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Em alguns alguns sistemas implementados, redução de 17% a 34% no consumo de energia
frequentemente no vocabulário dos executivos, mas ainda há muitos ganhos
a se alcançar no segmento de eficiência energética. Um exemplo pode ser
visto na indústria, que consome cerca de 40% da energia distribuída no
Brasil. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado
em 2009, aponta que haveria um potencial técnico total de redução de
25,7% do consumo global de energia da indústria brasileira, sendo que
boa parte de projetos de eficiência poderia se concentrar na
substituição de motores, melhoria da gestão e troca de fornos e
caldeiras antigos por equipamentos mais eficientes.
Os setores de ferro e aço, cimento, alimentos e bebidas seriam os que têm maior potencial de redução do consumo. "São setores que começam a despertar para a questão, mas em cimento e siderurgia, que estão
crescendo muito neste momento, o foco inicial são os projetos de
expansão das fábricas, o que deixa a eficiência energética em segundo
plano", afirma o especialista em eficiência energética da Siemens, Bruno
Abreu. O potencial de redução do consumo no setor de ferro e aços seria
de 30%, no de cimento 19%, e no de alimentos, 10%. "Muitas fábricas têm
uma idade elevada, ou seja, muitos equipamentos são velhos", diz.
De outro lado, empresas que atuam na área petroquímica têm desenvolvido projetos para reduzir o consumo de seus motores elétricos, que em alguns casos chegam a responder por mais de 30% da energia de uma
fábrica. "Em alguns sistemas implementados, conseguimos reduzir de 17% a
34% o consumo", diz Abreu. Na Siemens, a demanda por projetos de
eficiência energética cresceu 35% nos dois últimos anos, o que fez a
empresa elevar em 30% seu número de funcionários.
Na construção de novas unidades, as empresas também têm buscado indicar na licitação a importância de que a fábrica a ser construída contemple iniciativas eficientes de consumo de energia, mesmo que o
valor inicial do investimento seja maior que o previsto originalmente.
"Gasta-se 5% a 10% mais no projeto, mas o custo operacional ao longo do
tempo compensa e muito", diz Abreu.
Além do monitoramento contínuo dos sistemas industriais, outro foco das empresas está na refrigeração dos ambientes e na substituição de motores antigos por outros mais eficientes. Um exemplo está na Vicunha
Têxtil. As plantas de índigo no Ceará têm passado por várias medidas
para reduzir a conta de energia, um dos itens mais pesados da empresa.
As ações envolvem iniciativas simples como a conscientização,
treinamento dos funcionários e troca de lâmpadas antigas por modelos
mais eficientes, além de investimentos na troca de motores elétricos e
de ares condicionados. Entre 2008 e 2009, foram investidos R$ 600 mil na
troca de alguns motores de alto rendimento e na substituição de todos
os aparelhos de ar condicionado.
"O projeto se pagou em quase três anos e teremos um custo operacional mais baixo ao longo dos próximos anos", afirma o chefe de manutenção elétrica, Ângelo Cavalcante. Neste ano, será iniciada a implementação da
segunda etapa do projeto, que contempla a troca de motores de alto
rendimento. "Ainda estamos levantando o volume de investimentos."
Outro exemplo é o da Basf, gigante do setor químico, que vem investindo na redução de cerca de 20% do consumo de energia em seu complexo em Guaratinguetá (SP). A empresa terá uma unidade geradora de
energia que integrará as fontes térmicas e elétricas, utilizando parte
do vapor na produção de eletricidade, reduzindo a dependência de fontes
externas. Com isso, deverá comprar 20% a menos de energia no mercado
livre do qual participa por ser grande consumidora de energia elétrica.
Em paralelo, a Basf trabalha na construção de um novo depósito de
produtos acabados, que entrará em operação em 2011 e usará tecnologias
de alto desempenho em eficiência energética, além de um sistema de reúso
da água, que manterá em recirculação 90% (35 metros cúbicos por hora)
da água captada do Rio Paraíba do Sul para fins de refrigeração. A
empresa não apenas diminuirá o consumo de gás natural, como a emissão de
gases de efeito estufa.
O mercado de eficiência energética deverá crescer este ano 30%, de acordo com as estimativas do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), José Starosta.
"O índice de desperdício no Brasil é gigantesco: são R$ 10 bilhões",
afirma o executivo. Mesmo grandes empresas sofrem com perdas pelo uso de
equipamentos antigos, como por falhas no processo de produção ou
ausência de monitoramento constante dos equipamentos.
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