Região - A contínua depreciação do dólar frente ao real está provocando o aumento da importação de produtos têxteis chineses e a ampliação do déficit no setor. "Todo mundo está apreensivo porque não se sabe onde vai parar essa situação", disse Fabio Beretta Rossi, presidente do Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana e região (Sinditec). O assunto promete ser um tema indigesto na visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao país asiático no próximo dia 11. Em fevereiro as importações da China aumentaram 56%, em relação ao mesmo período de 2010. O setor cobra medidas urgentes do governo federal, para dar mais competitividade às empresas nacionais.
Segundo dados da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) o déficit no setor praticamente dobrou, passando de US$ 1 bilhão em 2009 para US$ 1,9 bi no ano passado. Ontem o dólar comercial encerrou o dia em leve alta de 0,06%, cotado a R$ 1,63, depois de registrar baixa de 1,99% nas duas sessões anteriores atingindo a menor cotação em dois anos em meio. Em reunião recente com representantes da Abit o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a intenção de fazer ainda no primeiro semestre a desoneração da folha de pagamento das empresas do setor têxtil.
"Voltamos ao preço do dólar de três anos atrás, enquanto os produtos têxteis produzidos na região têm seus custos aumentados mensalmente, particularmente o algodão que subiu mais de 100% nos últimos seis meses", afirmou Beretta Rossi. A redução de impostos diversos que hoje impactam a folha de pagamento das indústrias em até 28% é apontada pelo presidente do Sinditec como uma alternativa para a recuperação da competitividade do setor. Outra preocupação apontada é quanto à remessa de capital das multinacionais para suas filiais no país, para lucrar com as altas taxas de juros.
IMPORTAÇÃO
Se é grande o volume de tecidos e confecções provenientes da China, por causa do dólar baixo, o mesmo não ocorre com máquinas e equipamentos para a indústria. Enquanto a importação de tecidos aumentou 56%, a de maquinário subiu 18% no primeiro bimestre de 2011 de acordo com dados fornecidos pelo AliceWeb, que é o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet, serviço ligado ao Ministério do Desenvolvimento. "Tem muita gente que já fez investimentos e também tem quem não está em vias de investir agora", salientou a diretora regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Nilza Tavoloni.
Além de o Brasil não produzir equipamentos, com exceção das máquinas de costura de linha doméstica, outro fator que estimula a vinda de produtos estrangeiros é a desvalorização do dólar. Já o setor de máquinas e equipamentos pretende convencer as autoridades brasileiras de que o governo precisa adotar medidas firmes para coibir a "invasão" de produtos fabricados naquele país. A informação é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto.
FONTE: O LIBERAL
por Wander Pessoa - editornet@liberal.com.br
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