, com medo da comparação. O bom líder, ao contrário, quer os melhores em torno de si, e por isso é um líder de verdade: pois sabe reconhecer o talento alheio que não possui.

Se Dilma não mudar – e é difícil mudar algo tão estrutural – é provável que vá cada vez se fechando mais, criando um “círculo de confiança” seleto, em que somente aqueles que concordam totalmente com ela podem entrar. Com tal atitude, vai insistir nos erros, dobrar a aposta, e afundar de vez nossa economia, como fez Eike Batista com seu “império”. Quem viver, verá…

Rodrigo Constantino

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 15 novembro 2014 às 10:07

  Não há como ler esta passagem e ignorar que o governo Dilma loteou milhares de cargos levando em conta somente fatores ideológicos ou mesquinhos, distribuiu privilégios aos montes, garantiu o emprego de seus “camaradas” abandonando completamente os critérios de capacidade de gestão.

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