Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Entenda por que o Maranhão sedia o maior torneio regional de robótica do Brasil

O que começou com a ideia de reestruturar a imagem da educação do SESI no estado, agora reúne cerca de 1,5 mil jovens competidores de 10 estados do país.

Entenda por que o Maranhão sedia o maior torneio regional de robótica do Brasil

Além do São João e do Bumba Meu Boi, o Maranhão tem uma outra grande festa em que o tema é educação e robótica para as crianças do estado: o Torneio SESI de Robótica. E não é exagero quando comparo a competição com as outras festas populares regionais! 

O evento reúne nesse fim de semana em São Luís cerca de 1,5 mil jovens, com idade entre 9 e 19 anos, que vieram de nove estados brasileiros para competir pelas vagas da etapa nacional. Ao todo, 102 equipes da categoria FIRST Lego League Challenge (FLLC) e 20 de F1 In Schools estão distribuídas no Multicenter Sebrae. 

Nem sempre foi assim. Tudo começou com a necessidade de reestruturar a imagem da educação do Serviço Social da Indústria (SESI) no estado. Há dez anos, as primeiras equipes do Maranhão competiram em Natal. Até 2019 foi assim, participando dos torneios nos estados vizinhos. Quando o atual superintendente do SESI-MA, Diogo Lima, assumiu o posto em 2020, viu o potencial da robótica para transformar a vida das crianças e organizou o primeiro regional como operador. De cara, o desafio era ainda maior com a pandemia de covid-19. 

A solução encontrada pelo SESI Nacional foi realizar a competição de forma virtual e para seguir as orientações no estado, Diogo e a rede SESI-MA montaram estruturas para que os competidores inscritos, independentemente da escola ou munícipio que estivesse representando, pudessem gravar e submeter os rounds na plataforma oficial do torneio de robótica. As escolas SESI São Luís, SESI Imperatriz e SESI Bacabal foram as unidades disponibilizadas para receber os jovens.  

“Víamos o quanto nossos alunos se saíam bem, por isso era o nosso sonho realizar as competições aqui no Maranhão. Agora fazemos o maior regional para eles lembrarem que vale a pena todo esforço e toda dedicação, assim como vale a pena estudar para adquirir conhecimento e continuar sonhando. Percebemos que com isso quebramos a visão de que ‘quem nasceu pobre, vai ser sempre pobre’”, explica o superintendente do SESI-MA.

Com o retorno dos eventos presenciais, Diogo constrói estruturas o mais lúdicas possíveis dentro do tema de cada temporada, apoiado por grandes empresas regionais e nacionais. Esse ano, por exemplo, o tema é oceano e aqui no Maranhão, ao entrar no pavilhão de FLLC, vemos um cubo de led que simula um aquário gigante. Em cima, tem um polvo de balões e outros animais marinhos pendurados. Caminhando mais um pouco, vemos espaços instagramáveis, brinquedos infláveis e stands com brincadeiras para o público e os competidores. 

Entenda por que o Maranhão sedia o maior torneio regional de robótica do Brasil

“Nosso evento é grande porque é sustentável. Faço questão de avaliar, escolher e provar tudo que será oferecido para minhas crianças, pois conheço todas e desejo o melhor para cada uma delas”, conta Diogo.  

E é verdade. Ele conhece todas! Por onde passa, ganha abraços com sorrisos de orelha a orelha, além de presentes, lembrancinhas e bótons. Em contrapartida, o advogado de formação retribui com dicas e sugestões técnicas como “não demora muito para chegar na arena, mas vá com calma”, “o robô está legal? Conseguiram trazer tudo?”, “acalmem o coração para não errarem nos detalhes e se divirtam também”.  

Para o superintende, é por meio da educação que eles brilham e lembrá-los disso é função das instituições educacionais.  

Por que equipes de nove estados vêm competir no Maranhão? 

Tirando toda parte estética e animada do Torneio SESI de Robótica do Maranhão, o regional também atrai os jovens competidores e o público porque tem 15 vagas para etapa nacional, que será realizada em Brasília, no Festival SESI de Educação.  

Essa distribuição de vagas é feita pelo nacional bem antes dos torneios serem realizados. Primeiro, as unidades operadoras declaram o tamanho do evento que desejam promover e as estimativas. Com isso o departamento nacional faz um cálculo de porcentagem e dividi a quantidade de vagas. Se ao longo da temporada os planos dos regionais mudarem, a quantidade de vagas pode mudar também, seja para menos ou para mais.  

“Nós distribuímos as vagas, mas reservamos algumas para o SESI Nacional para caso haja necessidade. Já aconteceu de uma equipe ser anunciada por engano, por exemplo, e nós cedemos uma vaga a mais para o torneio, pois não achamos justo tirar a alegria e a comemoração deles”, explica o coordenador de FLLC do SESI, Marcos Sousa.

Como nem todas as unidades do SESI são operadoras de robótica, é comum equipes de outros estados viajarem até os torneios mais próximos para competir. Há também instituições que optem por outras estratégias, como enviar as equipes para torneios em estados diferentes, se a escola tiver mais de um grupo. “Já vimos que equipes do Mato Grosso se classificaram no Rio de Janeiro, no Distrito Federal e seguem competindo”, lembra Marcos. 

Apesar da quantidade de vagas ser alta, elas são disputadas de formas diferentes. O Torneio SESI de Robótica do Maranhão é composto pela competição de F1 In Schools que classifica três equipes para o nacional e por duas competições de FLLC que acontecem simultaneamente, sendo uma em que equipes do SESI competem entre elas mesmas e três são classificadas para etapa nacional; e um torneio geral em que as equipes de escolas públicas, que são capacitadas pelo programa Prototipando Sonhos, competem só entre elas e disputam nove vagas.

Entenda por que o Maranhão sedia o maior torneio regional de robótica do Brasil

A Dragon Bots é uma das equipes que recebeu o projeto e participa da competição pelo segundo ano consecutivo. O time é composto por dez alunos da Escola Municipal Barão do Grajaú, que vieram de barco, um dia antes, do município de Alcântara onde vivem comunidades quilombolas.  

Vitor Daniel, 13 anos, explica que desenvolveram o projeto de inovação baseado em um problema comum na região. “Nosso projeto é uma cinta de compressão lombar porque os pescadores aqui sentem muitas dores causadas pelos movimentos repetitivos de agachar e puxar a rede. E isso causa o afastamento de muitos profissionais, que tem a pescaria como principal sustento das famílias”, explica o estudante que deseja seguir carreira como engenheiro.

O antigo gestor da escola e técnico da equipe Erinaldo Torres, os acompanhou nessa edição e contou que o principal resultado positivo desde a implantação da robótica no ensino foi a melhoria nas relações com os jovens. “Nosso convívio melhorou muito, tanto que em janeiro, que é o período de férias, eles aceitaram continuar frequentando a escola para treinar e desenvolver melhor o projeto. Esses estudantes começaram a entender a importância de estudar e aprender”, relata Torres. 

No ano passado, a equipe ficou em 19ª posição – com muita alegria – e a expectativa desse ano é conseguir uma das nove colocações para o nacional.  

A final do Torneio Regional de Robótica do Maranhão acontece neste domingo (16) e os slides serão divididos no meio: com nome de cada prêmio, de um lado o nome da escola SESI campeã, do outro o nome da escola pública ou equipe de garagem campeã. Ah, as duas sobem no palco e a comemoração é dupla! 

Confira o resultado amanhã aqui na Agência de Notícias da Indústria.

Por Giovanna Chmurzynski, de São Luís (MA)
Fotos: Gilberto Sousa
Da Agência de Notícias da Indústria

https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/robotica/entenda...

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