Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Suzi Pires explica, sem papas na língua, a importância de fazer um bom networking e como se comportar ao fazer novos contatos.

Lobby: tem que fazer? (Foto: Thinkstock)

Lobby: tem que fazer? (Foto: Thinkstock)

Suzi Pires (Foto: Divulgação)

Suzi Pires (Foto: Divulgação)

ão, não estou falando de lobby de hotel (piadinha infame para começar a coluna de hoje, eu sei). Mas, providencial para chamar a atenção de uma das frases tão infames quanto que costumo ouvir: “Eu me recuso a fazer lobby”. Oi? “Por quê?”, eu geralmente pergunto.  A pessoa responde: “Me nego a ficar puxando saco de chefe e rindo de piada sem graça”. Apenas: NOT.  Sua compreensão de lobby está equivocada e se você não entender, de fato, o que é isso, vai ser sempre a reclamona da sala e isso é algo que uma DONA DE SI não é.

O lobby é parte essencial de um negócio chamado NETWORKING. Eu não sou adepta a termos em inglês sobre negócios então vou fazer uma tradução livre: rede de conexão para que você consiga se movimentar no mundo.  Essa é a minha compreensão de networking: conectar-se a outras pessoas, mais experientes ou menos, nem sempre do mesmo ramo, mas com o objetivo do crescimento em comum.

Portanto, o lobby entrará aqui como a sua capacidade de comunicação com o seu mundo e outros. O lobby NÃO É RIR DE PIADA SEM GRAÇA – mas, alguém pode realmente achar engraçado. Se você não achar, não finja que achou e não faça carão para a pessoa, basta não rir, suavemente. Mas... se for piada preconceituosa, discurso de ódio, homofobia, racismo ou misoginia, aí é importante que você apenas olhe para a pessoa, séria e deixe o silencio se estabelecer. A comunicação do silencio é providencial para deixar claro para o outro que há um limite para você.

Usualmente, um bom lobby não inclui assuntos delicados como politica, religião ou sexualidade. Isso é da categoria do íntimo e particular e numa arena de networking há um único assunto em comum: CRESCIMENTO NA MULTIPLICAÇÃO. Isso mesmo: não é na soma, é na multiplicação para que se forma a tal da rede. Por que multiplicação? Por que não é um caminho unilateral. Se você quer se aproximar de alguém – pode ser o CEO da empresa ou o gerente X – você precisa estar disponível para multiplicar e entregar algo à outra pessoa também, ou seja: conectá-la com alguém ou com alguma informação que só partirá de você.

Portanto...

Lobby é relação horizontal. Rir de piada sem graça é relação vertical.

Esclarecida esta parte, continuarei para a arena em si.

Um bom lobby é feito de maneira suave, leve, divertida. Todas as pessoas do ambiente estão satisfeitas e não desesperadas, portanto, segure sua ansiedade! Saiba conversar: não é seu papo em família e nem suas poucas palavras para alguém que não conheça. É maleável e fluido. Aí você tá se perguntando: “Tá bem Suzi, muito bonitinho o que você tá escrevendo. Mas e na prática? Como chego na pessoa que preciso?”

E eu te direi, cara DONA DE SI.

Ponto 1: PREPARAÇÃO. Ainda na sua casa, enquanto estiver escolhendo a roupa, pesquise que grupo é aquele: são pessoas formais, informais, diferentonas, da área social, da moda, artistas? Para a ARENA de “quems” você está se aprontando? Pois bem, respondido isso, entenda que na sua roupa precisa ter um elemento que facilite a RECIPROCIDADE (a menos que você deseje ser a diferente do ambiente, o que também pode ser bom se for este seu objetivo).

Reciprocidade não é se vestir igual. Quer dizer dar um elemento de comunhão.

Então meu conselho é: se vista neutra e dê o “elemento de comunhão” num único acessório. Ora, toda mulher tem uma bolsa mais arrumada que guarda para lugares mais formais... E a hora de usá-la e ter outra meio diferentona para ambientes mais informais. Pronto. Feito. Não precisa se preocupar com mais nada, a bolsa dará o recado por você.
Veja bem: a bolsa não será o assunto, mas o seu impacto. Isso é sério.

Ponto 2: CHEGADA. Não chegue muito cedo, nem muito tarde. O ideal é entrar no local entre 15 a 20 minutos após o horário marcado.

Ponto 3: LOCALIZAÇÃO. Nem no meio do salão, nem pelos cantos e nem enfiada na mesa de comida. Importante circular, mas parar. Importante pegar um café ou champanhe, enfim, o que estiver sendo servido, e desfrutá-lo com calma e classe. A mesa de coffee break é um bom lugar para puxar assunto, ajudar alguém, se apresentar e emendar uma conversa.

Ponto 4: APROXIMAÇÃO. Se é um ambiente tipo “roda de negócios” em que as pessoas não deveriam mesmo se conhecer, é mais fácil para se introduzir, se apresentar e entrar no assunto, mas se é um ambiente mais relaxado é importante que você tenha uma pessoa como isca e que você também seja isca para ela.

Não é azaração, meninas! É networking! Nada de olhares lascivos, mesmo que tenham caras ou garotas interessantes, ok?

Ponto 5: COMUNICAÇÃO. Entenda que: se você tem seu PROPÓSITO ajustado, terás paciência para aguardar o momento certo de falar com quem você queira; se você tem OBJETIVO CLARO dentro do seu PROPÓSITO, saberás exatamente o que deseja daquele networking e se tiver ESTRATÉGIA conseguirás entrar no assunto e multiplicar com qualquer pessoa do recinto, inclusive aquele ou aquela que é nitidamente a mais poderosa e que todos querem falar.

Por exemplo: a chefona da sua empresa é conhecidamente uma pessoa estressada e ali está rindo com uma taça de champanhe na mão. Por favor, entenda que ela está relaxando. Jamais chegue para falar de maneira dura. Um cumprimento com um elogio ao trabalho dela é uma boa introdução. Ela prestará atenção em você e vai decorar sua cara. Com gente muito poderosa a chegada nem sempre é de primeira e requer uma estratégia bacana de aproximação. Até para que você não cometa nenhuma gafe anulando qualquer possibilidade de ser ouvida. Ou seja: segure sua onda.

No quesito comunicação, segure a onda de querer ter intimidade com a outra pessoa. Ninguém está ali para marcar churrasco no fim de semana. É NETWORKING e isso está claro. Perceba o quanto é ridículo gente que força barra para ficar amiguinho. É um estorvo na comunicação e, nitidamente, a pessoa não entendeu nada.

Uma dica de ouro: NÃO MINTA.

Será que agora o tal do LOBBY deixou de ser um “monstro” e passou a ser o que é: comunicação entre pessoas que querem crescer? E será que “querer crescer” deixou de ser um pecado? Ambicionar lugares melhores, mais vendas e maior lucro, com ética, não é um problema, mas a solução do seu negócio e da sua história profissional. Com ética se vai longe e sua autopromoção não vai soar um carro de som anunciando suas qualidades.

Você é o que você entrega.
Nizan Guanaes disse isso numa entrevista e jamais esqueci.

O que você FAZ chega antes e já anuncia suas qualidades. Não force a barra, seja honesto e todos vão te ver, te reconhecer e lembrar da sua postura, da sua ética e, principalmente, DAS SUAS ENTREGAS ao mercado.

Toda esta coluna vale tanto para quem tem seu próprio negócio ou para quem trabalha em empresas, pois não vamos esquecer que uma mulher DONA DE SI é EMPREENDEDORA DE SI MESMA, onde quer que esteja.

Não se esqueça: todos fazendo lobby no networking são PESSOASe que quanto mais compromisso e alma você depositar nesta arena, mais multiplicação você fará.

Continuo a disposição no suzipires@icloud.com

Grande beijo
Sororidade sempre
Suzi Pires

Um lobby que se torne um grande networking e que faça a sua roda de contatos girar é uma CONSTRUÇÃO em cima das suas AÇÕES e não da sua graciosidade ou capacidade de contar piadas. Estamos entendidas?

https://revistamarieclaire.globo.com/Blogs/Dona-de-Si/noticia/2018/...

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