RIO - O emprego na indústria recuou 0,7% em setembro, frente agosto, informou o IBGE nesta quarta-feira. Foi o sexto resultado negativo consecutivo. Na comparação com setembro do ano passado, houve queda de 3,9%, a 36º seguida. Em agosto, o indicador havia recuado 0,4%.
O IBGE apurou ainda que o índice teve retração de 1,8% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores. Foi a sétima taxa negativa seguida nesse tipo de cálculo. No acumulado do ano e em 12 meses, os números também são negativos: 2,8% e 2,6%, respectivamente.
Segundo o instituto, a queda mensal, na comparação com setembro do ano passado, foi influenciada por resultados negativos em 13 dos 14 locais pesquisados. O principal impacto veio de São Paulo, onde a contração foi de 4,7%. No maior parque industrial do país, houve redução de pessoal em 16 das 18 atividades. Os destaques negativos foram indústrias de meios de transporte (-7%), máquinas e equipamentos (-6,1%) e produtos de metal (-9%).
No Rio, a queda foi de 3,4%. Outros resultados negativos foram registrados no Paraná (-5,2%), Minas Gerais (-3,9%) e Rio Grande do Sul (-4,7%). O único resultado positivo foi em Pernambuco, onde houve pequena alta, de 0,4%.
Em relação às atividades pesquisadas, a maior perda de pessoal ocupado foi registrada na indústria de calçados e couro, na qual o nível de emprego caiu 8,7%, na comparação com setembro do ano passado. O principal impacto, no entanto, veio do setor de meios de transportes, que recuou 7,8%, mas tem peso maior sobre o indicador geral.
— Essa atividade figura na liderança de perdas há quatro meses. É uma clara relação com a produção industrial de veículos — explica Rodrigo Lobo, pesquisador do IBGE responsável pelo levantamento.
De acordo com o especialista, o avanço do desemprego no setor mostra que a estratégia de dar férias coletivas aos seus funcionários, utilizadas pelas empresas nos últimos meses, não está sendo suficiente para lidar com o ritmo fraco e o custo do trabalho.
— Os layoffs durante um tempo funcionaram, mas agora a gente percebe uma decisão de demissão mesmo dentro desses setores — afirma.
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Para o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, o emprego industrial se ressente do ambiente de baixa confiança empresarial e não há perspectiva de mudança nesse quadro.
— Sem confiança, ninguém vai investir. Ainda não se sabe como vai ser a política econômica do governo, isso acaba recaindo na economia real. Se não houver retomada da confiança, vai ficar completamente escancarado esse problema e o desemprego vai aumentar - estima Gouvêa Vieira.
HORAS PAGAS RECUAM 0,2%
Indicador do nível de atividade, o número de horas pagas também recuou em todos os tipos de comparação. Frente a agosto, registrou queda de 0,2%, a quinta seguida. Só nesse período, o indicador já acumula perdas de 3,3%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o recuo foi maior, de 4,2%. E, no trimestre, de 1,9%, também a quinta consecutiva.
Segundo o IBGE, a forte contração do indicador frente a 2013 foi puxada por resultados negativos em 15 dos 18 ramos pesquisados. Entre os destaques, está o setor de máquinas e equipamentos, considerado um dos indicadores do nível de investimento, onde as horas pagas recuaram 8,3%.
FOLHA DE PAGAMENTOS TEM QUEDA
Além da queda da taxa de ocupação, a pesquisa mostrou que a folha de pagamento real dos trabalhadores (descontando a inflação) recuou 1,3% em setembro, frente a agosto. O resultado elimina a alta de 0,5% que havia sido registrada no mês anterior. Segundo o IBGE, a queda foi influenciada pelo desempenho da indústria de transformação, onde a folha salarial caiu 1,5%. Em compensação, houve alta de 3,2% no setor extrativo.
Na comparação trimestral, a queda na folha de pagamento foi de 3,9%, intensificando o ritmo de queda registrado no resultado do segundo trimestre do ano (-0,2%).
PRODUÇÃO INDUSTRIAL RECUOU EM SETEMBRO
Os dados de emprego são divulgados uma semana após o instituto revelar que a produção industrial recuou 0,2%, interrompendo sequência de duas altas. No ano, o setor acumula queda de 2,9%, influenciada principalmente pelo fraco desempenho do setor automotivo.
No mais recente relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, economistas do mercado financeiro reduziram ainda mais as projeções para a produção industrial, que passaram a indicar queda de 2,21%. Há um mês, a expectativa era de recuo de 2,16%.
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