Formada pela união de lojas físicas de Casas Bahia e Ponto Frio, a Via Varejo fez novas reduções de quadro, com número total de funcionários passando de 52,4 mil em dezembro de 2015 para 50,5 mil empregados em março, segundo informações de apresentação da companhia a investidores.
No ano passado, reduções de quadro já se aceleraram, com um corte de vagas de cerca de 11,2 mil entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015, equivalente a 17% do total.
Em termos de número de lojas, foram 36 fechamentos de janeiro a março, passando de 1.014 para 978 unidades no país das redes Casas Bahia e Ponto Frio. Deste número geral de 36, 21 unidades se referem a fechamento de pontos deficitários para melhorar eficiência. As outras 15 lojas foram descontinuadas como reflexo de acordo com o Cade, órgão de defesa da concorrência, que determinou que a empresa se desfizesse de um conjunto de pontos após a aprovação da fusão de Casas Bahia e Ponto Frio. A maior parte dos fechamentos atingiu o Ponto Frio.
Recebíveis
A Via Varejo sentiu o ambiente competitivo mais acirrado neste começo de ano, com efeitos sobre a rentabilidade, e algumas iniciativas de redução de despesas recentes ajudaram a compensar essa piora do ambiente. Mas as vendas em queda na faixa de dois dígitos (redução de 12,7% nas vendas líquidas de janeiro a março, como antecipado em abril pela empresa) impediram uma diluição maior, afetando resultados do balanço do primeiro trimestre. A empresa é formada pela união das redes Casas Bahia e Ponto Frio (lojas físicas).
“A tendência de vendas para baixo persistiu, conforme já divulgado em abril, enquanto as margens continuaram a se deteriorar devido à competição, pois acreditamos que a maioria dos concorrentes enfraquecidos correram para queimar estoques e gerar dinheiro”, escreveu em relatório Guilherme Assis, analista da Brasil Plural.
“Além disso, acreditamos que os outros varejistas, como Magazine Luiza, Carrefour e Walmart, beneficiaram-se de uma liminar que prorrogou as reduções de impostos de PIS/Cofins para smartphones, tablets e computadores, o que pode ter levado a piorar mais o ambiente competitivo durante o trimestre.”
Segundo o especialista, a queda do lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) — de 78%, para R$ 112 milhões — foi parcialmente compensado pela não antecipação de recebíveis de cartão de crédito, que teria efeito estimado de R$ 100 milhões em despesas financeiras. Mas, por outro lado, sem a antecipação, a empresa consumiu R$ 2,5 bilhões em capital de giro (equivalente a carteira de crédito que não foi vendida).
O lucro bruto caiu 19% no trimestre, com margem bruta de 30,5%, redução de 2,5 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2015, reforçando uma política de preços mais agressiva, relata o analista.
Como a Via Varejo usou sua posição de caixa robusta para reduzir suas despesas financeiras líquidas ao não praticar descontos de recebíveis de cartão de crédito, o contas a receber aumentou em 21 dias, enquanto os níveis de estoques cresceram cinco dias, levando a uma queima de caixa total de R $ 4,2 bilhões no período, transformando a posição de caixa líquido da empresa de R$ 2,3 bilhões em dezembro em uma dívida líquida de R$ 2 bilhões em março.
A última linha do balanço sentiu o reflexo da piora na conta de outras despesas operacionais, relacionadas principalmente com reestruturação, equivalência patrimonial e menor diluição de gastos fixos devido ao menor volume de vendas. Com isso, lucro líquido caiu de R$ 239 milhões de janeiro a março de 2015 para R$ 3 milhões neste ano.
A empresa ressalta que, sem considerar as despesas de restruturação, o lucro líquido ajustado seria de R$ 29 milhões no primeiro trimestre deste ano.
Fonte: Valor Econômico
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