Eu entendi que justiça climática é a saída do modo de vida capitalista e paternalista que nos colocou nessa confusão das mudanças climáticas.
Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda
Um relatório das Nações Unidas de 2010 revelou que, em 63% das casas da África Subsaariana rural, são as mulheres que recolhem e transportam a água da família. Em apenas 11% dos domicílios, esse trabalho é feito por homens. São elas que precisam andar mais sob condições extremas para conseguir água limpa.
A discriminação nos sistemas jurídicos também torna mais difícil para as mulheres se recuperar dos efeitos das mudanças climáticas. De acordo com o Banco Mundial, 155 das 173 economias têm pelo menos uma diferença legal entre homens e mulheres que pode reduzir significativamente as oportunidades econômicas das mulheres.
Não à toa que carregamos a bandeira “destrua o patriarcado, salve o planeta”.
O que esse monte de dados nos provam é que:
• a cultura patriarcal (com sua masculinidade tóxica) é um problema social e ambiental.
• a destruição climática e ambiental é uma violência de gênero, raça e classe.
• a única rota de saída para fora dessa bagunça é garantindo protagonismo de mulheres, pessoas pobres e não brancas.
• a luta anti-opressão precisa ser contra a mentalidade responsávle por fundamentar todas as opressões: a de que alguns seres valem mais que outros.
Então, como essa autora aqui bem lembrou, longe de patologizar ou dizer que o problema é um homem em específico, e que todas as mulheres têm boas relações com o planeta, essa discussão é para ampliação do debate e para reconhecer a conexão dos fatos.
Há uma série de questões que ainda precisam ser esclarecidas sobre o movimento feminista e sobre o movimento pelos Direitos da Natureza – principalmente porque ambos tendem a se amplificar quando há esvaziamento político e, quando isso acontece, grande parte das reflexões necessárias para o avanço são deixadas de lado. Uma delas é a importância de enxergar as dinâmicas sociais e políticas responsáveis por levar à opressão das mulheres, Natureza e todos os seres, humanos ou não, cujos corpos “valem menos”.
Esse artigo foi inspirado nesse texto aqui. Descubra mais em Do The Green Thing.
Leia a série completa sobre ecofeminismo por aqui.
Descubra mais sobre justiça climática e ambiental e as relações com justiça de gênero aqui, aqui e aqui.
Fundadora do Modefica interessada em movimentos sociais, é formada em Design de Moda, mas sempre teve um caso sério com o jornalismo. Escreve desde matérias e textos mais sérios, normalmente sobre sustentabilidade na moda, sua área de pesquisa, até artigos descontraídos. Às vezes compartilha suas receitas preferidas também. Você pode segui-la no Instagram e Facebook.
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