Desempregado desde julho, Rodrigo Oliveira Brito se matriculou em um curso técnico de desenhista mecânico, que frequentou gratuitamente até a última segunda-feira. Antes, Brito trabalhava como torneiro mecânico e procurou outra qualificação profissional no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Após o fim do curso de dois meses, voltou ao status inicial: desempregado. "Ainda não tenho trabalho em vista."
O zelador Luis Antonio da Silva reforça o time dos desempregados que começou um curso técnico, só que no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), mas também sem perspectiva de trabalho.
A situação de ambos é mote para as críticas feitas por especialistas ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Tido como a maior aposta do governo Dilma Rousseff para a educação, o programa prevê um conjunto de iniciativas para ampliar e democratizar a oferta de cursos técnicos, mas recebe questionamentos por não zelar pela qualidade do ensino e pelo destino dos alunos no mercado de trabalho.
"Não se pode falar em oferecer ensino técnico sem um monitoramento muito próximo da demanda e das condições de empregabilidade futura", avalia Claudio de Moura Castro, doutor em economia pela Universidade de Vanderbilt (EUA) e pesquisador em educação. O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Marco Antonio de Oliveira, admite: "Num primeiro momento, até temos oferta a partir dos cursos disponíveis".
Durante o seminário da série de fóruns Brasil Competitivo, o diretor de integração de redes do MEC, Marcelo Feres, afirmou que o governo está preparando um mapa da educação profissional num esforço para adequar a oferta de cursos à demanda. "Temos expectativa de no final do ano que vem já ter resultados desses estudos." De acordo com Feres, há ações iniciadas em parceria com o Ministério do Trabalho "para contribuir com a questão da intermediação da mão de obra, ampliando as chances de ocupação desses beneficiários".
As metas do governo para o Pronatec são altas: criação de 8 milhões de vagas e investimentos de R$ 24 bilhões até 2014.
A professora da Faculdade de Educação da USP Carmen Vidigal Moraes diz que o programa não é voltado para uma educação ampla e integrada. "Quem controla, supervisiona e vai pensar um currículo integrado?", questiona. "Não temos um observatório nacional de gestão pública que permita um conhecimento da economia." O MEC, contudo, reforça que há um catálogo nacional de cursos técnicos que define critérios e carga horária para os cursos. / B.B.
Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,estudiosos-apontam-falh...
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