Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Festa do Interior - Porque grandes e pequenas empresas patrocinam a camisa de modestos times de futebol

25.jpg

Pinheiro, da sobam: exposição da marca da empresa na tevê teria custado R$ 24,1 milhões
 

 O que leva grandes e pequenas empresas a patrocinar a camisa de modestos times de futebol em campeonatos regionais?

 

A operadora de planos de saúde Sobam nunca fez um anúncio publicitário em televisão. Ainda assim, a marca “apareceu” 171 mil segundos nas principais emissoras de tevê entre janeiro e maio de 2010. 

 
Se tivesse de comprar espaço publicitário equivalente a quase 50 horas de exposição, a empresa de Jundiaí teria que desembolsar cerca de R$ 24,1 milhões. 
Em vez disso, o investimento da Sobam para tamanha exposição não passa de R$ 200 mil por ano. Esse é o valor que a empresa paga para patrocinar o Paulista Futebol Clube, de Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo. 
 
“A população da cidade é de 800 mil habitantes e a Sobam tem 150 mil associados”, afirma Paulo de Luna Pinheiro, diretor da Sobam. O Paulista, é verdade, não é uma grande potência do futebol nacional. 
 
Não registra nem sequer um batalhão de repórteres no encalço de seus craques. O que torna o investimento atrativo são os embates com os grandes da capital, como Corinthians, Palmeiras e São Paulo, transmitidos ao vivo pela tevê aberta, por assinatura ou pay-per-view, durante os campeonatos regionais.
 
O patrocínio da camisa de pequenos times do interior tem atraído desde empresas de menor porte, como a Sobam e o grupo Pakera, de Magé (RJ), a grandalhonas como a operadora de telefonia Embratel e o banco BMG. 
 
O Pakera, por exemplo, fabrica a marca de refrigerantes Tobi, que está estampada na camisa do Duque de Caxias, time que disputa o campeonato carioca. 
 
24.jpg
Rodrigues, do pakera: vendas do guaraná Tobi 
cresceram 30% com patrocínio ao Duque de Caxias
 
Se o futebol do Duque de Caxias deixa a desejar, o mesmo não se pode dizer das vendas do guaraná. Elas cresceram mais de 30% desde que passaram a aparecer na camisa da agremiação. 
 
“O retorno é sensacional”, afirma Cláudio Vieira Rodrigues, diretor do grupo Pakera. “Estou impressionadíssimo.” Tão impressionado que aproveitou a experiência adquirida com o “Tricolor da Baixada” e fez um anúncio de oportunidade na camisa do Boavista, de Saquarema, nos dois jogos finais da Taça Guanabara contra o Fluminense e o Flamengo. 
 
Rodrigues diz que, por contrato, não pode revelar os valores investidos na empreitada, mas fontes do mercado estimam em R$ 500 mil por ano o valor gasto no Duque de Caxias e em R$ 10 mil por jogo o investido na camisa do Boavista. 
 
“É um bom negócio, principalmente para quem não tem grandes somas para fazer propaganda”, afirma Toni Lauletta, diretor-presidente da Informídia, pioneira em medir a exposição de marcas nas camisas de times de futebol. “Não é uma estratégia para tornar a marca conhecida nacionalmente, mas para a cidade- sede do time faz muita diferença.” 
 
No caso do Pakera, contudo, colocar a marca Tobi no Duque de Caxias e no Boavista rendeu frutos para além dos gramados cariocas. “Hoje, um vendedor nosso não precisa explicar quem somos”, afirma Rodrigues. “Ficamos conhecidos nacionalmente.”
 
Essa, por sinal, foi a aposta da pioneira Embratel, a primeira empresa a descobrir o futebol interiorano. Em meados da década de 1990, a companhia, em uma só tacada, patrocinou todos os times do interior de São Paulo como forma de popularizar sua marca. 
 
Com os bons resultados, outras empresas de maior porte se dispuseram a apostar nessa variante menos badalada do marketing esportivo. 
 
26.jpg
 
Uma delas é a Lupo, fabricante de meias, de Araraquara, cuja marca passou a frequentar calções e camisas com bastante assiduidade, mais ou menos na mesma época que a Embratel. 
 
“Fomos uma das primeiras a investir no futebol do interior”, afirma Valquírio Cabral Jr., diretor comercial da Lupo. Os investimentos, segundo ele, variam entre R$ 100 mil e R$ 120 mil, dependendo do time e da região. O apoio aos times de futebol fez com que a companhia lançasse, no final de 2009, uma linha de material esportivo. 
 
A previsão inicial era faturar R$ 15 milhões com os novos itens, mas agora é chegar ao final de 2011 com uma receita de R$ 50 milhões. 
 
Se para os anunciantes é um bom negócio, para os clubes de menor expressão a presença de patrocinadores pode significar a sobrevivência por mais uma temporada. O Boavista, vice-campeão da Taça Guanabara, arrecadou cerca de R$ 500 mil em patrocínios na temporada de 2010. 
 
“Eventualmente a gente consegue levantar um dinheirinho extra”, afirma João Paulo Magalhães Lins, gestor de futebol do time. “Mas é só eventualmente.”
FONTE: ISTO É DINHEIRO
Por Eliane Sobral

Exibições: 315

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Comentário de maria graciete correia em 23 março 2011 às 8:38
INTERESSANTE; EU SEMPRE QUIZ SABER COMO FUNCIONAVA ESTE TIPO DE PUBLICIDADE, SEMPRE FOQUEI, NUMA SIMPLES DOAÇÃO, DEDUÇÃO DE DESPESAS NO I.R ETC.

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço