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Nesta edição da Sondagem Industrial, a CNI consultou 1.579 empresas: 634 de pequeno porte; 569 de médio porte; e 376 de grande porte, entre os dias 1 e 10 de outubro de 2024.
Elevada carga tributária e custo de matérias-primas completam a lista dos principais problemas enfrentados pela indústria, segundo empresários industriais.
A falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados foi a preocupação que mais cresceu entre os industriais no terceiro trimestre, aponta a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta sexta-feira (18). O percentual de empresários que classificaram esse como um dos principais problemas enfrentados pelas empresas passou de 18,6%, no segundo trimestre, para 23% na consulta mais recente.
O problema ocupava o 6º lugar na lista dos mais enfrentados pela indústria entre abril e junho, mas pulou para o 3º lugar devido ao aumento de 4,4 pontos percentuais apontado pelo último levantamento. A elevada carga tributária continua sendo a preocupação mais assinalada pelos empresários, com 33,6%; enquanto a falta ou alto custo de matéria-prima passou da terceira para a segunda posição, com 24,9%.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica como os desafios com a oferta e a qualificação da mão-de-obra afetam a performance da indústria.
“Esse é um problema que vem crescendo há alguns trimestres. Isso tem a ver com questões ligadas ao mercado de trabalho aquecido e ao próprio aumento da produção. É uma questão que preocupa, pois pressiona custos das empresas; consequentemente, pode prejudicar a avaliação da situação financeira e a recuperação da indústria no médio prazo.”
A avaliação dos empresários industriais quanto à situação financeira melhorou no terceiro trimestre de 2024. O índice que mede essa percepção cresceu 1,4 ponto frente ao segundo trimestre do ano, chegando aos 51,7 pontos.
O índice de facilidade de acesso ao crédito também subiu no terceiro trimestre. Depois de avançar 1,6 ponto, chegou aos 42,9 pontos. Como está abaixo dos 50 pontos, o indicador mostra que os empresários continuam sentindo dificuldade para captar recursos, embora a percepção seja menor do que nos três meses anteriores.
Segundo Azevedo, o aumento da taxa básica de juros, a Selic, deve complicar a tomada de financiamento nos próximos meses. “Em setembro, teve início um novo ciclo de aumento de juros, que provavelmente vai se manter durante algum tempo. Já há bastante dificuldade de acesso ao crédito, o que é capaz de piorar no próximo trimestre”, acredita.
De acordo com o levantamento, o indicador que mede a satisfação dos empresários com o lucro operacional atingiu 47 pontos no terceiro trimestre, dois pontos a mais do que no segundo trimestre, sugerindo diminuição da insatisfação dos industriais.
Agora em 62,9 pontos, o índice de evolução do preço de matérias-primas subiu 1,6 ponto na passagem do segundo para o terceiro trimestre. A percepção de aumento dos preços de insumos está mais intensa e é percebida por empresas de todos os portes, de acordo com a pesquisa.
Depois de subir em julho e em agosto, a produção industrial caiu em setembro. A redução foi observada nas pequenas, médias e grandes empresas. No recorte por regiões, apenas o Centro-Oeste apresentou estabilidade. As demais registraram recuo da produção.
Por outro lado, o indicador que mede o número de empregados chegou aos 51,1 pontos. Pelo terceiro mês consecutivo, o índice ficou acima dos 50 pontos, o que significa que houve alta do emprego industrial. O resultado positivo foi visto em todas as regiões, com exceção ao Sudeste, e foi puxado pelas empresas de médio e grande porte.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve em 72%, 1 ponto percentual acima da média da série histórica para o mês de setembro. Trata-se do sexto mês consecutivo em que a UCI fica acima da média histórica mensal.
Já o índice que mede o nível de estoques atingiu 49,2 pontos, indicando que o volume de estoques diminuiu de agosto para setembro. Houve redução dos estoques nas pequenas e médias empresas, mas aumento nas grandes. Entre as regiões, o índice revelou crescimento de estoques apenas no Nordeste e no Centro-Oeste.
Em outubro, o índice de expectativa de quantidade exportada subiu 0,2 ponto, atingindo 52,8 pontos. Já a expectativa de demanda recuou 1,4 ponto, para 56,3 pontos, enquanto o indicador de expectativa de compras de matérias-primas diminuiu 1,3 ponto, caindo para 54,3 pontos. Após recuar 0,7 ponto na comparação com setembro, o índice de expectativa de número de empregados ficou nos 52 pontos.
Todos os índices continuaram acima da linha divisória de 50 pontos, o que significa expectativa de crescimento para os próximos seis meses.
A intenção de investimento subiu 0,2 ponto, em outubro, para 58,3 pontos; 6,2 pontos acima da média histórica da série.
Nesta edição da Sondagem Industrial, a CNI consultou 1.579 empresas: 634 de pequeno porte; 569 de médio porte; e 376 de grande porte, entre os dias 1 e 10 de outubro de 2024.
Da Agência de Notícias da Indústria
Foto: CLARABOIA FILMES/CNI
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