Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Especialistas se dividem sobre ameaça à indústria

Fonte:|valoreconomico!

Citada pelo candidato oposicionista José Serra (PSDB) como um problema a ser enfrentado pelo sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva, a desindustrialização é negada com veemência no governo, que garante ter tomado providências para garantir sustentação à indústria. "Houve um tranco na indústria com a crise em 2007 e 2008, mas ela já vem se recuperando", resume o presidente da associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Arcuri.

"A taxa de crescimento da indústria, na produção de bens intensivos em engenharia, cresceu 7,7% ao ano, segundo estudo da Cepal", comenta o diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz. "Há uma estabilidade nos bens de alto conteúdo tecnológico, não estamos nos movendo em direção a um regime de maquiadoras", afirma. "As commodities ganham muito peso na pauta de exportações porque são competitivas, e mais de 50% da perda da produção industrial se deve à retração dos mercados para nossas exportações de manufaturas", calcula.

Arcuri lembra que no primeiro quadrimestre o crescimento da produção industrial aumentou 18%. No primeiro trimestre, a indústria se expandiu 4,2% em relação ao trimestre anterior, a maior taxa de crescimento desde o terceiro trimestre de 2003. O aumento é de 14,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. "A valorização cambial é uma ameaça, mas não há evidências de desindustrialização", afirma.

No primeiro trimestre de 2010, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos em capacidade produtiva) cresceu 26% em relação ao mesmo período de 2009, voltando ao patamar anterior à crise, no terceiro trimestre de 2008, compara o presidente da ABDI. "O crescimento da produção industrial tem sido maior que outros setores, maior que o PIB."

O governo evitou o agravamento da crise com o lançamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que financia com juros reduzidos a compra de máquinas para a indústria, desde junho de 2009, com prazo de extinção em dezembro deste ano. De janeiro a abril, o BNDES chegou a desembolsar US$ 15,6 bilhões para a compra de máquinas e equipamentos, nível recorde, pequena parte do qual destinado ao PSI.

"Se não fosse o PSI estaríamos chorando sangue", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luis Aubert Neto, que chama atenção, porém, para o caráter temporário da medida e para o nível ainda baixo da FBCF, 18% do PIB. Os integrantes do governo argumentam que são variados os indicadores favoráveis ao investimento, como a recente Sondagem de Inovação da ABDI, que apontou expectativa entre grandes indústrias de aumento do percentual das firmas que realizaram inovações tecnológicas, de 71,4% para 74,3% no segundo trimestre.

Os dados favoráveis não convencem o setor privado. "A desindustrialização não se dá da noite para o dia, ela reduz aos poucos a cadeia de suprimento no país", diz o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel. É crescente o déficit de comércio no setor têxtil, e deve chegar neste ano a US$ 3,5 bilhões na avaliação da Abit. "Isso representa a não geração de 130 mil empregos no país", argumenta Pimentel. Ele admite, porém, que o aumento nas importações do setor se deu paralelamente ao aumento de vendas e até exportações dos fabricantes nacionais. Neste ano, prevê, o setor deve investir R$ 1,5 bilhão, 50% acima de 2008, "quando a economia vinha aquecida". A produção física da indústria deve crescer 12%. "O mercado interno nos tirou da crise, mas muitos empresários discutem se não é melhor distribuir no Brasil produção trazida do exterior", comenta. (SL)

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