Prestes a sentar na cadeira presidencial, Temer vê velhos e novos aliados serem denunciados
SÃO PAULO – Se você acompanha a política brasileira com menos paixão e mais senso crítico, deve se lembrar de quantos alertas os especialistas já deram sobre a capacidade de a Operação Lava Jato carcomer a base de um eventual governo de Michel Temer. A investigação do bilionário esquema de corrupção na Petrobras ganhou vida própria e o apoio da população, a ponto de se tornar virtualmente intocável por qualquer poderoso de plantão.
O ponto é que ninguém é ingênuo de pensar que os citados pela Lava Jato não cobrarão providências de Temer, em troca de apoio. Três personagens fundamentais para sustentar o futuro governo estão cada vez mais no radar da operação: os presidentes do Senado, Renan Calheiros; da Câmara, Eduardo Cunha; e do PSDB, o senador Aécio Neves. Nesta terça-feira (3), o procurador geral da República, Rodrigo Jan... (Supremo Tribunal Federal) para investigá-los, com base na delação premiada do ainda senador Delcídio do Amaral, ex-petista e ex-líder do governo Dilma no Senado.
Temer gastou muita saliva para atraí-los para seu provável governo. Renan viu o Senado ser forçado, pela pressão popular, a autorizar a prisão de um senador em exercício pela Polícia Federal (Delcídio) e alertou, na ocasião, de que o aval seria um precedente preocupante. É claro que ele não deseja, nem de longe, passar pelo mesmo. Já Cunha, como se sabe, só colocou em marcha o processo de impeachment de Dilma, porque a culpa por permitir que a Lava Jato chegasse a ele. Nunca é demais lembrar que o peemedebista fluminense guarda, na gaveta, um pedido de impeachment de Temer, apresentado por um advogado mineiro.
E o PSDB de Aécio é visto como um partido importante demais para ficar fora da nova coalizão no Congresso. Foi necessária muita conversa para Temer amolecer os tucanos, a ponto de começar a ouvir declarações promissoras de caciques da legenda sobre uma eventual participação no governo. Agora, tudo isso pode ir por água abaixo – e a jato.
http://www.financista.com.br/noticias/diario-do-impeachment-a-lava-...
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