Como o Itamaraty petista se vê…
Por Daniel Rabetti, publicado no Instituto Liberal
O Brasil sempre foi reconhecido internacionalmente por formar os melhores diplomatas da América Latina. Anteriormente ao Governo Dilma, os diplomatas do Itamaraty, eram em sua maioria oriundos do Instituto Rio Branco. Lá, passavam alguns anos estudando diplomacia e relações exteriores no mais alto nível. Os ingressantes sempre esbanjaram profundo conhecimento em geopolítica, cultura e história, sendo a maioria, fluente, além do Português, em mais três idiomas: Espanhol, Inglês e Francês. Para fazer parte do curso de diplomacia, um dos mais disputados no Brasil, os candidatos precisam passar uma séria de exames do concurso de admissão à carreira de diplomata. Este concurso exige o máximo de conhecimento de Direito Internacional, Letras, Geografia, História, Economia, Política e Relações Exteriores dos candidatos e é considerado um dos mais difíceis no Brasil.
Foi durante o conturbado período da Segunda Guerra mundial, e em episódios como o retorno de Olga Benário Prestes aos campos de concentração Alemães, que levaram Aranha à realizar uma verdadeira reforma no Itamaraty, desvinculando a diplomacia Brasileira da política interna de Getúlio Vargas e ganhando uma certa independência na esfera internacional. Nascia, então, o tubarão Brasileiro das relações externas.
Aranha teve enorme projeção internacional por articular países da América Latina, na ala Pan-Americanista, contra regimes ditatoriais militaristas, como aquele fomentado por Eurico Gaspar Dutra, e contra a aproximação da América do Sul com países do Eixo. Aranha ainda teria tido papel importantíssimo na criação do Estado de Israel, presidindo a Assembléia da ONU que declarou em resolução histórica a partilha da Palestina em um Estado Judeu e outro Estado Árabe. Foi devido à esta gigantesca atitude diplomática que Aranha, até hoje, é lembrado pelos Judeus de todo o Mundo, recebendo homenagens em cerimônias internacionais e fornecendo seu nome à Praças e Ruas em Israel.
Porém, o tempo passou e este tubarão diplomático perdeu forças. A diplomacia Brasileira dos últimos anos não é nem de longe semelhante a grandeza de Aranha, e tão pouco desvincula-se do ideologismo político partidário dos atuais Governantes Brasileiros. A diplomacia Brasileira foi transformada da neutralidade, imparcialidade e equabilidade, em veículo ideologista político-partidário e ferramenta populista.
Como o Itamaraty petista é…
Primeiramente, o Itamaraty publicou uma nota de condenação à Israel por utilização desproporcional de força em Gaza, sem sequer mencionar as práticas terroristas do Hamas. Em sequência a esta atitude desastrosa, o Governo Brasileiro chamou o Embaixador do Brasil em Israel, Sr. Henrique da Silveira Sardinha, de volta à Brasília, em uma atitude clara de protesto. Por fim, o Sr. Marco Aurélio Garcia, assessor de assuntos internacionais da Dilma, pronunciou, publicamente, que Israel comete um genocídio do povo Palestino, sendo, ironicamente, corrigido pela presidente Dilma – onde genocídio foi substituído por massacre.
O Governo Brasileiro, ao chamar o Embaixador Brasileiro em Israel de volta à Brasília, mostrou sua total despreparação geopolítica, adicionando mais material à problemática situação entre Israel e Hamas e se distanciando de conversação por solução pacífica do conflito. Ainda, colocou em xeque a relação diplomática com a única democracia do Oriente Médio. Não fosse suficiente, faltou ao Governo Brasileiro o respeito e a preocupação com as milhares de vidas de Brasileiros que residem em Israel e estão sob alvo constante de foguetes atirados pelo Hamas.
Por fim, o genocídio de Marco Aurélio Garcia é um verdadeiro homicídio semântico, histórico e matemático. A definição de genocídio é o extermínio total ou parcial de uma raça, população ou grupo étnico. O termo ficou historicamente popularizado depois da segunda guerra mundial onde 6 milhões de Judeus foram brutalmente assassinados pelo regime nazista. Além do mais, a população Palestina em Gaza mais que dobro nos últimos 20 anos, crescendo de 900,000 habitantes na década de noventa, para 1.8 milhão de habitantes em 2014.
A postura do Itamaraty, do Governo Brasileiro e de sua assessoria de assuntos internacionais, vergonhosamente mostram ao mundo o despreparo diplomático, a ignorância geopolítica, o ideologismo político-partidário e a destruição da diplomacia Brasileira. A política de relações externas Brasileira se transformou em uma verdadeira sardinha, que se não bastasse a irrelevância de suas atitudes diplomáticas dos últimos anos e seu silêncio catastrófico em observar por vítimas de regimes autoritários e populistas, ainda coloca o Brasil no eixo de países sem nenhum respeito internacional por seus regimes autócratas, como Bolívia, Venezuela, Cuba, Síria e Irã.
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