Fonte:|clicrbs.com.br/diariocatarinense|
RBS TV exibe hoje o primeiro episódio de O Fio da História
Agostinho Knihs tinha apenas 14 anos quando pisou pela primeira vez no chão da fábrica Renaux em Brusque. Era seu primeiro dia de trabalho. Hoje, passados 54 anos do início da vida profissional, ele é um dos personagens do documentário O Fio da História, que será exibido na RBS TV hoje e dia 6 de março, antes do Jornal do Almoço, e na TVCOM, nos mesmos dias, às 13h45min.
O especial faz parte do Projeto SC em Cena e foi dividido em duas partes. No primeiro episódio, Entre Agulhas e Linhas, a diretora Kátia Klock recupera a história da indústria têxtil que começa no final do século 19 no Vale do Itajaí. O segundo episódio Na Ciranda da Moda, que será exibido dia 6 de março, tem foco no atual mercado.
Enquanto no mundo as fábricas entravam em crise porque não tinham mais como importar da Europa, o fio que seria transformado em tecido, por conta da Primeira Guerra Mundial, em Brusque, a indústria têxtil prosperava.
Na pequena cidade do Vale estava localizada a única empresa brasileira que não dependia de importação de fios: a Fábrica Renaux. Anos antes, o empresário Carlos Renaux hipotecou tudo que possuía para criar uma fiação completa.
Colonizada por alemães e poloneses, Brusque tinha entre seus moradores artesãos excepcionais na arte de fazer negócios que acabaram por solidificar uma indústria que virou referência no Brasil e, em alguns casos, até no mundo.
Originários de corporações de ofício alemãs, que tinham seriedade no trabalho e primavam pela qualidade, os imigrantes impulsionaram a fiação num território onde não se plantava algodão.
Naquela sociedade do início do século passado as mulheres começaram a sair de casa para trabalhar engrossando as fileiras das fábricas. Mas muitas das indústrias também nasceram no interior de uma casa modesta, com uma mulher atrás de uma máquina de costura.
Os personagens entrevistados que participaram da escrita da história da fiação em Santa Catarina são costureiras, operários e presidentes de fábricas, designers de moda, estudantes, professores e historiadores, modelistas e profissionais da área de marketing das empresas.
Produzido pela Contraponto, a primeira parte do documentário e narrada pela diretora Kátia Klock, nascida em Brusque, e que tem especial afeição por esta história.
– Lançamos um olhar para o passado e outro para o avanço tecnológico, como um reflexo das exigências da contemporaneidade. Para isso, construímos um roteiro com personagens que relembram a história, mas também visualizam o futuro – observa Kátia Klock.
As gravações do documentário foram realizadas nas cidades de Blumenau (sede da primeira indústria do vestuário no país), Brusque (berço da fiação catarinense), Luís Alves, Gaspar e Pomerode.
Produção diretamente dentro das fábricas
Com pouco tempo e enfrentando as altas temperaturas registradas este ano no Estado, Kátia e sua equipe foram para o interior das fábricas para vasculhar os arquivos, recolher informações e descobrir os protagonistas desta história.
Na Ciranda da Moda, segunda parte do documentário, trabalha aspectos do atual mercado.
– A moda e o estilo sempre estiveram associados a identidades. É mercado, mas antes disso é um meio de comunicação. E falar de roupas, tecidos, aviamentos é também contextualizar nosso momento na linha do tempo, nosso modo de pensar e se expor ao mundo – diz a diretora, que começou a se interessar pelo assunto ainda criança, dentro do quarto de costura da própria mãe, Marli Klock, costureira há 50 anos, formada recentemente em Design de Moda e uma das personagens do documentário.
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