Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Flavio Paiva

O design é cada vez mais presente na vida das pessoas. De alguns anos para cá, há uma crescente preocupação de muitas empresas para que seus produtos, além de bonitos, tenham ergonomia, funcionalidade e praticidade – preferencialmente sem elevar significativamente o custo.

Dentro do ambiente de marketing esportivo, este assunto ainda é muito incipiente. Começou pelos uniformes dos times. Além da tecnologia embutida para melhorar o desempenho e conforto dos atletas, a questão visual assumiu papel de grande relevância. As camisetas de clubes de futebol foram para a balada. Mas, se por um lado há este movimento de desenvolvimento de novos produtos, mais modernos, há em alguns clubes uma proliferação excessiva de patrocinadores, o que termina por gerar uma certa confusão estética.

Mas há um outro aspecto no ambiente dos clubes de futebol que me parece ainda mais – ou tanto quanto – grave: o dos estádios de futebol. Como a idéia é que estes equipamentos tragam a maior rentabilidade possível para os clubes, passaram a ter marcas patrocinadoras em todos os seus espaços, das arquibancadas aos banheiros, dos camarotes ao fosso. Não haveria maior problema nisto se a ocupação por parte destas marcas não fosse feita de forma totalmente desordenada, não havendo critério em termos de cores, layouts e até eventualmente formatos.

Este tema me foi despertado a partir do artigo do Mário Verdi, querendo a sua Porto Alegre de volta. No artigo, ele referia que a cidade estava coberta de mídia exterior e inúmeras formas de comunicação visual. Porém, igualmente aos estádios, esta ocupação dos espaços da cidade ocorreu de forma desordenada, gerando polução visual.

Antes que me acusem de ser contrário aos patrocinadores, já antecipo: os patrocinadores ocupam hoje espaço fundamental, vital, para o futebol brasileiro. Sua participação é importantíssima tanto do ponto de vista financeiro quanto da presença de suas marcas dentro do ambiente esportivo, emprestando credibilidade e associando empresas de grande relevância a esta modalidade, no Brasil e no mundo.

O que é necessário, é que a sua participação nos clubes, estádios e até mesmo na mídia possa ser feita de forma estruturada e organizada. Coco Chanel já dizia que menos é mais e estou certo de que os próprios patrocinadores têm interesse em que suas marcas sejam visualizadas de forma mais eficiente, tanto do ponto de vista estético quanto de recall.

Desta forma, acredito que haja espaço para um movimento que alie todo o ambiente do futebol(estádios, camisetas, instalações e mídia) ao design, à despoluição visual destas áreas, devolvendo-nos um ambiente mais agradável nos estádios. Há como fazer isto sem perder receitas(provavelmente gerando um incremento das mesmas), de tal forma que os patrocinadores tenham o destaque que merecem e os clubes a arrecadação desejada. Basta que tais processos ocorram de forma organizada e criteriosa. Em um mundo de tanta poluição, vamos brigar por espaços mais harmônicos e limpos, sejam eles rios, o nosso ar, as cidades ou os nossos clubes de futebol.

Fonte:|coletiva.net|

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