Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Enquanto os tucanos, como sempre, brincam com o perigo, Eduardo Campos vai testando suas possibilidades.

Na segunda-feira passada, escrevi aqui um post intitulado Enquanto os tucanos, como sempre, brincam com o perigo, Eduardo Campos vai testando suas possibilidades. Escrevi ali coisas como (ema azul):

Hoje, entre as pré-candidaturas postas — e pode haver outras —, o coração de boa parte do empresariado paulista, por exemplo, bate mesmo é por Campos. Ele é visto como a inovação. Há certo fastio do autoritarismo petista, e começa a crescer a desconfiança de que todos os caminhos são válidos para Guido Mantega porque ele não sabe mesmo para onde vai.
Campos também vem despontando como o favorito no PPS, cujo presidente é o pernambucano Roberto Freire, que se elegeu deputado por São Paulo.  O governador de Pernambuco tem simpatizantes entusiasmados também no DEM, que ficou com o PSDB nas duas últimas eleições presidenciais. No PSD de Gilberto Kassab, que agora é Dilma desde criancinha, está longe de ser unânime o amor pela “presidenta”.
Enquanto isso, setores do PSDB acham que podem mudar até data de convenção sem consultar ninguém — muito especialmente a ala paulista do partido. Entendo. Campos vai tentando conquistar apoios que hoje não tem, e os tucanos fazem um esforço danado para rachar a própria legenda. Como diria Padre Vieira, “pelo costume, quase se não sente”.

Voltei
Alguns leitores tucanos ficaram bravos, especialmente os de Minas… “Olhem o Reinaldo serrista dizendo que…” Quanta bobagem! Ainda que eu fosse um marxista da linha grouchista, só estava contando o óbvio, nada mais. O que acho, já disse, é que é preciso desalojar o PT do poder, seja com quem for (em Marina, não voto! Tenho limites). E, tudo indica, dado o estilo de voo, os tucanos não vão longe. Só isso.

Neste sábado, a Folha publica uma reportagem de Daniela Lima sobre o tema. Leiam trechos. Volto depois.

Em busca de aliados para entrar na corrida presidencial, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acabou dividindo a base do provável candidato do PSDB, o senador Aécio Neves (MG). Integrantes dos dois partidos que deram sustentação aos tucanos nas duas últimas campanhas presidenciais, o DEM e o PPS, começaram a manifestar abertamente preferência pelo governador.  Num encontro recente da cúpula do DEM, a maioria dos deputados que integram sua bancada na Câmara disse que acha melhor embarcar no projeto político de Campos do que continuar com o PSDB. O presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), já declarou publicamente sua “simpatia” pelo pernambucano e convidou-o a discursar na abertura da convenção da sigla, em abril.
(…)
Num encontro com outros dirigentes tucanos, o presidente nacional da sigla, deputado Sérgio Guerra (PE), que já foi do PSB e tem uma antiga relação com Campos, disse que o governador tem exibido mais disposição do que Aécio para a campanha.
(…)
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), aliado de Aécio, disse que a prioridade do senador mineiro agora é aparar arestas internas -com Serra e o PSDB de São Paulo. “Ele também tem conversado muito com os aliados, inclusive com pessoas da base do governo”, afirmou.

Voltei
Bem, a movimentação de Campos já existe faz algum tempo. Ainda que citar “Tabacaria”, de Fernando Pessoa, seja poema demais para a política brasileira, que costuma ser de menos, destaco um trecho que fala por si:

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
(…)
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
(…)

Sérgio Guerra falou aquilo, é? Sei… Na prática ele tem atuado, por exemplo, para isolar o PSDB de São Paulo das decisões. Até antecipação de convenção teria sido decidida sem consultar ninguém. Pestana diz que falta aparar “arestas”. E lá aparece o nome de Serra… Arestas só se aparam quando há conversa. Isso tudo é bobagem, não? Que se saiba, já está tudo decidido antes de qualquer bate-papo: a presidência do partido, o candidato de 2014, tudo… Agora só falta contar com o entusiasmo dos que foram atropelados. É um jeito de ver o mundo. A fala de Guerra a seus interlocutores fez uma dúvida surgir aqui na minha cachola: e se ele também estiver apostando intimamente em… Eduardo Campos?

Volto à minha tese antiga: ninguém vence adversários internos como os tucanos. E ninguém perde para os externos com tanta pompa! Valoriza qualquer vitória!

Por Reinaldo Azevedo.

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 10 março 2013 às 9:06

  Os" Tucanos "são abatidos em pleno vôo pelo fogo amigo.

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