Durante o re:Invent 2023, CTO e vice-presidente da AWS apontou que a IA generativa não é a solução para todos os desafios de tecnologia.
A IA generativa está para todos os lados na edição de 2023 do AWS re:Invent, que acontece nesta semana, em Las Vegas. Na abertura do evento, Adam Selipsky, CEO da companhia, anunciou o assistente corporativo de IA generativa Amazon Q, além de diversos novos recursos ao Amazon Bedrock, plataforma de modelos de linguagem para clientes que querem desenvolver suas próprias aplicações de IA generativa.
Nesta quinta-feira (30), no entanto, foi a vez de Dr. Werner Vogels, CTO e vice-presidente da AWS, deixou um chacoalhão do público presente em sua keynote: “A nova IA não invalida a antiga IA que nós tínhamos”, alertou.
Werner continuou, afirmando que alguns dos clientes da AWS criaram “sistemas incríveis” usando modelos tradicionais de IA. “Acho que você deve ter em mente que nem tudo precisa ser feito com esses enormes modelos de linguagem”, disse. Um dos exemplos trazidos pelo CTO é o International Rice Research Institute (IRRI), de Los Baños, nas Filipinas, que trabalha para combater a fome e pobreza em comunidades que dependem do arroz.
O IRRI tem milhares de sementes diferentes de arroz, com propriedades alimentícias e características de plantio diversas. Com isso, o instituto enfrenta dificuldades de armazenamento dessas sementes, o que criou um amplo “backlog”. Segundo Vogels, a solução foi a aplicação “tradicional” de IA, com aprendizado de máquina e visão de gerenciamento.
“A visão de gerenciamento realmente automatiza esse processo. Os humanos ainda tomam as decisões sobre quais sementes são adequadas para ir ao banco, mas para a automação da separação permitiram que eles diminuíssem o backlog e melhorassem a produtividade em algo em torno de 30% a 40%”, disse.
Em conversa com a imprensa após a apresentação de Vogels, Américo de Paula, líder de Arquitetura de Soluções da AWS para a América Latina, ecoou o argumento do CTO da companhia. “IA generativa de fato não resolve todos os problemas e todos os casos de uso de aplicação de modelos preditivos”, disse. “A IA generativa é só um subconjunto de inteligência artificial e aprendizado de máquina que já existe há mais de 30 anos”.
Um exemplo disso seria em aplicações de previsão de demanda para varejistas. Manter o estoque de produtos abastecido – assim como projetar os abastecimentos necessários para manter uma loja operando –, é uma tarefa comum de qualquer varejo físico. Essa é também uma tarefa que pode tirar proveito de mecanismos de inteligência artificial, além de dados analíticos e preditivos. Isso, no entanto, dispensa o uso da IA generativa.
“Eu preciso entender qual foi o comportamento de compra e consumo para poder suportá-lo e colocar os produtos nas gôndolas. Isso é planejamento de demanda. Eu pego todo o histórico e faço uma projeção com modelos preditivos, usando aprendizado de máquina”, explicou de Paula. “Mas isso não é IA generativa. Você já tem modelos treinados e técnicas para isso que não são novas.”
*O repórter está em Las Vegas a convite da AWS
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