Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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As margens do resort turístico do Lago de Garda podem parecer um lugar improvável para se produzir náilon. Mas é lá que uma empresa italiana, a Aquafil, descobriu uma forma de juntar carpetes, roupas e redes de pesca descartados e transformá-los em uma fibra de náilon reciclada chamada de EcoNyl. Agora, as empresas, incluindo Adidas, Speedo e Desso estão usando a fibra para produzir roupas esportivas, roupas de banho e carpetes, reduzindo a quantidade de lixo em aterros e no mar. 

A EP A norte-americana estima que os resíduos têxteis chegam próximos a 5% de todo o espaço do aterro. Assim como nos mares, estima-se que 8 milhões de toneladas de plástico acabam no oceano todos os anos, de acordo com o jornal Science. Cerca de um décimo disso vem das redes de pesca em náilon descartadas. 

O náilon, uma fibra sintética composta por polímeros, não se decompõe facilmente. Mas é difícil e custoso reciclar, por isso os fabricantes tendem a usar os fios de náilon feitos de matéria-prima fóssil. A Aquafil desenvolveu um processo inovador chamado de Sistema de Regeneração EcoNyl. Ela transporta resíduos em náilon ou materiais que atingiram o fim da vida útil de seus produtos (por exemplo, tapetes felpudos) para sua planta na Eslovênia. Ali, os resíduos são tratados, fundidos e levados através de uma fieira, à qual a engenheira da Aquafil, Michele Cecchetto, se refere como 
"espaguete", antes de serem transformados em uma fibra de náilon de alta qualidade e alto desempenho, que pode ser reciclada infinitamente. 

A empresa diz que seu processo também reduz as emissões de C02 e que 70 barris de petróleo são salvos a cada 10.000 toneladas de Caprolactam regenerado (o bloco de construção do náilon 6) produzido. 

A epifania de sustentabilidade do diretor executivo da Aquafil, Giulio Bonazzi, aconteceu em Maui em 1998, em um evento de uma semana organizado pela Interface, uma gigante no mercado de placas de carpete norte-americano, a maior cliente da Aquafil. O fundador da Interface, Ray Anderson, reuniu seus 800 funcionários e os principais fornecedores para um grande anúncio: em 2020, sua empresa poderia produzir todos os seus produtos a partir de materiais reciclados. A Aquafil é a maior fabricante de fios de carpete da Europa, empregando atualmente mais de 2. 700 pessoas com um volume de negócios de 499 milhões de euros no último ano. Mas, naquele encontro, era ainda uma das menores fornecedoras da Interface, e Bonazzi recorda que estava sentado na fileira de trás, atrás de gigantes como Dupont, Allied, BASF e Monsanto. 

"Todo mundo disse: 'Esse cara é louco', e muita gente só foi para jogar golfe", disse Bonazzi de seu escritório com vista para as montanhas. "Mas eu pensei sobre isso e percebi que ele estava certo. Eu fui a todos os seminários durante a semana e decidi que a sustentabilidade pode ser uma vantagem competitiva para minha empresa." 

Em 2007, Bonazzi estava pronto para lançar uma versão inicial do EcoNyl, usando resíduos da fábrica. A Aquafil gastou 25 milhões de euros no projeto ao longo dos quatro anos seguintes, e em 2011 estava pronta para lançar o EcoNyl como linha de produto. O projeto foi parcialmente financiado pela União Europeia e pela província italiana de Trento, bem como por investimentos de capital privado de 30 milhõesde euros, afirma Bonazzi. Agora, o EcoNyl tem 70 licenças em todo o mundo e 30% dos fios da Aquafil vêm de fbras recicladas. 

A Aquafil enfrenta três grandes desafios para alcançar a meta de usar 100% do náilon reciclado para as 130 mil toneladas de fibras que produz a cada ano. O primeiro desafio é a falta de tecnologia no mercado. A Aquafil inventou a máquina que usa. Depois, há o custo - um par de calções de banho para homens, realizados com EcoNyl para a conhecida linha estrangeira do campeão de surfe Kelly Slater, carrega um pesado preço de US$ 95. Finalmente, a burocracia pode ser um obstáculo, uma vez que as regras europeias e internacionais que regem a eliminação e transferência de resíduos são muito complexas. 

Destemida, a empresa está desafiando os fabricantes de roupa a tornar suas cadeias de fornecimento mais sustentáveis. E parece que está funcionando. Após a parceria com a Speedo UAS, para transformar pedaços de tecido que sobraram de EcoNyl bruto e, eventualmente, novas roupas de banho, a Aquafil assinou uma parceria com a Levi Strauss & Co para criar roupas masculinas incorporando o EcoNyl. O próximo par de jeans que você comprar pode ter sido produzido a parir de resíduos vindos do oceano. 

 

 

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